segunda-feira, 11 de abril de 2011

SÉRIE - MITOS LITÚRGICOS COMENTADOS - Mito 13: Comunhão de joelhos e na boca?

Mito 13: "É errado comungar na boca e de joelhos"

Não é.


A norma tradicional para receber o Corpo de Nosso Senhor, mantida como a única forma lícita por muito séculos, é que se receba diretamente na boca e estando de joelhos, como sinal de reverência e adoração.

Após o Concílio Vaticano II, Roma permitiu, devido ao pedido de algumas conferências episcopais, que em alguns locais os fiéis que desejassem pudessem receber o Corpo de Nosso Senhor na mão.

Por outro lado, os documentos oficiais da Santa Igreja recomendaram que o costume de comungar na boca fosse conservado, e proíbem expressamente que os sacerdotes e demais ministros neguem o Corpo de Nosso Senhor diretamente na boca a quem deseja receber desta forma.


A instrução Memoriale Domini, publicada pela Sagrada Congregação para o Culto Divino em 1969, afirma que, se na antigüidade, em algum local foi comum a prática dos fiéis receberem o Corpo de Nosso Senhor na mão, houve nas normas litúrgicas um amadurecimento neste sentido para que se passasse a receber o Corpo de Nosso Senhor diretamente na boca.

Diz o documento:

"Com o passar do tempo, quando a verdade e a eficácia do mistério eucarístico, assim como a presença de Cristo nele, foram perscrutadas com mais profundidade, o sentido da reverência devida a este Santíssimo Sacramento e da humildade com a qual ele deve ser recebido exigiram que fosse introduzido o costume que seja o ministro mesmo que deponha sobre a língua do comungante uma parcela do pão consagrado."

Mas quais são as vantagens que há em receber o Corpo de Nosso Senhor diretamente na boca? O mesmo documento fala de duas: a maior reverência à Sua Presença Real e a maior segurança para que não se percam os fragmentos do Seu Corpo. Assim ele afirma:

"Essa maneira de distribuir a santa comunhão deve ser conservada, não somente porque ela tem atrás de si uma tradição multissecular, mas sobretudo porque ela exprime a reverência dos fiéis para com a Eucaristia. Esse modo de fazê-lo não fere em nada a dignidade da pessoa daqueles que se aproximam desse sacramento tão elevado, e é apropriado à preparação requerida para receber o Corpo do Senhor da maneira mais frutuosa possível. 

Essa reverência exprime bem a comunhão, não "de um pão e de uma bebida ordinários" (São Justino), mas do Corpo e do Sangue do Senhor, em virtude da qual "o povo de Deus participa dos bens do sacrifício pascal, reatualiza a nova aliança selada uma vez por todas por Deus com os homens no Sangue de Cristo, e na fé e na esperança prefigura e antecipa o banquete escatológico no Reino do Pai" (Sagr. Congr.. dos Ritos, Instrução Eucharisticum Mysterium, n.3)

Por fim, assegura-se mais eficazmente que a santa comunhão seja administrada com a reverência, o decoro e a dignidade que lhe são devidos de sorte que seja afastado todo o perigo de profanação das espécies eucarísticas, nas quais, "de uma maneira única, Cristo total e todo inteiro,Deus e homem, se encontra presente substancialmente e de um modo permanente" (Sagr. Congr. dos Ritos, Instrução Eucharisticum Mysterium, n. 9); "e para que se conserve com diligência todo o cuidado constantemente recomendado pela Igreja no que concerne aos fragmentos do pão consagrado."

As normas litúrgicas são bem claras em afirmar que "os fiéis jamais serão obrigados a adotar a prática da comunhão na mão." (Notificação da Sagrada Congregação para o Culto Divino, de Abril de 1985).

Aqueles que comungam na mão precisam atentar, ainda, para que não se percam pequenos fragmentos da Hóstia Consagrada, nos quais também Nosso Senhor esta presente por inteiro - isto seria, de fato, uma profanação.

Também se permitiu, em alguns locais, que se receba o Corpo de Nosso Senhor estando em pé. Mas da mesma forma que a Sagrada Comunhão na mão, isto se permitiu como uma concessão à regra tradicional, afirmando-se que os que desejarem receber o Corpo de Nosso Senhor ajoelhados, em sinal de adoração, são livres para fazê-lo. É o que afirma a Sagrada Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos:

"A recusa da Comunhão a um fiel que esteja ajoelhado, é grave violação de um dos direitos básicos dos fiéis cristãos. (...) 

