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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

O que são as Indulgências?


Certa vez, um filho, mesmo conhecendo uma proibição formal do pai, desobedece-o como costuma fazer as crianças travessas. O pai, ao saber do ocorrido, vê-se na contingência de punir o faltoso, ainda que isto lhe seja mais dilacerante do que para o próprio filho. 

Entretanto, ao ser informada, a mãe pede clemência pelo pequeno traquina. Dado às instâncias maternas, não é verdade que o pai cede, em atenção à misericórdia da esposa? Neste caso, o pai de família concede uma indulgência ao filho, pelo valor da intercessão maternal.

A Indulgência de Deus

A mesma situação pode ser aplicada ao gênero humano, que na pessoa de Adão desobedeceu ao Pai Celeste. Por causa desta transgressão as portas do Paraíso nos foram fechadas e nos tornamos réus de morte. 

Entretanto, o Filho de Deus, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, Nosso Senhor Jesus Cristo, conquistou para nós, na Cruz, a misericórdia que não merecíamos. Diante de tamanha intercessão, Deus Pai se dobra amorosamente à vontade do Filho, e poupa ao gênero humano: Deus nos é indulgente, pelo valor da intercessão de Cristo.

Contudo, como é próprio a Deus de tudo fazer com a mais exímia e amorosa excelência, imolou-se Deus Filho num sacrifício perfeitíssimo, consumido no altar da Cruz, oferecendo seu Sangue para nos resgatar. 

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Apresentação do Senhor



Belo como todas as passagens do rosário, o 4º Mistério Gozoso focaliza o resgate do Menino Jesus e a purificação de Nossa Senhora. Esses dois atos se passam dentro da casa do Senhor, o Templo de Jerusalém.

À espera do Messias, glórias e vicissitudes do Templo de Jerusalém. Quase seis séculos antes tinha sido arrasado esse edifício. Indispensável fora aproveitar a primeira ocasião para reconstruí-lo. Essa nobre tarefa coube a Zorobabel, chefe da Casa de Davi e antepassado de Cristo (515 a.C.). Entretanto, quão mais grandioso havia sido o esplendor daquele Templo "em sua primeira glória"! - afirmara o profeta Ageu, ao vê-lo reerguido.

Na época de Salomão, a inauguração do Templo havia se dado com pompa e majestade. Logo depois "uma névoa enchera a casa do Senhor, e os sacerdotes não podiam ter-se de pé nem fazer as funções do seu ministério por causa da névoa, porque a glória do Senhor tinha enchido a casa do Senhor. Então disse Salomão: O Senhor declarou que habitaria numa névoa. Eu edifiquei esta casa para tua morada, para teu trono firmíssimo para sempre" (1 Rs 8, 10-13).

Mas agora, "não parece ele, aos vossos olhos, como uma coisa de nada?" - perguntava Ageu ao povo (Ag. 2, 3).

A consternação se abateu sobre todos os que ouviam a recriminação de Deus pelos lábios de seu profeta. Mas logo suas faces se tornaram mais luzidias do que nunca: "Porque isto diz o Senhor dos exércitos: Ainda falta um pouco, e eu comoverei o céu e a terra, o mar e todo o universo. Abalarei todas as nações, e virá o desejado de todos os povos; e encherei de glória esta casa. .... Minha é a prata, meu é o ouro .... A glória desta casa será maior que a da primeira .... e darei a paz neste lugar" (Ag. 2, 7-10).

domingo, 27 de janeiro de 2013

São Tomás de Aquino


Ninguém se aproximou da teologia ou da filosofia tomista sem ter haurido nesta fonte a mais excelente doutrina. O nome de São Tomás de Aquino é um marco para todos aqueles que buscam a verdade. Entretanto, nos pormenores de sua vida e em sua extraordinária personalidade descobrimos mais do que um teólogo: um grande Santo.

A busca da verdade é tão antiga quanto o próprio homem, e não há um só entre os seres racionais que não deseje possuí-la. Por outro lado, a privação desse excelente bem acaba dando à coletividade humana uma face desfigurada, que se explica pela adesão a falsas doutrinas ou a meias verdades. Nossa sociedade ocidental é um exemplo dessa profunda carência que não encontra nos avanços da técnica nem na fugacidade dos vícios uma resposta satisfatória.

