quinta-feira, 3 de março de 2011

SÉRIE - MITOS LITÚRGICOS COMENTADOS - Mito 8: Sacerdócio Feminino?

Mito 8: "A Igreja pode vir a ordenar mulheres"

Não pode. 


O saudoso Papa João Paulo II definiu que a Santa Igreja não tem a faculdade de ordenar mulheres, quando em 1994, publicou a Carta Apostólica "Ordinatio Sacerdotalis", que afirma explicitamente:

"Para que seja excluída qualquer dúvida em assunto da máxima importância, que pertence à própria constituição divina da Igreja, em virtude do meu ministério de confirmar os irmãos (cf. Lc 22,32), declaro que a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja."


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Comentário sobre este Mito (28/05):

Anglicanismo progressista
Esta questão da impossibilidade do "sacerdócio feminino" é muito clara segundo a Doutrina Católica. Posteriomente a este documento citado, em 1995, a Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé publicou:

Dúvida: "Se a doutrina segundo a qual a Igreja não tem faculdade deconferir a ordenação sacerdotal às mulheres, proposta como definitiva na Carta Apostólica "Ordinatio sacerdotalis", deve ser considerada pertencente ao depósito da fé."

Resposta: Afirmativa. "Esta doutrina exige um assentimento definitivo, já que, fundada na Palavra de Deus escrita e constantemente conservada e aplicada na Tradição da Igreja desde o início, é proposta infalivelmente pelo magistério ordinário e universal (cf. Conc. Vaticano II, Const. dogm.Lumen gentium, 25, 2). Portanto, nas presentes circunstâncias, o Sumo Pontífice, no exercício de seu ministério próprio de confirmar os irmãos (cf. Lc 22, 32), propôs a mesma doutrina, com uma declaração formal, afirmando explicitamente o que deve ser mantido sempre, em todas as partes e por todos os fiéis, enquanto pertencente ao depósito da fé."

O Sumo Pontífice João Paulo II, durante a Audiência concedida ao abaixo-assinado Cardeal Prefeito, aprovou a presente Resposta, decidida na reunião ordinária desta Congregação, e ordenou sua publicação.

Roma, da Sede da Congregação para a Doutrina da Fé, aos 28 de outubro de 1995.

+ JOSEPH Cardeal RATZINGER

Também afirma a "Nota doutrinal ilustrativa da fórmula conclusiva da Professio Fidei", da mesma Congregação para a Doutrina da Fé, de 29 de Junho de 1998, no n.11:

Anglicanismo progressista -
Uma mulher não pode celebrar
In Persona Christi
"No que diz respeito ao ensinamento mais recente acerca da doutrina da ordenação de sacerdotal reservada exclusivamente aos homens, há que considerar um processo semelhante. O Sumo Pontífice, embora não quisesse chegar a uma definição dogmática, entendeu todavia reafirmar que tal doutrina deve aceitar-se de modo definitivo, enquanto, fundada sobre a Palavra de Deus escrita e constantemente conservada e aplicada na Tradição da Igreja, foi proposta INFALIVELMENTE pelo Magistério Ordinário e Universal."

Este documento coloca este aspecto da doutrina referente à impossibilidade de ordenar mulheres dentro das verdades colocadas no parágrafo 2 do cânon 750. E o mesmo parágrafo fala à respeito destas verdades:

"Opõe-se, portanto, à doutrina da Igreja Católica quem rejeitar tais preposições consideradas definitivas."

Machismo? Preconceito? Desvalorização da mulher? De forma alguma!

O Catecismo da Igreja Católica (n. 369) afirma:

Bispo Anglicano em Ordenação
de duas "sacerdotisas" lésbicas [ ! ] -
Absurdos deste tipo querem trazer para o catolicismo!
“Homem e mulher são criados em idêntica dignidade, à imagem de Deus”.

Porém, tendo a mesma dignidade, homem e mulher tem diferenças de funções. Não reconhecer essas diferenças seria o mesmo que querer que o homem engravide, o que evidentemente, atentaria contra a natureza.