Mesmo naqueles países em que esta Congregação adotou a legislação local que reconhece o permanecer em pé como postura normal para receber a Sagrada Comunhão, ela o fez com a condição de que os comungantes desejosos de se ajoelhar não seria recusada a Sagrada Eucaristia.(...) 

A prática de ajoelhar-se para receber a Santa Comunhão tem em seu favor uma antiga tradição secular, e é um sinal particularmente expressivo de adoração, completamente apropriado, levando em conta a verdadeira, real e significativa presença de Nosso Senhor Jesus Cristo debaixo das espécies consagradas. (....) Os sacerdotes devem entender que a Congregação considerará qualquer queixa desse tipo com muita seriedade, e, caso sejam procedentes, atuará no plano disciplinar de acordo com a gravidade do abuso pastoral."(Protocolo no 1322/02/L)

Tal intervenção foi reiterada em 2003.

Também a instrução Redemptionis Sacramentum, instrução publicada pela mesma congregação em 2004, determina (n. 91):

"Qualquer batizado católico, a quem o direito não o proíba, deve ser admitido à sagrada Comunhão. Assim pois, não é lícito negar a sagrada Comunhão a um fiel, por exemplo, só pelo fato de querer receber a Eucaristia ajoelhado ou de pé."

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Comentário sobre este Mito (02/07):

O Papa Bento XVI, nosso Santo Padre, surpreendeu a muitos a partir de 2008, quando restaurou o uso do genuflexório para a Comunhão e em suas Missas em Roma, com os fiéis passando a receber dele o Corpo de Deus de joelhos e na boca.

O significado disso é que Nosso Senhor Jesus Cristo está presente verdadeiramente no Santíssimo Sacramento do Altar, em Corpo, Sangue, Alma e Divindade, nas aparências do pão e do vinho, como afirma o Catecismo da Igreja Católica (Cat.), nos números 1374-1377.

Sobre este assunto, o Pe. Paulo Ricardo de Azevedo Júnior assim abordou  explicando também as razões do Papa para tomar tal atitude:


"Eu devo confessar uma coisa: eu, durante vários anos como padre, insisti terminantemente que as pessoas comungassem na mão, devido aos meus estudos. Eu estudei as catequeses mistagógicas de São Cirilo, e lá ele ensina a comungar na mão. 



E eu insistia nisso, porque afinal das contas, são os Santos Padres que estão nos ensinando; é a volta às fontes. E eu insistia nisso, e ficava até com raiva quando um seminarista vinha comungar na boca. Mas vejam: eu sou canonista, e também sabia que o seminarista tinha o direito de receber a comunhão na boca. Por isso, eu não proibia, só ficava incomodado. Tudo isso era o que eu lutava e cria até a pouco tempo atrás, até que Bento XVI me deu uma rasteira.

Bento XVI começou a dar a comunhão na Liturgia do Papa para os fiéis de joelhos, num genuflexório e na boca.

Eu fiquei inicialmente chocado com aquilo, até que eu fui estudar. Por que ele é Papa! Se ele está tomando uma atitude, alguma razão tem. Então eu fui estudar quais são as razões, e como é que surgiu a comunhão na mão.


A primeira coisa que me espantou: descobri que a comunhão na mão - que é algo que podemos fazer, porque foi permitido – ela é uma exceção, segundo a lei canônica; ou seja, canonicamente a forma normal, comum, corriqueira , de se comungar, é na boca. É isso que foi colocado na legislação por Paulo VI e está nas várias legislações de João Paulo II. Mas desde que Paulo VI concedeu a comunhão na mão, ela é claramente uma exceção, permitam-me a redundância, excepcionalíssima. Vamos ficar com a verdade: a atual legislação da Igreja diz que a comunhão normal é na boca.

No Missal de Paulo VI , quando ele foi aprovado em 1969 e 1970 – são as primeiras aprovações do Missal que nós celebramos – não existe nenhuma referência à comunhão na mão. A coisa surgiu depois. E investigando, eu descobri que nos países do Norte da Europa – Holanda, Alemanha... – o pessoal começou a comungar na mão por iniciativa própria, por desobediência.

