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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

SÉRIE: CATEQUESE DO PAPA: Deus Pai Onipotente


Cidade do Vaticano - Sala Paulo VI - Quarta-feira, 6 de Fevereiro de 2013



Queridos irmãos e irmãs,


O Credo, que inicia qualificando Deus como “Pai Onipotente”, como meditamos na semana passada, acrescenta que Ele é o “Criador do céu e da terra”, e remete assim à afirmação com a qual inicia a Bíblia. No primeiro versículo da Sagrada Escritura, de fato, se lê: “No princípio, Deus criou o céu e a terra” (Gen 1,1): é Deus a origem de todas as coisas e na beleza da criação se desdobra a sua onipotência de Pai que ama. 


Deus se manifesta como Pai na criação, enquanto origem da vida, e ao criar, mostra a sua onipotência. As imagens usadas pela Sagrada Escritura a este respeito são muito sugestivas (cfr Is 40,12; 45,18; 48,13; Sal 104,2.5; 135,7; Pr 8, 27-29; Gb 38–39)

Ele, como um Pai bom e poderoso, cuida daquilo que criou com um amor e uma fidelidade que não são nunca menores, dizem repetidamente os Salmos (cfr Sal 57,11; 108,5; 36,6)


Assim, a criação torna-se lugar no qual conhecer e reconhecer o poder do Senhor e a sua bondade, e torna-se apelo à fé de nós crentes para que proclamemos Deus como Criador. “Pela fé, - escreve o autor da Carta aos Hebreus – reconhecemos que o mundo foi formado pela palavra de Deus e que as coisas visíveis se originaram do invisível” (11, 3)


A fé implica, portanto, saber reconhecer o invisível identificando o traço no mundo visível. 

O crente pode ler o grande livro da natureza e entender sua linguagem (cfr Sal 19,2-5); mas é necessária a Palavra de revelação, que suscita a fé, para que o homem possa chegar à plena consciência da realidade de Deus como Criador e Pai. 


É no livro da Sagrada Escritura que a inteligência humana pode encontrar, à luz da fé, a chave de interpretação para compreender o mundo. Em particular, ocupa um lugar especial o primeiro capítulo do Gênesis, com a solene apresentação da obra criadora divina que se desdobra ao longo de sete dias: em seis dias Deus cumpre a criação e no sétimo dia, o sábado, cessa todas as atividades e descansa. 

Dia de liberdade para tudo, dia da comunhão com Deus. E assim, com esta imagem, o livro do Gênesis nos indica que o primeiro pensamento de Deus era encontrar um amor que responda ao seu amor. O segundo pensamento é criar um mundo material onde colocar este amor, estas criaturas que em liberdade lhe respondam. 

Tal estrutura, portanto, faz com que o texto seja marcado por algumas repetições significativas. Por seis vezes, por exemplo, aparece repetida a frase: “Deus viu que era coisa boa” vv. 4.10.12.18.21.25), para concluir, a sétima vez, depois da criação do homem: “Deus viu o quanto havia feito, e de fato, era coisa muito boa” (v. 31). Tudo aquilo que Deus cria é belo e bom, cheio de sabedoria e de amor; a ação criadora de Deus traz ordem, harmonia, doa beleza. 

No relato de Gênesis, então, emerge que o Senhor cria com a sua palavra: por dez vezes se lê no texto a expressão “Deus disse” (vv. 3.6.9.11.14.20.24.26.28.29). É a palavra, o Logos de Deus que é a origem da realidade do mundo dizendo: “Deus disse”, foi assim, enfatiza o poder eficaz da Palavra divina. 

Assim canta o Salmista: “Da palavra do Senhor foram feitos os céus, do sopro de sua boca cada ordem ..., porque ele falou, tudo foi criado, ordenou e tudo foi cumprido” (33, 6. 9). A vida surge, o mundo existe, porque tudo obedece à Palavra divina. 


Mas a nossa pergunta hoje é: na época da ciência e da técnica, ainda tem sentido falar de criação? Como devemos compreender as narrações de Gênesis?

A Bíblia não quer ser um manual de ciências naturais; quer, em vez disso, fazer compreender a verdade autêntica e profunda das coisas. A verdade fundamental que os relatos de Gênesis nos revelam é que o mundo não é um conjunto de forças entre conflitantes, mas tem a sua origem e a sua estabilidade no Logos, na Razão eterna de Deus que continua a sustentar o universo


Isso é um desígnio sobre o mundo que nasce desta Razão, do Espírito criador. Acreditar que na base de tudo esteja isto, ilumina cada aspecto da existência e dá coragem para enfrentar com confiança e com esperança a aventura da vida. 


Depois, a escritura nos diz que a origem do ser, do mundo, a nossa origem não é o irracional ou as nossas necessidades, mas a razão e o amor e a liberdade. Disto a alternativa: ou prioridade do irracional, da necessidade, ou prioridade da razão, da liberdade, do amor. Nós acreditamos nesta última posição. 



Mas gostaria de dizer uma palavra também sobre aquilo que é o ápice de toda a criação: o homem e a mulher, o ser humano, o único “capaz de conhecer e de amar o seu Criador” (Const. past. Gaudium et spes, 12). 

