Mito 17: "Os fiéis podem rezar junto a doxologia e a oração da paz"
Não podem.
Diz o Código de Direito Canônico (Cânon 907) que "Na celebração Eucarística, não é lícito aos diáconos e leigos proferir as orações, especialmente a oração eucarística, ou executar as ações próprios do sacerdote celebrante."
Também a Instrução Inaestimabile Donum (n.4) afirma:
"Está reservado ao sacerdote, em virtude de sua ordenação, proclamar a Oração Eucarística, a qual por sua própria natureza é o ponto alto de toda a celebração. É portanto um abuso que algumas partes da Oração Eucarística sejam ditas pelo diácono, por um ministro subordinado ou pelos fiéis. Por outro lado isso não significa que a assembléia permanece passiva e inerte. Ela se une ao sacerdote através do silêncio e demonstra a sua participação nos vários momentos de intervenção providenciados para o curso da Oração Eucarística: as respostas no diálogo Prefácio, o Sanctus, a aclamação depois da Consagração, e o Amén final depois do Per Ipsum. O Per Ipsum ( por Cristo, com Cristo, em Cristo) por si mesmo é reservado somente ao sacerdote. Este Amén final deveria ser enfatizado sendo feito cantado, sendo que ele é o mais importante de toda a Missa."
Tais orações são orações do sacerdote. De forma especial, a doxologia ("Por Cristo, com Cristo e em Cristo..."), que é momento onde o sacerdote oferece à Deus Pai o Santo Sacrifício de Nosso Senhor.
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Comentário sobre este ponto (27/08):
O que aconteceria se um leigo, durante uma Missa, subisse ao altar e "tentasse consagrar"?
Iria continuar sendo pão e vinho...
Agora, se é um sacerdote que consagra, o que acontece?
Torna-se Presença Real e Substancial do Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Nosso Senhor, nas aparências do pão e do vinho, como afirma o Catecismo da Igreja Católica (Cat.), nos números 1374-1377 .
O Catecismo diz ainda claramente: "Só os sacerdotes validamente ordenados podem presidir a Eucaristia e consagrar o pão e o vinho para que se tornem Corpo e Sangue do Senhor." (n. 1411)
Porque isso?
Porque o Sacerdote, como falamos anteriormente, é "Persona Christi", tem alma configurada ministerialmente ao Único e Eterno Sacerdócio de Nosso Senhor. Por isso, o próprio Cristo se oferece ao Pai Eterno e a nós, pelas mãos do sacerdote, na Hóstia Consagrada (Cat., 1536-1600).
Lamentar por isso? Jamais! "O Sacerdócio é o Amor do Coração de Jesus" (São João Maria Vianney), é o Sacerdócio é graça suprema que, em Sua Misericórdia, Deus dá a alguns escolhidos, EM FAVOR DE TODOS NÓS!
Com efeito, "todo Pontífice é escolhido dentre os homens e constutuído dos homens e constituído A FAVOR DOS HOMENS como Mediador das coisas que dizem respeito a Deus, para oferecer dons e sacrifício pelos pecados. (...) Por isso, ele deve ofercer sacrifícios tanto pelos próprios pecados quanto pelos pecados do povo. (Hebreus 5,1-3).
Pois a Santa Missa acontece a Renovação do Santo Sacrifício de Nosso Senhor, pelas mãos dos Sacerdotes (Cat.1356-1372). A Missa é o Sacrifício que nos salva!
A Palavra de Deus continua, falando do Sacerdócio:
"Ninguem se aproprie desta honra, somente aquele que é chamado por Deus..." (Hebreus 5,1)
Por isso, o leigo não tem nem autoridade, nem poder para celebrar o Santo Sacrifício da Missa. Mas todos nós somos BENEFICIADOS pela Missa, o Sacrifício que nos salva.
Portanto, a mesma forma que não tem sentido e validade o leigo "tentar" consagrar, também não tem sentido nem validade o leigo "tentar" oferecer o Santo Sacrifício ao Pai, rezando a doxologia ("Por Cristo, com Cristo e em Cristo...").
É o sacerdote que tem autoridade de oferecer este Sacrífício.
Neste Sacrifício, toda a Criação, assumida por Nosso Senhor na Encarnação e remida de uma vez por todas na Cruz, é oferecida por Ele ao Pai, através Dele ("por Cristo"), Mediador entre o Céu e a Terra (Hebreus 8,6); junto com Ele ("Com Cristo"), nos também nos entregamos no altar e oferecemos ao Pai o nosso "sacríficio vivo, santo e agradável a Deus" (Romanos 12,1); Nele, e nós mesmos somos oferecidos Nele ("em Cristo"), como membro do Seu Corpo que é a Santa Igreja (ICoríntios 12,27; Colossenses 1,18).
Sem o Sacerdócio Ministerial, esse milagre não se realiza. Por isso, NÃO há validade nem sentido que os fiéis pronunciem a doxologia.
Mas sim, que com todos fervor respondam "Amém!", como se estivesse dizendo:
"Eu quero ser, Jesus, hóstia Contigo no altar, oferta Contigo no altar!"
Infelizmente, passamos por situações constrangedoras quando vemos sacerdotes cometendo equívocos por uma falta de formação litúrgico, ou mesmo atos de desobediência, exortando os fiéis a proferirem junto com eles orações da Santa Missa que são estritamente sacerdotais.
O Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento ZVI, é incisivo em dizer ("O Sal da Terra"): "Do que precisamos é de uma nova educação litúrgica, especialmente também os padres".