O Papa ficou sabendo, e o Vaticano disse: parem com isso! Mas o pessoal continuou. Então chegou uma hora em que, para não ter uma rebelião em massa, o Vaticano deu uma autorização as Conferências Episcopais – como a CNBB, aqui no Brasil, por exemplo – para que elas, se acharem oportuno, peçam permissão a Santa Sé e a Santa Sé então dá permissão para a Conferência receber a comunhão na mão; mas o normal continua sendo a comunhão na boca. E isso eu descobri lendo um livro de um Arcebispo que foi responsável por toda a Reforma Litúrgica: Dom Annibale Bugnini (La Riforma Liturgica 1948 – 1975, Roma: CVL). Foi ele o chefe da comissão responsável por elaborar o Missal que nós temos hoje. E isso ele disse claramente, é ele que narra; eu não ouvi isso de uma fofoca.

Quais são as razões de Bento XVI agora estar dando a comunhão na boca e de joelhos? O Papa já falou algumas vezes, quando ele era cardeal, e ultimamente ele tem falado através dos seus ajudantes. Portanto, as informações que vou passar aqui são de ajudantes do Papa, como seu mestre de cerimônias, Mons. Guido Marini; o ex-secretario da Congregação para o Culto Divino, Dom Ranjith, e o atual Prefeito da Congregação para o Culto Divino, cardeal Cañizares. O Papa acha que nós estamos correndo um risco muito grande de perder a devoção e a fé na Eucaristia. Infelizmente, em alguns lugares da Igreja, a Presença Real de Jesus na Eucaristia está se tornando uma piada: ninguém acredita mais.

São Cirilo de Jerusalém, em suas Catequeses Mistagógicas, recomendava aos seus fiéis que recebessem a comunhão nas mãos, e eu não estou recriminando isso: não é pecado receber a comunhão na mão. Mas São Cirilo não vive nos nossos dias, e eu duvido que na época dele houvesse esse tipo de escândalo que existe hoje, de gente que perdeu a fé na Presença Real de Jesus na Eucaristia. Isso é muito grave e nós precisamos fazer alguma coisa.

Não é uma questão de arqueologia litúrgica: se formos fazer arqueologia, é evidente que a comunhão na mão é muito mais antiga, é muito mais tradicional, do que a comunhão de joelhos e na boca. Mas o problema é que nós estamos em uma época em que a Presença Real de Jesus na Eucaristia está sendo esquecida, deixada de lado, e isso mudou a minha opinião: o Papa tem razão. Uma pessoa que recebe a comunhão de joelhos está se inclinando diante da Majestade de Deus: Deus é Deus, eu não sou nada. A pessoa que está recebendo a Comunhão na boca porque até a migalha mais pequenina da Hóstia Consagrada é preciosa; não somente é pedagógico, mas é verdadeiramente adoração, é verdadeira devoção eucarística, é verdadeira entrega a Deus.

Nos tempos que correm, nós não podemos nos dar ao luxo de arqueologismos litúrgicos. No primeiro milênio não tinha comunhão na boca, mas também não tinha herege que não acreditava na Presença Real de Jesus na Eucaristia. Nós estamos em um tempo diferente, e a Igreja evolui também na sua forma de demonstrar devoção a Cristo. Foi de mil anos para cá que começaram aquelas heresias que negaram a Presença de Cristo na Eucaristia que culminaram com a reforma protestante, que a negou de vez, e agora estamos nessa situação.

O Papa está nos dando exemplo de devoção eucarística, de verdadeira união a tradição da Igreja, mas uma tradição que sabe evoluir ao longo dos tempos; a Igreja sabe, como mãe e mestra, colocar o remédio certo na hora certa. E em um tempo em que, infelizmente, acontecem abusos e padres que perdem a fé na Presença de Jesus na Eucaristia, a Igreja como mãe e mestra quer renovar essa fé."

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Citamos também as palavras de Mons. Albert Ranjith (na época, nada menos que Secretário da Congregação para o culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos), no prefácio do livro "Dominus Est", de autoria do Bispo Athanasius Schneider (o livro é fabuloso, foi publicado recentemente):

"O Papa Bento XVI ... esclarece que "receber a Eucaristia significa colocar-se em atitude de adoração d'Aquele que comungamos. ...somente na adoração pode maturar um acolhimento profundo e verdadeiro."(Sacramentum Caritatis 66).