O Salmista, olhando para o céu, pergunta-se: “Quando contemplo o firmamento, obra de vossos dedos, a lua e as estrelas que lá fixastes: ‘que é o homem, digo-me então, para pensardes nele? Que são os filhos de Adão, para que vos ocupeis com eles?” (8,4-5)


O ser humano, criado com amor por Deus, é coisa bem pequena diante da imensidade do universo; às vezes, olhando fascinados para a enorme extensão do firmamento, também nós percebemos a nossa limitação. 


O ser humano é habitado por este paradoxo: a nossa pequenez e a nossa fragilidade convivem com a grandeza disso que o amor eterno de Deus quis para ele. 

Os relatos da criação no Livro do Gênesis nos introduzem também neste misterioso âmbito, ajudando-nos a conhecer o projeto de Deus para o homem. Antes de tudo afirmam que Deus formou o homem com o barro da terra (cfr Gen 2,7). 

Isto significa que não somos Deus, não nos fizemos por nós mesmos, somos terra; mas significa também que viemos da terra boa, por obra do Criador bom. A isto chega outra realidade fundamental: todos os seres humanos são pó, para além das distinções feitas por cultura e história, para além de qualquer diferença social; somos uma única humanidade formada com o único fundamento de Deus. 

Aparece-vos, pois, um segundo elemento: o ser humano tem origem porque Deus inspira-lhe o sopro de vida no corpo modelado pela terra (cfr Gen 2,7). O ser humano é feito à imagem e semelhança de Deus (cfr Gen 1,26-27). 


Todos, então, trazemos em nós o sopro vital de Deus e cada vida humana – noz diz a Bíblia – está sob a particular proteção de Deus. Esta é a razão mais profunda da inviolabilidade da dignidade humana contra toda tentação de avaliar a pessoa segundo critérios utilitaristas e de poder. 

O ser à imagem e semelhança de Deus indica, então, que o homem não é fechado em si mesmo, mas tem uma referência essencial em Deus. 

Nos primeiros capítulos do Livro de Gênesis encontramos duas imagens significativas: o jardim com a árvore do conhecimento do bem e do mal e a serpente (cfr 2,15-17; 3,1-5)


O jardim nos diz que a realidade em que Deus colocou o ser humano não é uma floresta selvagem, mas lugar que protege, alimente e sustenta; e o homem deve reconhecer o mundo não como propriedade a ser saqueada e explorada, mas como dom do Criador, sinal de sua vontade salvífica, dom a cultivar e proteger, de fazer crescer e desenvolver no respeito, na harmonia, seguindo os ritmos e a lógica, segundo o desígnio de Deus (cfr Gen 2,8-15)


Depois, a serpente é uma figura que deriva dos cultos orientais de fertilidade, que apelavam a Israel e constituíam uma constante tentação de abandonar a misteriosa aliança com Deus. À luz disto, a Sagrada Escritura apresenta a tentação por que passa Adão e Eva como o núcleo da tentação e do pecado. 

O que diz de fato a serpente? Não nega Deus, mas insinua uma pergunta sutil: “É verdade o que Deus disse ‘Não devem comer do fruto de toda árvore do jardim’? (Gen 3, 1). Deste modo, a serpente levanta a suspeita de que a aliança com Deus seja como uma prisão que une, que priva da liberdade e das coisas mais belas e preciosas da vida. 

A tentação torna-se construir sozinho o mundo no qual viver, não aceitar os limites do ser criatura, os limites do bem e do mal, da moralidade; a dependência do amor criador de Deus é visto como um fardo do qual libertar-se. 

Este é sempre o núcleo da tentação. Mas quando se distorce a relação com Deus, com uma mentira, colocando em seu lugar, todos os outros relacionamentos são alterados. 

Então o outro transforma-se um rival, uma ameaça: Adão, depois de ter cedido à tentação, acusa imediatamente Eva (cfr Gen 3,12); os dois se escondem da vista daquele Deus com o qual conversavam em amizade (cfr 3,8-10); o mundo não é mais o jardim no qual viver com harmonia, mas um lugar para desfrutar e no qual se escondem armadilhas (cfr 3,14-19); a inveja e o ódio contra a outro entram no coração do homem: a exemplo de Caim que mata o próprio irmão Abel (cfr 4,3-9). 


Indo contra o seu criador, na verdade o homem vai contra si mesmo, renega a sua origem e também a sua verdade; e o mal entra no mundo, com a sua penosa prisão de dor e de morte. 

E assim tudo quanto Deus havia criado era bom, na verdade, muito bom, depois desta livre decisão do homem pela mentira contra a verdade, o mal entra no mundo. 

Dos relatos da criação, gostaria de evidenciar um último ensinamento: o pecado gera pecado e todos os pecados da história estão ligados entre si. Este aspecto nos impele a falar sobre o que é o chamado “pecado original”. Qual é o significado desta realidade, difícil de compreender? Gostaria de citar somente alguns elementos. 

Antes de tudo, devemos considerar que nenhum homem é fechado em si mesmo, nenhum pode viver sozinho, por si só; nós recebemos a vida do outro e não somente no momento do nascimento, mas a cada dia. O ser humano é relacional: eu sou eu mesmo somente no tu e através do tu, na relação do amor com o Tu de Deus e o tu dos outros. 