Um menino que buscava o Absoluto

Mas, afinal, o que é a verdade? Esta era uma das perguntas que o pequeno Tomás fazia em seus tenros cinco anos de idade. Segundo um costume da época, sua educação foi confiada aos beneditinos de Monte Cassino, onde ele passou a morar. 


Vendo um monge cruzar com gravidade e recolhimento os claustros e corredores, puxava sem hesitar a manga de seu hábito e lhe perguntava: "Quem é Deus?" Descontente com a resposta que, embora verdadeira, não satisfazia inteiramente seu desejo de saber, esperava passar outro filho de São Bento e indagava também a ele: "Irmão Mauro, pode me explicar quem é Deus?" 

Mas... que decepção! De ninguém conseguia a explicação desejada. 

Como as palavras dos monges eram inferiores à ideia de Deus que aquele menino trazia no fundo da alma!

Foi nesse ambiente de oração e serenidade que transcorreu feliz a infância de São Tomás de Aquino. 

Nascido por volta de 1225, era o filho caçula dos condes de Aquino, Landolfo e Teodora. Entrevendo para o pequeno um futuro brilhante, seus pais lhe proporcionaram uma robusta formação. 

Mal podiam imaginar que ele seria um dos maiores teólogos da Santa Igreja Católica e a rocha fundamental do edifício da filosofia cristã, o ponto de convergência no qual se reuniriam todos os tesouros da teologia até então acumulados e do qual partiriam as luzes para as futuras explicitações.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Cerimonial dos Bispos - A Missa I - Missa Estacional do Bispo Diocesano


II Parte
A MISSA


Capítulo I
MISSA ESTACIONAL DO BISPO DIOCESANO



Introdução

119. A manifestação mais importante da Igreja local dá-se quando o Bispo, na qualidade de sumo sacerdote do seu rebanho, celebra a Eucaristia, mormente na igreja catedral, rodeado do seu presbitério e ministros, com a plena e ativa participação de todo o povo santo de Deus. Esta Missa, chamada “estacional”, manifesta, não somente a unidade da Igreja local, mas também a diversidade dos ministérios ao redor do Bispo e da sagrada Eucaristia. Para ela, portanto, se convoque o maior número possível de fiéis, nela concelebrem os presbíteros com o Bispo, desempenhem os diáconos o seu ministério, exerçam os acólitos e leitores as suas funções.

120. Esta forma de Missa deve sobretudo seguir-se nas maiores solenidades do ano litúrgico, quando o Bispo consagra o santo crisma e na Missa vespertina da Ceia do Senhor, nas celebrações do Santo Fundador da Igreja local ou do Padroeiro da diocese, no “die natali” do Bispo, nas grandes concentrações do povo cristão, e ainda na visita pastoral.

121. A Missa estacional deve ser cantada, segundo as normas da Instrução Geral do Missal Romano.

122. Via de regra, convém que haja pelo menos três diáconos propriamente ditos: um para o Evangelho e para ministrar ao altar, e dois para assistir o Bispo. Se forem mais, distribuam entre si os diferentes ministérios, e pelo menos um deles dirija a participação ativa dos fiéis. Se não puder haver diáconos propriamente ditos, os seus ministérios serão desempenhados por presbíteros. Estes, revestidos das vestes sacerdotais, concelebram com o Bispo, ainda que tenham de celebrar outra Missa para o bem pastoral dos fiéis.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Duas formas litúrgicas, mas a mesma Fé


Por Cleiton Robson
Agência ZENIT

Em todos os domingos, às 9 horas da manhã, na Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, na cidade do Rio de Janeiro, celebra-se a Santa Missa Prelatícia na Forma Extraordinária do Rito Romano. 

Mas, o que é a Forma Extraordinária do Rito Romano? Tem aprovação do Papa? É de difícil compreensão e participação? 

Para responder a essa questão, ZENIT conversou com o Pe. José Edilson de Lima, sacerdote da Administração Apostólica e Juiz auditor do Tribunal arquidiocesano do Rio de Janeiro.

ZENIT: Qual é a diferença entra a Missa na forma Extraordinária do rito romano e a Missa na forma Ordinária? Desde quando ela existe?

