sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

SÉRIE - MITOS LITÚRGICOS COMENTADOS - Mito 3: Adoração Fora da Missa

Mito 3: "A adoração eucarística fora da Missa é ultrapassada"

Não é. 



O saudoso Papa João Paulo II escreveu (Encíclica Ecclesia de Eucharistia, n. 25, de 2003): "Se atualmente o cristianismo se deve caracterizar sobretudo pela « arte da oração », como não sentir de novo a necessidade de permanecer longamente, em diálogo espiritual, adoração silenciosa, atitude de amor, diante de Cristo presente no Santíssimo Sacramento? Quantas vezes, meus queridos irmãos e irmãs, fiz esta experiência, recebendo dela força, consolação, apoio! Desta prática, muitas vezes louvada e recomendada pelo Magistério, deram-nos o exemplo numerosos Santos. De modo particular, distinguiu-se nisto S. Afonso Maria de Ligório, que escrevia: A devoção de adorar Jesus sacramentado é, depois dos sacramentos, a primeira de todas as devoções, a mais agradável a Deus e a mais útil para nós. 


A Eucaristia é um tesouro inestimável: não só a sua celebração, mas também o permanecer diante dela fora da Missa permite-nos beber na própria fonte da graça."

E o Santo Padre Bento XVI acrescenta (Sacramentum Caritatis, n. 66-67): "De fato, na Eucaristia, o Filho de Deus vem ao nosso encontro e deseja unir-Se conosco; a adoração eucarística é apenas o prolongamento visível da celebração eucarística, a qual, em si mesma, é o maior ato de adoração da Igreja: receber a Eucaristia significa colocar-se em atitude de adoração d'Aquele que comungamos. Precisamente assim, e apenas assim, é que nos tornamos um só com Ele e, de algum modo, saboreamos antecipadamente a beleza da liturgia celeste. O ato de adoração fora da Santa Missa prolonga e intensifica aquilo que se fez na própria celebração litúrgica. (...) Juntamente com a assembléia sinodal, recomendo, pois, vivamente aos pastores da Igreja e ao povo de Deus a prática da adoração eucarística tanto pessoal como comunitária. 


Para isso, será de grande proveito uma catequese específica na qual se explique aos fiéis a importância deste ato de culto que permite viver, mais profundamente e com maior fruto, a própria celebração litúrgica. Depois, na medida do possível e sobretudo nos centros mais populosos, será conveniente individuar igrejas ou capelas que se possam reservar propositadamente para a adoração perpétua. Além disso, recomendo que na formação catequética, particularmente nos itinerários de preparação para a Primeira Comunhão, se iniciem as crianças no sentido e na beleza de demorar-se na companhia de Jesus, cultivando o enlevo pela sua presença na Eucaristia."
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Comentário sobre este Mito (22/04):

"Agora, Senhor, deixai o Vosso servo ir em paz, segundo a Vossa Palava. Porque os meus olhos viram a Vossa Salvação, que preparastes diante de todos os povos, como luz para iluminar as nações, e para glória do Vosso Povo de Israel." (Lucas 2, 29-32)

Ensina-nos também o saudoso Papa João Paulo II, na sua Exortação Apostólica Vita Consecrata (n.95):

"A adoração assídua e prolongada de Cristo presente na Eucaristia permite, de algum modo, reviver a experiência de Pedro na Transfiguração: « É bom estarmos aqui! ». E na celebração do mistério do Corpo e do Sangue do Senhor se consolida e incrementa a unidade e a caridade daqueles que consagraram a Deus a sua existência."

Dom Bosco, Santo Eucarístico da Igreja, afirma:

"Quereis que o Senhor vos dê muitas graças? Visitai-o muitas vezes no Sacrário. Quereis que Ele vos dê poucas graças? Visitai-o raramente. Quereis que o demônio fuja de vós? Visitai a Jesus muitas vezes. Quereis ser vencido pelo demônio? Deixai de visitar Jesus Sacramentado."