Seguindo essa tradição, fica claro que se tornou coerente e indispensável tomar ações e atitudes de corpo e espírito que facilitem [entrar em] o silêncio, o recolhimento e a aceitação humilde de nossa miséria face à grandeza e a santidade infinitas Daquele que vem ao nosso encontro sob as espécies Eucarísticas. A melhor forma de expressar nosso senso de reverência para com o Senhor na Missa é seguir o exemplo de Pedro, quem, como nos diz o Evangelho, atirou-se de joelhos ante o Senhor e disse, "Retira-te de mim, Senhor, porque sou um homem pecador." (Lc 5, 8) 

Atualmente podemos observar que em algumas igrejas essa prática está decrescendo e aqueles responsáveis além de exigirem que os fiéis devam receber a Santíssima Eucaristia de pé, ainda eliminam todos os genuflexórios, forçando os fiéis a se sentarem ou permanecerem de pé,mesmo durante a elevação e adoração das [Sagradas] Espécies. 

É irônico que tais medidas tenham sido tomadas em [algumas] dioceses por aqueles que são os responsáveis pela liturgia, ou em igrejas, por pastores, sem sequer fazerem uma mínima consulta aos fiéis, a despeito de hoje em dia, muito mais do que antes, haver um ambiente desejoso de democracia na Igreja. Ao mesmo tempo, acerca da comunhão nas mãos, deve-se reconhecer que a prática foi impropriamente e rapidamente introduzida em algumas dioceses da Igreja logo após o Concílio, mudando aquela antiqüíssima prática, tornando-a uma prática regular em toda a Igreja. [...]

Quaisquer que sejam as razões para esta prática, não podemos ignoraro que está acontecendo no mundo inteiro onde a mesma tem sido implantada. Esse gesto tem contribuído para um gradualenfraquecimento da atitude de reverência para com a sagradas espécies Eucarísticas, enquanto que na prática anterior salvaguardava-semelhor o sentido de reverência."

E referindo-se a Comunhão de joelhos e na boca, afirma:

"Agora eu penso que é o momento ideal para se rever e reavaliar tão boas práticas e, se necessário, abandonar a prática corrente que não foi exigida nem pela Sacrosanctum Concilium nem pelos Padres da Igreja, mas foi apenas aceita depois de sua introdução ilegítima em algum países. Agora, mais do que nunca, nós temos a obrigação deajudar os fiéis em desenvolver novamente uma fé profunda na Presença Real de Cristo nas espécies Eucarísticas a fim de que se fortaleça avida da Igreja e a defenda em meio ás perigosas distorções da fé queesta situação continua causando."

E prosseguindo esta reflexão, vejamos os dois lados da moeda:

Quanto à comungar de joelhos, reforço primeiramente um lado: há, para o Brasil, a concessão para se comungar de pé e na mão. NÃO é o caso de se ver como desobediente alguém por comungar de pé e na mão, onde há autorização para iso.

Por isso, fica claro que NÃO estamos falando aqui, absolutamente, de "legalismo", já que, nestes casos que falamos, comungar de joelhos e na boca vai além do que as normas litúrgicas obrigam; mas sim, procurando entender o valor desses gestos que a tradição católicos tanto valoriza.

Retomamos o que já dissemos anteriormente:

Se eu estou ajoelhado, estou recordando a mim mesmo e a quem me vê que NÃO estou diante de algo qualquer, mas DIANTE DE DEUS. E isso me incentiva a Adorá-lo!

Ignorar o valor desses sinais sagrados é ignorar a própria alma humana, a influência do meio externo e a importância dos elementos simbólicos.

A Liturgia Católica é extremamente humana: compatível com todas as necessidades do ser humano.

Passemos a palavra ao Cardeal Ratzinger, hoje Papa Bento XVI, no seu maravilhoso livro "Introdução ao Espírito da Liturgia":

"É possível que a posição de joelhos se tenha tornado estranha à cultura moderna - na medida que esta última se tenha afastado da Fé, não reconhecendo mais Aquele perante o qual o gesto correte é intrínseco é - estar de joelhos. Quem aprende a ter fé, também aprende a ajoelhar-se; uma Fé ou uma Liturgia que desconhecesse a genuflexão seria afetada num ponto central. Onda ela se perdeu, tem que ser reaprendida, para que a nossa oração permaneça na Comunidade dos Apóstolos, dos Mártires, de todo o Cosmos e em união com o próprio Jesus Cristo."

Vivemos em uma sociedade de imagens, e "uma imagem fala mais do que mil palavras"...

No sentido de resgatar o belo gesto litúrgico da Comunhão de joelhos, muitas experiências tem sido feitas em todo Brasil (algumas por nós mesmos, outras que publicamos no blog...) de, ***em ambientes pastoralmente preparados para isso*** (isto é, com um público já tendo recebido uma formação espiritual e catequética básica a respeito da Eucaristia, com o apoio do sacerdote...), se seguir o exemplo do Papa e se colocar um genuflexório para o momento da Comunhão, para que aqueles que desejam comungar de joelhos sintam-se mais a vontade para o fazerem.