PE. JOSÉ: A Missa na Forma Extraordinária é fruto de uma antiga tradição recolhida por São Gregório Magno (596-604) para uso em Roma, onda já fixa o cânon. Este cânon permaneceu o mesmo até o Beato João XXIII. Por ser a Liturgia da Igreja de Roma, generalizou-se em todo o Ocidente entre os anos 700 a 1500. 

domingo, 6 de janeiro de 2013

Os Símbolos do Espírito Santo




A Água

O simbolismo da água é significativo da ação do Espírito Santo no Batismo, pois que, após a invocação do Espírito Santo, ela torna-se o sinal sacramental eficaz do novo nascimento. 


Do mesmo modo que a gestação do nosso primeiro nascimento se operou na água, assim a água batismal significa realmente que o nosso nascimento para a vida divina nos é dado no Espírito Santo. Mas, «batizados num só Espírito», «a todos nos foi dado beber de um único Espírito» (1 Cor 12, 13): portanto, o Espírito é também pessoalmente a Água Viva que brota de Cristo crucificado como da sua fonte, e jorra em nós para a vida eterna.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

SÉRIE: CATEQUESE DO PAPA - Foi concebido por obra do Espírito Santo


Cidade do Vaticano - Sala Paulo VI - Quarta-feira, 2 de Janeiro de 2013


Queridos irmãos e irmãs,

O Natal do Senhor ilumina mais uma vez com a sua luz as trevas que muitas vezes envolvem o nosso mundo e nosso coração, e traz esperança e alegria. De onde vem esta luz? Da gruta de Belém, onde os pastores encontraram «Maria, José e o Menino, deitado na manjedoura» (Lc 2, 16). 

Diante desta Sagrada Família surge uma interrogação mais profunda: como pode aquele Menino pequenino e frágil ter trazido uma novidade tão radical ao mundo, a ponto de mudar o curso da história? Existe porventura algo de misterioso na sua origem, que vai mais além daquela gruta?

Assim, reemerge sempre de novo a interrogação sobre a origem de Jesus, a mesma que é feita pelo Procurador Pôncio Pilatos durante o processo: «De onde és Tu?» (Jo 19, 9). E no entanto, trata-se de uma origem bem clara. No Evangelho de João, quando o Senhor afirma: «Eu sou o pão que desceu do céu», os judeus reagem murmurando: «Não é porventura Ele Jesus, filho de José, de quem conhecemos o pai e a mãe? Portanto, como é que diz agora: “Desci do Céu?”» (Jo 6, 42). 

E, pouco mais tarde, os cidadãos de Jerusalém opõem-se vigorosamente diante da presumível messianidade de Jesus, afirmando que se sabe bem «de onde Ele é; Mas o Messias, ao contrário, quando vier, ninguém saberá de onde é» (Jo 7, 27). 

domingo, 30 de dezembro de 2012

Sagrada Família



Jesus, Maria, José: três perfeições que chegaram todas ao pináculo a que cada uma devia chegar; três auges que se amavam e se inter compreendiam intensamente; três perfeições altíssimas, admiráveis, desiguais, realizando uma harmonia de desigualdades como jamais houve na face da Terra.




A santidade, a nobreza e a hierarquia na Sagrada Família

Uma família que, realmente, não poderia deixar de ser chamada de Sagrada: Jesus é a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, Maria a Virgem Mãe de Deus que trouxe em seu seio Nosso Senhor Jesus Cristo e São José, esposo da Virgem Maria e pai adotivo de Jesus.

Não estaria fora de propósito que, por ocasião destas comemorações recomendadas pela Igreja, pensássemos um pouco nessa Família modelo. Por exemplo, poderíamos cogitar um pouco sobre a pergunta seguinte: Como seria a santidade, a nobreza e a hierarquia na Sagrada Família?

Nessa Família nós temos a presença do Filho de Deus feito Homem. No Evangelho de São Lucas (Lc. 2, 52) está dito que o Menino Jesus "crescia em sabedoria, idade e graça diante de Deus e dos homens".

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Ofício de São João Evangelista (Liturgia das Horas)


27 de dezembro
SÃO JOÃO, APÓSTOLO E EVANGELISTA
Festa

Vésperas 

V. Vinde, ó Deus em meu auxílio. 
R. Socorrei-me sem demora. 
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. 
Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Aleluia. 

Hino 

Ó Redentor do mundo,
do eterno Pai gerado
já antes do universo,
qual Filho bem-amado. 