Bem, o pecado é perturbar ou destruir a relação com Deus, esta é a sua essência: destruir a relação com Deus, a relação fundamental, colocar-se no lugar de Deus. O Catecismo da Igreja Católica afirma que com o primeiro pecado o homem “fez a escolha de si mesmo contra Deus, contra as exigências da própria condição de criatura e consequentemente contra o próprio bem” (n. 398). 

Perturbada a relação fundamental, são comprometidos ou destruídos também os outros pólos da relação, o pecado arruína as relações, assim arruína tudo, porque nós somos relações. 

Ora, se a estrutura relacional da humanidade é perturbada desde o início, cada homem entra em um mundo marcado por esta perturbação das relações, entra em um mundo perturbado pelo pecado, do qual é marcado pessoalmente; o pecado inicial ataca e fere a natureza humana (cfr Catechismo della Chiesa Cattolica, 404-406). 

E o homem sozinho não pode sair desta situação, não pode redimir-se sozinho; somente o próprio Criador pode restabelecer as relações certas. Somente se Aquele do qual nós fomos desviados vem a nós e nos toma pela mão com amor, as relações corretas podem ser retomadas. 

Isso acontece em Jesus Cristo, que cumpre exatamente o percurso inverso daquele de Adão, como descreve o hino do segundo capítulo da Carta de São Paulo aos Filipenses (2,5-11): enquanto Adão não reconhece o seu ser criatura e quer colocar-se no lugar de Deus, Jesus, o Filho de Deus, está em uma relação filial perfeita com o Pai, reduz-se, transforma-se servo, percorre o caminho do amor humilhando-se até a morte de cruz, para reordenar a relação com Deus. A Cruz de Cristo transforma-se assim na nova árvore da vida. 


Queridos irmãos e irmãs, viver de fé quer dizer reconhecer a grandeza de Deus e aceitar a nossa pequenez, a nossa condição de criatura deixando que o Senhor a transborde com o seu amor e assim cresça a nossa verdadeira grandeza. O mal, com a sua carga de dor e sofrimento, é um mistério que vem iluminado pela luz da fé, que nos dá a certeza de poder ser libertos: a certeza de que é bom ser um homem.

BENEDICTUS PP XVI

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

SÉRIE: CATEQUESE DO PAPA - Reflexão sobre o Credo - 30/01/2013


CATEQUESE - Sala Paulo VI – Vaticano - Quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Queridos irmãos e irmãs,

Na catequese de quarta-feira passada, nos concentramos sobre as palavras iniciais do Credo: “Eu creio em Deus”. Mas a profissão de fé especifica esta afirmação: Deus é Pai onipotente, Criador do céu e da terra. Gostaria então de refletir agora convosco sobre a primeira e fundamental definição de Deus que o Credo nos apresenta: Ele é Pai. 

Não é sempre fácil hoje falar de paternidade. Sobretudo no mundo ocidental, as famílias desagregadas, os compromissos de trabalho sempre mais exigentes, as preocupações e frequentemente a dificuldade de enquadrar as contas familiares, a invasão dos meios de comunicação de massa na vida cotidiana são alguns dos muitos fatores que podem impedir uma relação serena e construtiva entre pais e filhos. 

A comunicação muitas vezes é difícil, a confiança é menor e a relação com a figura paterna pode se tornar problemática; e problemático se torna também imaginar Deus como um pai, não tendo modelos adequados de referência. Para quem teve a experiência de um pai demasiado autoritário e inflexível, ou indiferente e pouco afetuoso, ou até mesmo ausente, não é fácil pensar com serenidade em Deus como Pai e abandonar-se a Ele com confiança.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

SÉRIE: CATEQUESE DO PAPA - "Creio em Deus"


Cidade do Vaticano - Sala Paulo VI - Quarta-feira, 23 de janeiro de 2013 - Tradução: Jéssica Marçal - equipe CN Notícias

Queridos irmãos e irmãs, gostaria de iniciar hoje a refletir convosco sobre o Credo, isso é, sobre a solene profissão de fé que acompanha a nossa vida de crentes. O Credo começa assim: "Eu creio em Deus". É uma afirmação fundamental aparentemente simples na sua essencialidade, mas que abre ao infinito mundo do relacionamento com o Senhor e com o seu mistério. 

Crer em Deus implica adesão a Ele, acolhimento da sua Palavra e obediência alegre à sua revelação. Como ensina o Catecismo da Igreja Católica, " a fé é um ato pessoal: é a livre resposta do homem à iniciativa de Deus que se revela" (n. 166). 

Poder dizer acreditar em Deus é também um dom - Deus se revela, vem ao nosso encontro - e um empenho, é graça divina e responsabilidade humana, em uma experiência de diálogo com Deus que, por amor, "fala aos homens como aos amigos" (Dei Verbum, 2), fala a nós a fim de que, na fé e com a fé, possamos entrar em comunhão com Ele.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

SÉRIE: CATEQUESE DO PAPA - Fez-se Homem


Cidade do Vaticano - Sala Paulo VI - 
Quarta-feira, 9 de janeiro de 2013


Queridos irmãos e irmãs,

Neste tempo natalício, voltamos a meditar mais uma vez sobre o grande mistério de Deus que desceu do seu Céu para entrar na nossa carne. Em Jesus, Deus encarnou-se, tornou-se homem como nós e assim abriu-nos o caminho para o seu Céu, rumo à plena comunhão com Ele.