Vemos que muitos tem esse desejo de comungar de joelhos, mas sentem-se contrangidos para isso. Essa sugestão do genuflexório (repetimos: em ambiente ***pastoralmente preparados para isso***, com o apoio do sacerdote!) seria uma solução para isso. E NÃO se trata, evidentemente, de impor a Comunhão de joelhos; até porque aqueles que desejarem comungar em pé, mesmo com o genuflexório em frente, são livres para o fazer.

Nestes casos, na hora da comunhão pode ser orientado algo como:

"Os que desejaram, poderão se ajoelhar no genuflexório para, em sinal de adoração receber o Corpo de Nosso Senhor de joelhos..."

Mas por outro lado, temos recebido notícias escandalosas, de várias partes do Brasil, de sacertotes e ministros que tem negado ministrar o Corpo de Nosso Senhor à quem deseja recebê-Lo ajoelhado, fazendo-o passar por uma situação humilhante e constrangedora e gerando um escândalo enorme.

Algumas vezes - EU JÁ VI! - com um grosseiro "LEVANTA!", em plena fila da Comunhão...e com o Corpo de Deus na mão! De uma forma grosseira e mal-educada que, socialmente, não seria aceita nem em fila de supermercado...

Como já falamos anteriormente, temos então, nestas situações em que citamos, algo como se fosse uma "joelhofobia" (como já falamos sobre um artigo) em desacordo com o senso litúrgico e em desobediência explícita à lei da Santa Igreja. E escuto para isso argumentações como: "Deve-se estar não de joelhos, mas em pé como sinal de prontidão"; ou "A Eucaristia é banquete e ninguém come ajoelhado"; ou ainda "A Eucaristia é para ser comida, não para ser adorada". Ora, todas estas argumentações estão equivocadas, pois a Hóstia Consagrada é a Presena Real e Substancial de Nosso Senhor!


Por isso mesmo que o citado documento de Roma (da Sagrada Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, Protocolo no 1322/02/L, com reeiteração em 2003) afirma que "a recusa da Comunhão a um fiel que esteja ajoelhado, é grave violação de um dos direitos básicos dos fiéis cristãos."

E ainda afirma o mesmo documento:


"Os sacerdotes devem entender que a Congregação considerará qualquer queixa desse tipo com muita seriedade, e, caso sejam procedentes,atuará no plano disciplinar de acordo com a gravidade do abuso pastoral."

A Instrução Redemptionis Sacramentum afirma ainda que todos tem responsabilidade em procurar corrigir os abusos litúrgicos, mesmo quando isso implica em expor queixa aos superiores. Diz o documento (n. 183-184):

"De forma muito especial, todos procurem, de acordo com seus meios, que o santíssimo sacramento da Eucaristia seja defendido de toda irreverência e deformação, e todos os abusos sejam completamente corrigidos. Isto, portanto, é uma tarefa gravíssima para todos e cada um, excluída toda acepção de pessoas, todos estão obrigados a cumprir este trabalho. Qualquer católico, seja sacerdote, seja diácono, seja fiel leigo, tem direito a expor uma queixa por um abuso litúrgico, ante ao Bispo diocesano e ao Ordinário competente que se lhe equipara em direito, ante à Sé apostólica, em virtude do primado do Romano Pontífice. Convém, sem dúvida, que, na medida do possível, a reclamação ou queixa seja exposta primeiro ao Bispo diocesano. Para isso se faça sempre com veracidade e caridade."

Nas aparições da Santíssima Virgem em Fátima (Portugal, 1917), oficialmente reconhecidas pela Santa Igreja, quando o Anjo apareceu para as crianças, antes da Virgem aparecer, ele trazia consigo uma Hóstia Consagrada. Prostrando-se por terra, ensinou a elas a seguinte oração:

"Meu Deus: eu creio, adoro, espero-vos e amo-vos. Peço-vos perdão por aqueles que não crêem, não adoram, não esperam e não vos amam."

Que pela intercessão da Santíssima Virgem, Mãe da Eucaristia, e dos santos anjos que rodeiam os altares de Deus, nós possamos crer por aqueles que não crêem, adorar por aqueles que não adoram, esperar por aqueles que não esperam em Deus e amar por aqueles que não amam o Deus-Amor Sacramentado...



Por Francisco Dockhorn



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