Do Pai luz e esplendor,
nossa esperança eterna,
ouvi dos vossos servos
a prece humilde e terna. 

Lembrai, autor da vida,
nascido de Maria,
que nossa forma humana
tomastes, neste dia. 

A glória deste dia
atesta um fato novo,
que vós, do Pai descendo,
salvastes vosso povo. 

Saúdam vossa vinda
o céu, a terra, o mar,
e todo ser que vive
entoa o seu cantar. 

E nós, por vosso sangue
remidos como povo,
vos celebramos hoje,
cantando um canto novo. 

A glória a vós, Jesus,
nascido de Maria
com vosso Pai e o Espírito
louvores cada dia. 

Salmodia 

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Cerimonial dos Bispos - A Liturgia Episcopal III - Algumas normas mais gerais



I Parte

LITURGIA EPISCOPAL EM GERAL


Capítulo IV
ALGUMAS NORMAS MAIS GERAIS


Introdução

55. Segundo a doutrina do Concílio Vaticano II, deve-se procurar que os ritos brilhem por uma nobre simplicidade. Isto vale igualmente para a liturgia episcopal, embora nela não se deva descurar a piedade e reverência devidas ao Bispo, no qual está presente o Senhor Jesus no meio dos crentes, e do qual, na sua qualidade de sumo sacerdote, deriva e depende, de certo modo, a vida dos fiéis. Além disso, como nas celebrações litúrgicas do Bispo participam habitualmente as diversas ordens da Igreja, cujo mistério se manifesta assim de modo mais claro, cumpre que resplandeça a caridade e o respeito mútuo entre os membros do Corpo místico de Cristo, de modo que na própria liturgia se realiza o preceito do Apóstolo: “Adiantai-vos uns aos outros na mútua consideração”. Antes, portanto, de se entrar na descrição de cada um dos ritos, parece oportuno antepor algumas normas, que a tradição sancionou e convém observar.

Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo



O maior acontecimento da história

Jesus Cristo é o Senhor da História. A data do seu Nascimento marca o ponto Zero. Ele é o centro de Referência; nenhum líder no mundo teve tantos discípulos como Ele; hoje são cerca de dois bilhões de pessoas. Por isso, o seu Natal é o Acontecimento singular a História. Ele veio para salvar o mundo.

Depois da queda de Adão e Eva no pecado, afastando toda a humanidade de Deus, eles foram afastados do Paraíso, mas Deus prometeu um Salvador; Ele viria por uma Virgem, uma vez que foi por uma virgem que o pecado entrou no mundo. Pelo mesmo caminho que veio a desgraça, viria a Graça.

O Proto (primeiro) Evangelho diz: “Porei ódio entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça, e tu ferirás o calcanhar.” (Gn 3, 15)

E quando chegou a “plenitude dos tempos” (Gl 4, 4) Deus enviou o seu Anjo à Virgem para anunciar:” “Ave, cheia de Graça! O Senhor é contigo… O Espírito Santo descerá sobre Ti, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso o Santo que há de nascer, será chamado Filho de Deus”.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Os Reis Magos


Que tipo de homens eram os Reis Magos?

A homilia de Bento XVI na Solenidade da Epifania, em 06 de janeiro de 2012


Queridos irmãos e irmãs,

A Epifania é uma festa da luz. «Ergue-te, Jerusalém, e sê iluminada, que a tua luz desponta e a glória do Senhor está sobre ti» (Is 60, 1). Com estas palavras do profeta Isaías, a Igreja descreve o conteúdo da festa. Sim, veio ao mundo Aquele que é a Luz verdadeira, Aquele que faz com que os homens sejam luz. Dá-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus (cf. Jo 1, 9.12). 

Para a liturgia, o caminho dos Magos do Oriente é só o início de uma grande procissão que continua ao longo da história inteira. Com estes homens, tem início a peregrinação da humanidade rumo a Jesus Cristo: rumo àquele Deus que nasceu num estábulo, que morreu na cruz e, Ressuscitado, permanece conosco todos os dias até ao fim do mundo (cf. Mt 28, 20). 