Também o Sacratíssimo Coração Eucarístico de Jesus, que tanto nos ama, é consolado por nós, quando O oferecemos estes momentos de adoração ao Santíssimo Sacramento. Ele que revelou Santa Maria Margadarida Alacoque, ao revelar o Seu Coração:

"Eis o Coração que tanto tem amado os homens, que a nada tem se poupado até se esgotar e consumir para testemunhar-lhes o seu amor; e em reconhecimento não recebo da maior parte deles senão ingratidões por meio das irreverências e sacrilégios, tibiezas e desprezo que usam para comigo neste Sacramento de amor. E o que mais me custa é serem corações a mim consagrados os que assim me tratam."

Não tenho dúvidas que uma das experiências mais profundas da vida cristã é estar com os joelhos dobrados diante do Corpo de Deus exposto majestosamente no Ostensório. E com olhos repletos de encanto, reconhecer: É DEUS!"


Da forma mais verdadeira, concreta, objetiva, substancial e absoluta possível... É DEUS! É o Deus-Amor Sacramentado que se aniquila e se entrega totalmente por mim! Pode haver palavras para descrever isso?...Sobra apenas o silêncio desconcertante!...


O altar esplendorosamente decorado, com uma tolha nobre, com castiçais e flores... todos esses elementos nos apontando que ali não é "algo qualquer", MAS É DEUS.

Todos esses elementos, nos ajudando a nos concrentrar na adoração.


Todos esses elementos cuidadosamente preparados por almas adoradoras, que como alguém apaixonado, desejam de todas as formas manifestar este amor!

Uma atenção especial merece ser dada a prática da chamada adoração silenciosa, que é uma forma de adoração essencialmente contemplativa, onde apenas olhamos para o Corpo de Deus e O adoramos. Nela, que é uma forma de adoração (não é a única!), não se faz leitura, não se reza o terço, nem nenhuma outra forma de oração, mas simplesmente contemplamos o Mistério: É DEUS. E O adoramos. E assim nos demoramos diante Dele. Quando o pensamento dispersar, podemos rezar apenas: "Jesus Eucarístico, eu Te adoro!", e voltar a comtemplação silenciosa. A nossa cultura precisa redescobrir o valor do silêncio, e nada melhor do que redescobrir o silêncio na adoração eucarística.

A irmã Briege McKenna, da Irlanda, mulher eucarística do nosso tempo, comparou a Presença de Jesus Eucarístico a um sol: basta estarmos diante Dele para sermos transformados!

Grande graça para a Santa Igreja, e grande potência de intercessão para o mundo, são os institutos e comunidades, antigas e novas, que se dedicam deforma tão intensa e zelosamente à Adoração Eucarística, e alguns inclusive à adoração perpétua. Mas aqui, me refiro principalmente aos carismas novos, como a Toca de Assis, que vejo como um grande sinal profético para o nosso tempo.

É evidente que, por detrás de muitos que combatem a prática da adoração eucarística fora da Missa, está a negação da Presença Real e Substancial de Nosso Senhor na Hóstia Consagrada, que é a fé eucarística da Santa Igreja (ver Catecismo da Igreja Católica, n. 1374-1377), como falamos anteriormente.

Mas graças a Deus, tenho visto que o costume de adorar Jesus Eucarístico fora da Missa tem crescido nos meios em que tenho contato. Tal é o processo de restauração litúrgica que vivemos, à sombra dos gigantes chamados João Paulo II e Bento XVI!

Nas aparições da Santíssima Virgem em Fátima (Portugal, 1917), oficialmente reconhecidas pela Santa Igreja, quando o Anjo apareceu para as crianças, antes da Virgem aparecer, ele trazia consigo uma Hóstia Consagrada. Prostrando-se por terra, ensinou a elas a seguinte oração:

"Meu Deus: eu creio, adoro, espero-vos e amo-vos. Peço-vos perdão por aqueles que não crêem, não adoram, não esperam e não vos amam."

Que pela intercessão da Santíssima Virgem e dos santos anjos, nós façamos parte daqueles que ADORAM a Presença Real e Substancial do Deus-Amor Sacramentado, na Hóstia Consagrada!

"Agora, Senhor, deixai o Vosso servo ir em paz, segundo a Vossa Palava. Porque os meus olhos viram a Vossa Salvação, que preparastes diante de todos os povos, como luz para iluminar as nações, e para glória do Vosso Povo de Israel." (Lucas 2, 29-32)

Postado por: Francisco Dockhorn

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