Nestes dias, nas nossas igrejas ressoou inúmeras vezes o termo «Encarnação» de Deus, para expressar a realidade que celebramos no Santo Natal: o Filho de Deus fez-se homem, como recitamos no Credo. Mas o que significa esta palavra central para a fé cristã? Encarnação deriva do latim «incarnatio». 

Santo Inácio de Antioquia — no final do primeiro século — e, acima de tudo, Santo Irineu, utilizaram este termo, meditando acerca do Prólogo do Evangelho de são João, de modo particular sobre a expressão: «O Verbo fez-se carne» (Jo 1, 14). Aqui, a palavra «carne», em conformidade com o uso hebraico, indica o homem na sua integridade, o homem todo, mas precisamente sob o aspecto da sua caducidade e temporalidade, da sua pobreza e contingência. 

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

SÉRIE: CATEQUESE DO PAPA - Foi concebido por obra do Espírito Santo


Cidade do Vaticano - Sala Paulo VI - Quarta-feira, 2 de Janeiro de 2013


Queridos irmãos e irmãs,

O Natal do Senhor ilumina mais uma vez com a sua luz as trevas que muitas vezes envolvem o nosso mundo e nosso coração, e traz esperança e alegria. De onde vem esta luz? Da gruta de Belém, onde os pastores encontraram «Maria, José e o Menino, deitado na manjedoura» (Lc 2, 16). 

Diante desta Sagrada Família surge uma interrogação mais profunda: como pode aquele Menino pequenino e frágil ter trazido uma novidade tão radical ao mundo, a ponto de mudar o curso da história? Existe porventura algo de misterioso na sua origem, que vai mais além daquela gruta?

Assim, reemerge sempre de novo a interrogação sobre a origem de Jesus, a mesma que é feita pelo Procurador Pôncio Pilatos durante o processo: «De onde és Tu?» (Jo 19, 9). E no entanto, trata-se de uma origem bem clara. No Evangelho de João, quando o Senhor afirma: «Eu sou o pão que desceu do céu», os judeus reagem murmurando: «Não é porventura Ele Jesus, filho de José, de quem conhecemos o pai e a mãe? Portanto, como é que diz agora: “Desci do Céu?”» (Jo 6, 42). 

E, pouco mais tarde, os cidadãos de Jerusalém opõem-se vigorosamente diante da presumível messianidade de Jesus, afirmando que se sabe bem «de onde Ele é; Mas o Messias, ao contrário, quando vier, ninguém saberá de onde é» (Jo 7, 27). 

domingo, 23 de dezembro de 2012

Catequese: IV Domingo do Advento


Homilia do D. Henrique Soares da Costa – IV Domingo do Advento – Ano C


IV Domingo do Advento
Lucas 1, 39-45

«Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Com um grande grito exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”.»

Laus Tibi Christe!


Estamos no último domingo do Advento e a Palavra de Deus, na ânsia de bem nos preparar para o santo Natal, apresenta-nos o Mistério de modo estupendo. E quando o Mistério é grande, antes, infinito, como é difícil falar dele!

Comecemos nossa meditação com a Epístola aos Hebreus, que de modo impressionante nos desvela os sentimentos do Filho eterno do Pai no momento da sua Encarnação: Pai, “Tu não quiseste vítima nem oferenda”, aquelas do Templo, aquelas vítimas simplesmente rituais, “mas formaste-me um corpo”, tu me fizeste humano, deste-me uma natureza humana! Não foram do teu agrado os sacrifícios de animais irracionais, os ritos meramente formais, “por isso eu disse: ‘Eis que eu venho! Eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade’”. 

Eis o primeiro aspecto que nos é dado hoje meditar! O Filho eterno, igual ao Pai, Deus igual a Deus, luz gerada pela luz, por puro amor, por pura obediência ao Pai que tanto nos amou, dignou-se fazer-se homem! Sem deixar de ser Deus verdadeiro, ele realmente se tornou homem verdadeiro, em tudo igual a nós, menos no pecado. Mas, como pode? Como é possível? 

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

SÉRIE: CATEQUESE DO PAPA - A Fé da Virgem


Sala Paulo VI - Vaticano - Quarta-feira, 19 de dezembro de 2012


Queridos irmãos e irmãs,

No caminho do Advento a Virgem Maria ocupa um lugar particular como aquela que de modo único esperou a realização das promessas de Deus, acolhendo na fé e na carne Jesus, o Filho de Deus, em plena obediência à vontade divina. Hoje, gostaria de refletir brevemente convosco sobre a fé de Maria a partir do grande mistério da Anunciação.