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

As "Quatro Têmporas"


O Brilho das Quatro Têmporas


As Quatro Estações

As Quatro Têmporas, que caem na quarta-feira, sexta-feira e sábado da mesma semana, ocorrem em conjunção com as quatro estações do ano. O outono [primavera no hemisfério sul, n.d.t.] traz as Têmporas de setembro, também conhecidas como as Têmporas de São Miguel devido a sua proximidade coma Festa de São Miguel em 29 de setembro. 

O inverno [verão no hemisfério sul, n.d.t.], por outro lado, traz as Têmporas de dezembro, durante a terceira semana do Advento e a primavera [outono no hemisfério sul, n.d.t.] traz as Têmporas da Quaresma, após o primeiro domingo da Quaresma. 

Finalmente, o verão [inverno no hemisfério sul, n.d.t.] anuncia as Têmporas de Pentecostes, que ocorrem dentro da Oitava de Pentecostes.

No Missal de 1962, as Têmporas eram observadas como férias de segunda classe, dias feriais de especial importância que se sobrepunham inclusive a certas festas de santos. Cada dia tem sua Missa própria, todas as quais são bastante antigas. Uma prova de sua antiguidade é que elas são uns dos poucos dias no rito gregoriano (como o Missal de 1962 agora vem sendo chamado) que têm cinco leituras do Antigo Testamento acompanhadas da leitura da Epístola, uma disposição antiga de fato.

Jejum e abstinência parcial durante as Têmporas eram também observados pelos fiéis desde tempos imemoriais até a década de 60. É esta associação de jejum e penitência com as Têmporas que levou alguns a pensarem que seu nome peculiar tivesse algo a ver com cinzas ardentes, ou brasas. Mas o nome em inglês [ember] deriva-se provavelmente de seu título latino, as Quatuor Tempora ou “Quatro Estações”.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Advento, tempo de faxina interior


Estamos no tempo do cuidado na vida espiritual

As estações da natureza nos ensinam a reconciliar em nosso coração o tempo dos mistérios que abraçam nossa fé. 

Advento é o tempo da espera. 

Ainda não é Natal, mas antecipa a alegria desta festa. Viver cada tempo litúrgico com o coração é um jeito nobre de não adiantar um tempo que ainda não chegou. Na sobriedade que este tempo litúrgico exige, vamos tecendo a colcha das alegrias do Cristo que vem ao nosso encontro.

Esperar é uma alegria antecipada de algo que ainda não chegou. A mulher grávida vive na alma a felicidade antecipada pela vida que, em seu ventre, vai sendo gerada no tempo que lhe cabe. 

A natureza cumpre o ritual das estações para que cada tempo seja único. Os casais apaixonados esperam o momento do encontro. As famílias organizam a casa no cuidado da espera dos parentes que vão chegar. Esperar é uma metáfora do cotidiano da vida. No contexto do Advento, a espera ganha tonalidades alegres e sóbrias.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Cerimonial dos Bispos - A Liturgia Episcopal II - Ofícios e Ministérios na Liturgia Episcopal



I Parte
LITURGIA EPISCOPAL EM GERAL


Capítulo II
OFÍCIOS E MINISTÉRIOS NA LITURGIA
EPISCOPAL

18. “Em qualquer comunidade congregada em volta do altar, sob o ministério sagrado do Bispo”, se manifesta “o símbolo daquela caridade e unidade do Corpo místico sem as quais não pode haver salvação”. É, pois, da máxima conveniência que, todas as vezes que o Bispo toma parte nalguma ação litúrgica com participação do povo, presida por si mesmo à celebração, investido como está da plenitude do sacramento da Ordem. E isto deve-se fazer, não para aumentar a solenidade externa do rito, mas para significar de modo mais vivo o mistério da Igreja. É também conveniente que, nesta celebração, o Bispo associe a si os presbíteros. No caso, porém, de o Bispo presidir à Eucaristia sem celebrar, deve dirigir ele a liturgia da Palavra e concluir a Missa com o rito da despedida, segundo as normas dadas mais adiante, nn. 176-185.