Alguns invocam nisso o princípio da "obediência ao sacerdote que celebra"; porém, é preciso lembrar que a Santa Igreja é hierárquica, e uma determinação de um sacerdote que vá contra uma determinação de Roma é automaticamente nula. O próprio Concílio Vaticano II deixa claro:
"Ninguém mais, absolutamente, mesmo que seja sacerdote, ouse, por sua iniciativa, acrescentar, suprimir ou mudar seja o que for em matéria litúrgica." (Sacrossantum Concilium, n.22)
Portanto, em um conflito entre obedecer o Papa ou o sacerdote que celebra, o dever de obediência é ao Papa!
Se alguém está desobedecendo, é o sacerdote que celebra, não nós...
A medida que estes sacerdotes, seja por falta de formação ou desobediência, forem percebendo que os fiéis não o acompanham quando exorta a proferir junto a Doxologia, a tendência é que eles irem parando de fazer isso...
Há modernistas que, desejando propagar sua teologia litúrgica revolucionária e incompatível coma Doutrina Católica, e conhecendo bem o valor dos símbolos para o ser humano, fazem questão de alterar os sinais externos da Liturgia que apontam para a distinção entre o Sacerdócio ministerial e os leigos (inclusive o sinal que silenciar ou proferir junto uma oração).
Por ser a Eucaristia ser a expressão máxima do Amor de Deus, o Demônio investe todos os esforços para tentar acabar com ela. Sem Sacerdócio, não há Eucaristia, não há Santo Sacrifício da Missa. Por isso o Demônio investe todos os seus esforços em acabar com o Sacerdócio.
Como é grande a responsabilidade depositada em suas mãos, e o ódio de Satanás em querer destruir esses Santos Mistérios na alma dos sacerdotes!
Retomamos o que já dissemos em postagem anterior:
Olhemos agora para a movimentação modernista, revolucionário e mesmo espiritual que está por detrás de polêmicas litúrgicas que é comum vermos hoje, a respeito dessas questões.
Em tempo: existe uma Revolução Cultural Anticristã, em processo em nossa sociedade, quer abolir na sociedade as justas desigualdades e hierarquias (Cat., n. 874-896), e a teologia modernista quer abolir o Sacerdócio, igualando a figura do sacerdote a qualquer outro leigo.
Muitos liturgistas adeptos da teologia modernista, ou influenciados por ela, e que com as suas novas interpretações litúrgicas pretendem negar ou ofuscar os Mistérios da Presença Real e Substancial de Nosso Senhor na Hóstia Consagrada, da Santa Missa como Renovação do Sacrifício de Nosso Senhor e do Sacerdócio Ministerial.
Nestes casos, é ignorada a essência mística do Sacerdócio, e o sacerdote é rebaixado a ser, simplesmente, alguém que ocupa um cargo à frente de uma comunidade. Neste aspecto, é o mesmo igualitarismo revolucionário que no séc. XVI os protestantes fizeram, atentando contra a hierarquia da Santa Igreja, instituída por Nosso Senhor.
Há destes liturgistas que conhecem bem o poder dos símbolos e da linguagem para a alma humana, e o utilizam em suas estratégias.Muitos vezes, são exemplos disso:
- os sacerdotes andarem "vestidos de leigos" – não usarem nem batina nem clergyman (ou hábito religioso, no caso dos sacerdotes religiosos). Em tempo: o Código de Direito Canônico determinada que os cléricos usem veste clerical (cânon 284).
- os sacerdotes usarem cada vez menos paramentos na Santa Missa, deixando de usar a casula, que é o paramento próprio para a Santa Missa, e usando apenas somente alva e estola (e por vezes nem isso!) – enquanto os leigos usam cada vez mais "vestes litúrgicas" – e estranhamente, em vários lugares, "vestes de leitor" que parecem casulas. Ocorrem dois processos similares e igualitaristas: a laicização do clero e a clericalização do leigo.
- uso de Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão sem real necessidade (e a real necessidade é exigida pelas normas litúrgicas para eles atuarem, como afirma a Instrução Redemptionis Sacramentum, n. 151).- o Mito do "sacerdócio feminino", que segundo a doutrina católica não existe nem poderá existir; etc), como define doutrinalmente a Carta Apostólica Ordinatio Sacerdotalis, do saudoso Papa João Paulo II.
- a apologia de que o sacerdotes e os fiéis devem ficar, necessariamente, ao "redor do altar" (ilustrando que "todos celebram igual"), rechaçando a celebração da Santa Missa em "Versus Deum" ("Voltados para Deus", que é a forma como o Santo Padre recomenda que se faça no seu livro "Introdução ao Espírito da Liturgia"), já que nesta forma, o sacerdote se coloca, fisicamente, diante de Deus, em nome dos fiéis, como Cabeça.
- o sacerdote dizer para os fiéis recitarem orações na Santa Missa que são sacerdotais, como o "Por Cristo" e a "Oração da Paz" (Instrução Inaestimabile Donum, n.4).
É preciso percebermos este perigoso movimento cultural, teológico e litúrgico, e reagirmos.
Nas aparições da Santíssima Virgem em Fátima (Portugal, 1917), oficialmente reconhecidas pela Santa Igreja, quando o Anjo apareceu para as crianças, antes da Virgem aparecer, ele trazia consigo uma Hóstia Consagrada. Prostrando-se por terra, ensinou a elas a seguinte oração:
"Meu Deus: eu creio, adoro, espero-vos e amo-vos. Peço-vos perdão por aqueles que não crêem, não adoram, não esperam e não vos amam."
Que a Grande Mãe de Deus, Mãe da Eucaristia e Mãe dos Sacerdotes, pela Sua Poderosa Intercessão, nos conceda a graça de crer, adorar, amar e zelar pelo Santíssimo Corpo do Deus-Amor Sacramentado, pelo Santo Sacrifício do Altar e pelo Sacerdócio...
Publicado por Francisco Dockhorn
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