“Chaîre kecharitomene, ho Kyrios meta sou”, “Alegra-te, cheia de graça: o Senhor é convosco” (Lc 1, 28). São estas as palavras – reportadas pelo evangelista Lucas – com as quais o arcanjo Gabriel se dirige a Maria. À primeira vista, o termo chaîre, “alegra-te”, parece uma saudação normal, como era usual no âmbito grego, mas esta palavra, se lida a partir da tradição bíblica, adquire um significado muito mais profundo. 

Este mesmo termo está presente quatro vezes na versão grega do Antigo Testamento e sempre como anúncio de alegria pela vinda do Messias (cfr Sof 3,14; Gl 2,21; Zc 9,9; Lam 4,21). A saudação do anjo a Maria é também um convite à alegria, a uma alegria profunda, anuncia o fim da tristeza que há no mundo diante das limitações da vida, do sofrimento, da morte, da maldade, da escuridão do mal que parece obscurecer a luz da bondade divina. É uma saudação que marca o início do Evangelho, da Boa Nova. 

domingo, 16 de dezembro de 2012

Catequese - III Domingo do Advento


Homilia do Padre Valderi Silva - Diocese de Frederico Westphalen
III Domingo do Advento
Lc 3,10-18

A multidão perguntava a João: "Que devemos fazer?" Ele respondia: "Quem tem duas túnicas dê uma ao que não tem; e quem tem o que comer, faça o mesmo". Também publicanos vieram para ser batizados, e perguntaram-lhe: "Mestre, que devemos fazer?" Ele lhes respondeu: "Não exijais mais do que vos foi ordenado". Do mesmo modo, os soldados lhe perguntavam: "E nós, que devemos fazer?" Respondeu-lhes: "Não pratiqueis violência nem defraudeis a ninguém, e contentai-vos com o vosso soldo". Ora, como o povo estivesse na expectativa, e como todos perguntassem em seus corações se talvez João fosse o Cristo, ele tomou a palavra, dizendo a todos: "Eu vos batizo na água, mas eis que vem outro mais poderoso do que eu, a quem não sou digno de lhe desatar a correia das sandálias; ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo. Ele tem a pá na mão e limpará a sua eira, e recolherá o trigo ao seu celeiro, mas queimará as palhas num fogo inextinguível". É assim que ele anunciava ao povo a boa nova, e dirigia-lhe ainda muitas outras exortações. 

Laus Tibi Christe!



Caríssimos irmãos irmãs.

A Liturgia da Igreja reúne sucessivamente, ao longo do ano, os mais variados sentimentos: a tristeza na Semana Santa; o gáudio transbordante, porém cheio de temperança, na Ressurreição; a esperança durante o período do Tempo Comum; o júbilo festivo nas grandes solenidades. 

Em certo momento ainda, nos deparamos com uma manifestação […] de conforto e de felicidade em meio à penitência. Essa é a nota característica de dois domingos únicos no ano: o 4º Domingo da Quaresma [chamado de Laetare], e o 3º Domingo do Advento [chamado de Gaudete]. Neste último, sobre o qual refletiremos, a Igreja abre um parêntese na ascese e na preocupação constante de uma conversão – atitudes próprias à época do Advento e preparativas para a vinda de Nosso Senhor – para tratar da alegria, infundindo-nos novo ânimo. (Mons. João Clã Dias. O inédito sobre os Evangelhos. Homilia para III Domingo do Advento. Ed. Instituto Lumen Sapientiae, 2012, pg. 53)

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

SÉRIE: CATEQUESE DO PAPA - Ano da Fé: Etapas da Revelação


Cidade do Vaticano, Sala Paulo VI - Quarta-feira, 12 de dezembro de 2012


Queridos irmãos e irmãs,

Na catequese passada falei da Revelação de Deus, como comunicação que Ele faz de Si mesmo e do seu desígnio de benevolência e de amor. 

Esta Revelação de Deus se insere no tempo e na história dos homens: história que transforma “o lugar no qual podemos constatar o agir de Deus a favor da humanidade. Ele chega até nós naquilo que para nós é mais familiar, e fácil de verificar, porque constitui o nosso contexto cotidiano, sem o qual não seríamos capazes de entender” (João Paulo II, Enc. Fides et ratio, 12).

O Evangelista São Marcos – como ouvimos – relata, em termos claros e sintéticos, os momentos iniciais da pregação de Jesus “O tempo está cumprido e o reino de Deus está próximo” (Mc 1, 15). Isso que ilumina e dá sentido pleno à história do mundo e do homem começa a brilhar na gruta de Belém; é o Mistério que logo contemplaremos no Natal: a salvação que se realiza em Jesus Cristo. 

domingo, 9 de dezembro de 2012

Catequese: II Domingo do Advento


Homilia D. Henrique Soares da Costa - II Domingo do Advento 

II Domingo do Advento
Lucas 3, 1-6 

No ano décimo quinto do reinado do imperador Tibério, sendo Pôncio Pilatos governador da Judéia, Herodes tetrarca da Galiléia, seu irmão Filipe tetrarca da Ituréia e da província de Traconites, e Lisânias tetrarca da Abilina, sendo sumos sacerdotes Anás e Caifás, veio a palavra do Senhor no deserto a João, filho de Zacarias. Ele percorria toda a região do Jordão, pregando o batismo de arrependimento para remissão dos pecados,como está escrito no livro das palavras do profeta Isaías: “Uma voz clama no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. Todo vale será aterrado, e todo monte e outeiro serão arrasados; tornar-se-á direito o que estiver torto, e os caminhos escabrosos serão aplainados. Todo homem verá a salvação de Deus’”. 