19. Numa assembléia reunida para a celebração da liturgia, especialmente quando presidida pelo Bispo, cada qual tem o direito e o dever de desempenhar o ofício que lhe pertence, de acordo com a diversidade da ordem e função. Neste sentido, todos, ministros ou simples fiéis, no desempenho do seu ofício, farão só e tudo o que lhes pertence. Desta forma se manifesta a Igreja, nas suas diferentes ordens e ministérios, como um corpo, cujos membros constituem um só todo.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Cerimonial dos Bispos - A Liturgia Episcopal I


I Parte
LITURGIA EPISCOPAL EM GERAL


Capítulo I
CARACTERÍSTICA
E IMPORTÂNCIA DA LITURGIA EPISCOPAL

I. Dignidade da Igreja Particular

1. “Diocese é a porção do Povo de Deus, que se confia a um Bispo, para a apascentar com a colaboração do presbitério, de tal modo que, unida ao seu pastor e congregada por ele no Espírito Santo por meio do Evangelho e da Eucaristia, constitui uma Igreja particular, na qual está realmente e atua a Igreja de Cristo, una, santa, católica e apostólica”. Mais ainda: nela está presente Cristo, por cujo poder a Igreja se unifica. Com razão diz Santo Inácio: “Aonde comparecer o Bispo, aí se deve juntar a multidão, tal como, onde estiver Jesus Cristo, aí está a Igreja católica."

2. À Igreja particular, portanto, corresponde a dignidade da Igreja de Cristo. Esta não é uma associação qualquer de homens, que espontaneamente se reúnem para qualquer trabalho comum; é, sim, um dom que desce do alto, do Pai das luzes. Tampouco, se deve considerar como simples divisão administrativa do povo de Deus, pois ela encerra e manifesta, a seu modo, a natureza da Igreja universal, que jorra, do lado de Cristo crucificado, vive e cresce continuamente pela Eucaristia. Ela é a esposa de Cristo, mãe dos fiéis; é, “no lugar em que se encontra, o novo Povo chamado por Deus, no Espírito Santo e em grande plenitude”.

3. Não se dá nenhuma reunião legítima de fiéis, nem comunidade de altar, que não seja sob o sagrado ministério do Bispo. Tal reunião da Igreja particular difunde-se e vive em cada grupo de fiéis, à frente dos quais o Bispo coloca os seus presbíteros, para que sob a sua autoridade, santifiquem e dirijam a porção do rebanho do Senhor que lhes está confiada.

4. E, tal como a Igreja universal está presente e se manifesta na Igreja particular, assim as Igrejas particulares transmitem os seus próprios dons às restantes partes e a toda a Igreja, “de maneira que o todo e cada uma das partes aumentem pala mútua comunicação entre todos e pela aspiração comum à plenitude da unidade”.

sábado, 8 de dezembro de 2012

O Dogma da Imaculada Conceição



BULA "INEFFABILIS DEUS"
Papa Pio IX
8 de Dezembro de 1854

Posição e privilégios de Maria nos desígnios de Deus

1. Deus inefável, "cuja conduta toda é bondade e fidelidade", cuja vontade é onipotente, e cuja sabedoria "se estende com poder de um extremo ao outro (do mundo), e tudo governa com bondade", tendo previsto desde toda a eternidade a triste ruína de todo o gênero humano que derivaria do pecado de Adão, com desígnio oculto aos séculos, decretou realizar a obra primitiva da sua bondade com um mistério ainda mais profundo, mediante a Encarnação do Verbo. Porque, induzido ao pecado — contra o propósito da divina misericórdia — pela astúcia e pela malícia do demônio, o homem não devia mais perecer; antes, a queda da natureza do primeiro Adão devia ser reparada com melhor fortuna no segundo.

2. Assim Deus, desde o princípio e antes dos séculos, escolheu e pré-ordenou para seu Filho uma Mãe, na qual Ele se encarnaria, e da qual, depois, na feliz plenitude dos tempos, nasceria; e, de preferência a qualquer outra criatura, fê-la alvo de tanto amor, a ponto de se comprazer nela com singularíssima benevolência. Por isto cumulou-a admiravelmente, mais do que todos os Anjos e a todos os Santos, da abundância de todos os dons celestes, tirados do tesouro da sua Divindade. Assim, sempre absolutamente livre de toda mancha de pecado, toda bela e perfeita, ela possui uma tal plenitude de inocência e de santidade, que, depois da de Deus, não se pode conceber outra maior, e cuja profundeza, afora de Deus, nenhuma mente pode chegar a compreender.