Laus Tibi Christe!


Estamos no Domingo II do Advento. Este é um tempo de espera. Um tempo a nos recordar que a humanidade toda espera, mesmo sem saber: neste mudo cansado e ferido, o coração humano espera um sentido pra vida, espera a paz, espera o amor, espera a plenitude... 

Para usar a linguagem da Bíblia: espera a salvação! A humanidade esperou e espera... Também o povo de Israel esperou. Nos momentos de escuridão da sua história, Israel levantou-se e continuou o caminho, porque alicerçado na promessa do seu Deus. 

A primeira leitura da Missa de hoje apresenta-nos esta realidade de modo comovente: quando o povo estava na maior escuridão do exílio de Babilônia, Deus lhe falou de esperança. Estas palavras ainda hoje nos tocam e comovem, ainda hoje são para nós: “Depõe a veste de luto, e reveste, para sempre, os adornos da glória vinda de Deus! Cobre-te com o manto da justiça que vem de Deus e põe na cabeça o diadema da glória do Eterno!” 

Deus promete ao seu povo a felicidade, a bênção, a glória – não quaisquer umas, mas aquelas que vêm de Deus! Nosso Deus foi e sempre será o Deus da promessa, o Deus que nos aponta para um futuro de bênção, que nos enche de esperança, que faz nosso coração palpitar, sonhando com a paz que ele dará! 

Ora, esta esperança, esta bênção, esta paz, esta plenitude, este futuro, têm um nome: Jesus Cristo! Tudo se cumpre nele, tudo se resume nele; nele, tudo é pleno e duradouro: ele é o Sim de Deus para Israel e para toda a humanidade! 

A salvação que a humanidade esperou e os profetas prometeram a Israel, no Evangelho deste Domingo aparece tão próxima: ela entra na história humana; não fica lá em cima, no céu; entra nas coordenadas dos nossos pobres dias: “No décimo quinto ano do império de Tibério César, quando Pôncio Pilatos era governador da Judéia, Herodes administrava a Galiléia, seu irmão Filipe, as regiões da Ituréia e Traconítide, e Lisânias a Abilene; quando Anás e Caifás eram sumos sacerdotes...” 

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

SÉRIE: CATEQUESE DO PAPA - O Ano da Fé. Deus revela o seu "desígnio de benevolência"


Cidade do Vaticano, Sala Paulo VI - Quarta-feira, 5 de Dezembro de 2012 


O Ano da Fé. Deus revela o seu "desígnio de benevolência"


Queridos irmãos e irmãs,


No início da sua Carta aos cristãos de Éfeso (cf. 1, 3-14), o apóstolo Paulo eleva uma prece de bênção a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos introduz na vivência do tempo de Advento, no contexto do Ano da fé. O tema deste hino de louvor é o projeto de Deus a respeito do homem, definido com termos repletos de alegria, de enlevo e de ação de graças, como um «desígnio de benevolência» (v. 9), de misericórdia e de amor.

Por que motivo o Apóstolo eleva a Deus, do profundo do seu coração, esta bênção? Porque vê o seu agir na história da salvação, culminado na encarnação, morte e ressurreição de Jesus, e contempla como o Pai celeste nos escolheu ainda antes da criação do mundo, para sermos seus filhos adotivos. 

No seu Filho Unigênito, Jesus Cristo (cf. Rm 8, 14s.; Gl 4, 4 s.). Nós existimos desde a eternidade na mente de Deus, num grande desígnio que Deus conservou em si mesmo e que decidiu pôr em prática e revelar «na plenitude dos tempos» (cf. Ef 1, 10). 

Por conseguinte, São Paulo faz-nos compreender como toda a criação e, de modo particular, o homem e a mulher, não são fruto do acaso, mas correspondem a um desígnio de benevolência da razão eterna de Deus que, com o poder criador e redentor da sua Palavra, dá origem ao mundo. 

domingo, 2 de dezembro de 2012

Catequese - I Domingo do Advento


Homilia de D. Henrique Soares da Costa – I Domingo do Advento – Ano C



I Domingo do Advento

Lucas 21,25-28.34-36

Disse Jesus a seus discípulos: “Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra a aflição e a angústia apoderar-se-ão das nações pelo bramido do mar e das ondas. Os homens definharão de medo, na expectativa dos males que devem sobrevir a toda a terra. As próprias forças dos céus serão abaladas. Então verão o Filho do Homem vir sobre uma nuvem com grande glória e majestade. Quando começarem a acontecer estas coisas, reanimai-vos e levantai as vossas cabeças; porque se aproxima a vossa libertação. Velai sobre vós mesmos, para que os vossos corações não se tornem pesados com o excesso do comer, com a embriaguez e com as preocupações da vida; para que aquele dia não vos apanhe de improviso. Como um laço cairá sobre aqueles que habitam a face de toda a terra. Vigiai, pois, em todo o tempo e orai, a fim de que vos torneis dignos de escapar a todos estes males que hão de acontecer, e de vos apresentar de pé diante do Filho do Homem”.

Laus Tibi Christe!



“A vós, meu Deus, elevo a minha alma. Confio em vós, que eu não seja envergonhado!” Com a Eucaristia de hoje estamos iniciando um novo Ano Litúrgico e também o Tempo do Advento, que nos prepara para o Natal do Senhor. Durante este novo ano, aos domingos, escutaremos sempre trechos do Evangelho segundo Lucas. 

E nesta primeira Missa deste novo tempo, a Igreja, no missal, coloca as palavras do salmo 24, que foram lidas há pouco: “A vós, meu Deus, elevo a minha alma”… A Igreja ergue os olhos, o coração, a alma para o Senhor, reconhecendo-se pobre, pequena e necessitada. “Confio em vós, que eu não seja envergonhado!” 

Estas palavras, exprimem qual deva ser nossa atitude neste santo Advento: atitude de quem se reconhece necessitado de um Salvador; de quem se sabe pequeno e incapaz de caminhar sozinho! A humanidade, sozinha, não chega à plenitude, não encontra a felicidade: precisamos que Deus venha e nos estenda a mão, que ele nos eleve e nos salve!

O Advento nos prepara para o Natal e nos faz pensar que um dia o Senhor virá em sua glória para levar à plenitude sua obra de salvação. É um tempo de vigilância, de súplica, de alegre esperança no Senhor que vem: veio em Belém, vem no mistério celebrado no Natal, virá no final dos tempos e vem a cada dia, nos grandes e pequenos momentos, nos sorrisos e nas lágrimas. 

A liturgia nos ajuda a viver bem este tempo com símbolos próprios desta época: a cor roxa, que significa sobriedade e vigilância; o “Glória”, que não será rezado na Missa, para recordar que estamos nos preparando para cantá-lo a plenos pulmões no Natal; a ornamentação sóbria da igreja; a coroa do Advento, que abençoamos no início desta celebração; as leituras e cânticos tão comoventes, sempre pedindo a graça da Vinda do Senhor; a memória dos personagens que nos ensinam a esperar o Messias: Isaías, João Batista, Isabel e Zacarias, José e, sobretudo, a Virgem Maria.

Neste tempo, cuidemos de meditar mais na Palavra de Deus, tanto nas leituras da Missa diária quanto no livro do Profeta Isaías. Procuremos também o sacramento da confissão. Abramos nosso coração Àquele que vem!

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

SÉRIE: CATEQUESE DO PAPA - Como falar de Deus no mundo hoje



Cidade do Vaticano, Sala Paulo VI - Quarta-feira, 28 de Novembro de 2012, Boletim da Santa Sé 


Caros irmãos e irmãs,

A pergunta central que hoje nos fazemos é a seguinte: como falar de Deus no nosso tempo? Como comunicar o Evangelho, para abrir estradas na sua verdade salvífica nos corações sempre fechado dos nossos contemporâneos e na mente deles tantas vezes distraídas por tantos estímulos da sociedade? 

O próprio Jesus, dizem-nos os Evangelistas, no anunciar do Reino de Deus se perguntou sobre isto: “A que podemos comparar o reino de Deus e com que parábola podemos descrevê-lo?” (Mc 4,30). Como falar de Deus hoje? A primeira resposta é que nós podemos falar de Deus, porque Ele falou conosco. A primeira condição para falar de Deus é também a escuta de quanto disse o próprio Deus. 

Deus falou conosco! Deus não é uma hipótese distante sobre a origem do mundo; não é uma inteligência matemática muito distante de nós. Deus se interessa por nós, nos ama, entrou pessoalmente na realidade da nossa história, se auto-comunicou até encarnar-se. Então, Deus é uma realidade da nossa vida, é tão grande que tem também tempo para nós, ocupa-se de nós. 

Em Jesus de Nazaré nós encontramos a face de Deus, que desceu do seu Céu para imergir-se no mundo dos homens, no nosso mundo, e ensinar a “arte de viver”, o caminho da felicidade; para libertar-nos do pecado e tornar-nos filhos de Deus (cfr Ef 1,5; Rm 8,14). Jesus veio para salvar-nos e mostrar-nos a vida boa do Evangelho. 


domingo, 25 de novembro de 2012

Catequese - Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo

 
Homilia de Bento XVI na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo - Basílica Vaticana - Domingo, 25 de novembro de 2012

Cristo Rei
João 18,33-37

Naquele tempo: Pilatos entrou no pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe: “És tu o rei dos judeus?” Jesus respondeu: “Dizes isso por ti mesmo, ou foram outros que to disseram de mim?”Disse Pilatos: “Acaso sou eu judeu? A tua nação e os sumos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste?” Respondeu Jesus: “O meu Reino não é deste mundo. Se o meu Reino fosse deste mundo, os meus súditos certamente teriam pelejado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu Reino não é deste mundo”. Perguntou-lhe então Pilatos: “És, portanto, rei?” Respondeu Jesus: “Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo. Todo o que é da verdade ouve a minha voz”.

Laus Tibi Christe!