3. E, certamente, era de todo conveniente que esta Mãe tão venerável brilhasse sempre adornada dos fulgores da santidade mais perfeita, e, imune inteiramente da mancha do pecado original, alcançasse o mais belo triunfo sobre a antiga serpente; porquanto a ela Deus Pai dispusera dar seu Filho Unigênito — gerado do seu seio, igual a si mesmo e amado como a si mesmo — de modo tal que Ele fosse, por natureza, Filho único e comum de Deus Pai e da Virgem; porquanto o próprio Filho estabelecera torná-la sua Mãe de modo substancial; porquanto o Espírito Santo quisera e fizera de modo que dela fosse concebido e nascesse Aquele de quem Ele mesmo procede.

Tradição da Igreja sobre a Imaculada Conceição

4. A Igreja Católica, que, instruída pelo Espírito de Deus, é "a coluna e a base da verdade", sempre considerou como divinamente revelada e como contida no depósito da celeste revelação esta doutrina acerca da inocência original da augusta Virgem, doutrina que está tão perfeitamente em harmonia com a sua maravilhosa santidade, e com a sua eminente dignidade de Mãe de Deus; e, como tal, nunca cessou de explica-la, ensina-la e favorece-la cada dia mais, de muitos modos e com atos solenes.

5. Porém esta mesma doutrina, admitida desde os tempos antigos, profundamente radicada na alma dos fiéis e admiravelmente propagada no mundo católico pelo cuidado e pelo zelo dos bispos, de modo o mais claro foi professada pela Igreja quando esta não hesitou em propor a Conceição da Virgem ao culto público e à veneração dos fiéis. Com este ato significativo ela, de fato, mostrava que a Conceição de Maria devia ser venerada como singular, maravilhosa, diferentíssima da de todos os outros homens, e plenamente santa; visto que a Igreja só celebra as festas dos Santos. Por isto é costume da Igreja, quer nos ofícios eclesiásticos, quer na santa Liturgia, usar e aplicar à origem da Virgem as mesmas expressões com que as divinas Escrituras falam da Sabedoria incriada e representam as eternas origens desta, havendo Deus, com um só e mesmo decreto,        preestabelecido a origem de Maria e a encarnação da Divina Sabedoria.

6. Todas estas doutrinas e todos estes fatos, em toda parte e geralmente aceitos pelos fiéis, mostram com quanto cuidado a própria Igreja Romana, mãe e mestra de todas as Igrejas, tem favorecido a doutrina da Imaculada Conceição da Virgem. Todavia, parece assaz conveniente recordar em particular os atos mais importantes da Igreja nesta matéria; porquanto é tal a dignidade e autoridade que à Igreja absolutamente pertencem, que ela deve ser considerada o centro da verdade e da unidade católica; é a única que tem guardado inviolavelmente a religião; e todas as outras igrejas devem receber a tradição da fé.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Santo Ambrósio: Destemido defensor da Igreja - 07 de Dezembro



Aclamado pelo povo, admirado por Santo Agostinho, este "insigne pregador e piedoso Prelado" não receou enfrentar sequer o próprio Imperador.

De importante família romana, Ambrósio nasceu em 340, na Gália, da qual seu pai era governador. Ainda jovem, viu sua irmã, Santa Marcelina, beijar a mão de um Bispo e deu-lhe a sua a beijar, dizendo: "Também eu serei Bispo um dia".

Estudou direito e retórica em Roma, e fez brilhante carreira: Advogado Consular, Conselheiro do Imperador e Governador das províncias de Emília e Ligúria, com sede em Milão.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Missa Votiva, o que é?



A Liturgia da Igreja oferece a possibilidade de se celebrar as Missas Votivas, principalmente para favorecer a piedade e a devoção dos fiéis, pois são celebrados os mistérios do Senhor ou em honra da Virgem Maria, dos Anjos, de algum Santo ou de todos os Santos. 

São Missas que proporcionam uma catequese mistagógica, tão necessária para os tempos hodiernos. Sua riqueza espiritual é imensa e todos os sacerdotes são chamados a celebrar as Missas votivas para seus fiéis, e aconselha-se que descubram seu valor. 

É uma alternativa para cessar as chamadas “Missas temáticas” e também as chamadas “Missas de cura e libertação”, tendo em vista que toda Santa Missa cura e liberta.