Senhores Cardeais,

Venerados Irmãos no Episcopado e no Sacerdócio, Amados irmãos e irmãs!

A solenidade de Jesus Cristo Rei do universo, que hoje coroa o Ano Litúrgico, vê-se enriquecida com a recepção no Colégio Cardinalício de seis novos membros, que convidei, como é tradição, para concelebrar comigo a Eucaristia nesta manhã. A cada um deles dirijo a minha saudação mais cordial, agradecendo ao Cardeal James Michael Harvey as amáveis palavras que em nome de todos me dirigiu. 

Saúdo os outros Purpurados e todos os Prelados presentes, bem como as ilustres Autoridades, os Senhores Embaixadores, os sacerdotes, os religiosos e todos os fiéis, especialmente quantos vieram das dioceses que estão confiadas ao cuidado pastoral dos novos Cardeais.

Neste último domingo do Ano Litúrgico, a Igreja convida-nos a celebrar Jesus Cristo como Rei do universo; chama-nos a dirigir o olhar em direção ao futuro, ou melhor em profundidade, para a meta última da história, que será o reino definitivo e eterno de Cristo. 

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

SÉRIE: CATEQUESE DO PAPA - O Ano da Fé. O bom senso da fé em Deus


Cidade do Vaticano - Sala Paulo VI - Quarta-feira, 21 de Novembro de 2012
 
Estimados irmãos e irmãs

Caminhemos em frente neste Ano da fé, levando no nosso coração a esperança de redescobrir quanta alegria existe em crer e em reencontrar o entusiasmo de comunicar a todos as verdades da fé. Estas verdades não constituem uma simples mensagem acerca de Deus, uma informação particular sobre Ele. 

Ao contrário, exprimem o acontecimento do encontro de Deus com os homens, encontro salvífico e libertador, que realiza as aspirações mais profundas do homem, os seus anseios de paz, de fraternidade e de amor. 

A fé leva a descobrir que o encontro com Deus valoriza, aperfeiçoa e eleva aquilo que existe de verdadeiro, de bom e de belo no homem. Assim acontece que, enquanto Deus se revela e se deixa conhecer, o homem descobre quem é Deus e, conhecendo-o, descobre-se a si mesmo, a própria origem, o seu destino, a grandeza e a dignidade da vida humana.

A fé permite um saber autêntico sobre Deus, que abrange toda a pessoa humana: é um “saber”, ou seja de um conhecer que confere sabor à vida, um novo gosto de existir, um modo jubiloso de estar no mundo. A fé manifesta-se no dom de si pelos outros, na fraternidade que torna o homem solidário, capaz de amar, vencendo a solidão que o torna triste. Por isso, este conhecimento de Deus através da fé não é unicamente intelectual, mas vital. 

domingo, 18 de novembro de 2012

Catequese - XXXIII Domingo do Tempo Comum


Homilia de D. Henrique Soares da Costa

XXXIII Domingo
Marcos 13,24-32

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Naqueles dias, depois dessa tribulação, o sol se escurecerá, a lua não dará o seu resplendor; cairão os astros do céu e as forças que estão no céu serão abaladas. Então verão o Filho do homem voltar sobre as nuvens com grande poder e glória. Ele enviará os anjos, e reunirá os seus escolhidos dos quatro ventos, desde a extremidade da terra até a extremidade do céu. Compreendei por uma comparação tirada da figueira. Quando os seus ramos vão ficando tenros e brotam as folhas, sabeis que está perto o verão. Assim também quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o Filho do homem está próximo, às portas. Em verdade vos digo: não passará esta geração sem que tudo isto aconteça. Passarão o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão. A respeito, porém, daquele dia ou daquela hora, ninguém o sabe, nem os anjos do céu nem mesmo o Filho, mas somente o Pai”. 

Laus Tibi Christe!



Estamos no penúltimo domingo do ano litúrgico, ano da Igreja. Depois de termos celebrado o Advento, o Natal, a Quaresma e a Páscoa do Senhor, depois de mais de trinta domingos do chamado Tempo Comum, estaremos encerrando domingo próximo, com a Solenidade de Cristo Rei, o ano litúrgico. Dentro de quinze dias, entraremos num novo ano, com o primeiro domingo do Advento, preparando o Santo Natal. O tempo passa, a vida passa... tudo passa!

Pois bem, é próprio da Liturgia, nos últimos domingos do ano litúrgico, fazer-nos pensar sobre o fim de todas as coisas; “fim” no sentido de final; mas também fim no sentido de finalidade e, portanto, de plenitude. 

E nossa fé nos diz que a plenitude, o "fim" de tudo é o Cristo Jesus: ele é o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, “através dele e para ele tudo foi criado no céu e na terra” (cf. Cl 1,15ss), é ele quem, no final dos tempos, virá como “Filho do homem, nas nuvens com grande poder e glória” (evangelho). Ou seja, Cristo morto e ressuscitado é a consumação e a finalidade, a plenitude e o sentido de tudo quanto existe! Para ele tudo corre, como o rio corre para o mar; e, no fim, ele entregará tudo a Deus, seu Pai, na potência do Espírito Santo (cf. 1Cor 15,28)! Vejamos: 
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