"As Missas rituais celebram-se com a cor própria ou branca ou festiva; as Missas para várias necessidades com a cor do dia ou do Tempo, ou então com a cor roxa, se se trata de celebrações de carácter penitencial, como por exemplo, as Missas para o tempo de guerra ou revoluções, em tempo de fome, para a remissão dos pecados (nn. 31, 33, 38); as Missas votivas celebram-se com a cor correspondente à Missa celebrada ou também com a cor própria do dia ou do Tempo." (IGMR 347)


Ou seja, podem ser celebradas nos dias de semana do Tempo Comum, mesmo que ocorra uma memória facultativa. 

“Não se pode oficiar Missa Votiva quando ocorrer uma memória obrigatória, nos dias de semana do Advento até o dia 16 de dezembro, do Tempo do Natal desde o dia 2 de janeiro, e do Tempo pascal depois da oitava da Páscoa. 

Porém, se houver uma verdadeira necessidade ou utilidade pastoral, poderá ser usada na celebração com o povo a Missa que corresponda a tal necessidade ou utilidade, a juízo do reitor da Igreja ou do próprio sacerdote celebrante” (IGMR 376).


"As Missas votivas dos mistérios do Senhor ou em honra da bem-aventurada Virgem Maria ou dos Anjos ou de algum Santo ou de Todos os Santos, podem celebrar-se, para satisfazer à piedade dos fiéis, nos dias feriais do Tempo Comum, mesmos quando ocorre uma memória facultativa. Mas não podem celebrar-se, como votivas, as Missas que se referem aos mistérios da vida do Senhor ou da bem-aventurada Virgem Maria, exceto a Missa da sua Imaculada Conceição, porque as suas celebrações estão ligadas ao decorrer do ano litúrgico." (IGMR, 375)

As Missas votivas têm seu Próprio (orações e prefácio e, eventualmente, leituras) e sua cor litúrgica.

Segundo o Missal Romano as Missas votivas são; 

• Santíssima Trindade com paramentos brancos; 
• Divina Misericórdia com paramentos brancos; 
• Mistério da santa Cruz com paramentos vermelhos; 
• Santíssima Eucaristia com paramentos brancos; 
• Santíssimo Nome de Jesus com paramentos brancos; 
• Preciosíssimo Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo com paramentos vermelhos; 
• Sagrado Coração de Jesus com paramentos brancos; 
• Divino Espírito Santo com paramentos vermelhos; 
• Nossa Senhora com paramentos brancos; 
• Santos Anjos com paramentos brancos; 
• São José com paramentos brancos; 
• Santos Apóstolos com paramentos vermelhos; 
• São Pedro e São Paulo com paramentos vermelhos. 
• São Pedro Apóstolo com paramentos vermelhos; 
• São Paulo Apóstolo com paramentos vermelhos; 
• Um apóstolo com paramentos vermelhos; 
• Todos os Santos com paramentos brancos. 


Aos sábados recomenda-se celebrar a Missa votiva à Nossa Senhora, pois é uma antiga tradição que o sábado seja dedicado à Virgem Maria.

As Missas votivas devem ser mais utilizadas nas paróquias, para que a Igreja ofereça a riqueza litúrgica de sua tradição e torne acessível, por meio de nós, sacerdotes, o depósito da fé. É urgente que a Liturgia cumpra seu papel evangelizador e catequético.


Kairo Rosa Neves de Oliveira
Pe. Leandro Bernardes
www.salvemaliturgia.com

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Advento: “Preparai o caminho do Senhor...”


Com muita alegria, a Liturgia da Igreja inicia o “Tempo do Advento”, iniciando um novo “ano litúrgico”, ou seja, o ciclo de celebrações no qual a Liturgia nos insere na vivência dos mistérios principais da vida do Senhor: encarnação, paixão, morte e ressurreição. 

Nesse contexto, cada cristão é chamado a mergulhar na essência do que cada “tempo litúrgico” evidencia para assim poder contemplar de modo sempre mais palpável as ações da liturgia e vivenciá-las de modo concreto na vida. Dentro do novo ano litúrgico agora iniciado teremos a oportunidade de celebrar em Julho próximo a nossa Jornada Mundial da Juventude. Será também o momento de aprofundarmos a fé neste ano especial.

O tempo do advento, como início do ano litúrgico, é o momento da preparação para a celebração do grande mistério divino que é o Natal do Senhor Jesus Cristo. 
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