Existe hoje, em nossa sociedade, um Processo Revolucionário igualitarista, que se manifesta por um feminismo que pretende que homem e mulher sejam iguais em tudo, mesmo nas suas legítimas e sadias diferenças biológicas, psicológicas e espirituais, tratando todas as diferenças como " diferenças culturais", que seriam "fruto de um sistema opressor", construído a partir de uma "moral burguesa". No vocabulário dos agentes dessa Revolução Anticristã, podemos entender "moral burguesa" como sinônimo de "moral cristã". Não é à toa que o que mais se rejeita nesses movimento é dom de maior dignidade que Deus concedeu a mulher: a maternidade!


O Sacerdócio Ministerial é uma participação peculiar no Único e Eterno Sacerdócio de Nosso Senhor Jesus Cristo, Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem, que ofereceu-se a si mesmo no altar da Cruz para pagar pelos nossos pecados; e se oferece a cada dia no Santo Sacrifício da Missa, que a Renovação do Sacrifício do Calvário; e Nela se faz verdadeiramente e substancialmente presente em Corpo, Sangue, Alma e Divindade. Nosso Senhor se encarnou como homem. Varão; e escolheu apenas homens para perpetuar o Seu sacerdócio na terra (Cat., n; 456-469; 599.615-; 1356-1401; 1546-1547).

Aliás, a Criatura mais Perfeita e mais Digna de Deus, a Sua própria e Santíssima Mãe, a Imaculada Virgem Maria, que excede no máximo grau em santidade e graça todas as demais criaturas, é uma mulher (Cat.; 487-507; 963-972). E jamais foi ordenada!


Essa posição favorável à ordenação de mulheres infelizmente é defendida por muita "gente importante" no Brasil. Por exemplo, a religiosa Ione Buyst, que defende posições doutrinais e litúrgicas claramente modernistas, defendendo expressamente o mito do sacerdócio feminino. E infelizmente é vista como "grande autoridade" em Liturgia por muita gente no Brasil...

E quanto a questão das "coroinhas meninas" e "acólitas", o que podemos pensar?

Primeiro precisamos tirar essa pergunta do raciocínio “pode-não-pode”. É evidente que as normas litúrgicas promulgadas pela Santa Igreja precisam ser obedecidas, e que a obediência a Deus passa necessariamente pela obediência à Santa Igreja (Cat, n. 2088-2089). Porém, a riqueza do tesouro que é a Sagrada Liturgia vai muito mais além do “pode-não-pode”, e se limitar somente a ele é uma visão litúrgica reducionista e legalista.

A Sagrada Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos se pronunciou oficialmente sobre essa questão, em uma carta data de de 15 de março de 1994 (Protocolo 2482/93). O documento está transcrito na íntegra mais abaixo.

Mas em resumo, o documento:

- Não se opõe a que as meninas sirvam como coroinhas ou “acólitas”, se para isso houver justas razões pastorais e se isso for feito com autorização dos Bispos locais.

- Afirma que “sempre será muito oportuno seguir a nobre tradição do serviço ao altar pelos meninos”, e relaciona isso à questão vocacional: “Isto, como se sabe, permitiu inclusive um consolador desenvolvimento das vocações sacerdotais. Portanto, sempre existirá a obrigação de continuar a sustentar tais grupos de coroinhas.”

- Afirma que nenhum Bispo tem a obrigação de autorizar coroinhas meninas em sua diocese – “a autorização dada a este propósito por alguns Bispos não pode minimamente ser invocada como obrigatória para os outros Bispos.”

Pode-se concluir e pensar ainda:

1. Todo aquele que atua no ministério acólito, e for homem ou menino, em tese pode vir a receber o Sacramento da Ordem, no Diaconato (mesmo Diaconato Permanente) ou mesmo do Sacerdócio (salvo algum impedimento específico); isso já é motivo razoável para que se dê prioridade aos varões nesse serviço.

2. É preciso colocar na balança que, indiretamente, meninas ou mulheres atuarem como coroinhas ou “acolitas” tem o forte perigo de ser uma propaganda do mito do “sacerdócio feminino”: “Ah, que bonitinhas, poderiam ser padres”...“olha, a Igreja já permite que as meninas e mulheres sejam coroinhas, que elas sirvam o altar, daqui a pouco pode permitir que sejam padres...” ou ainda, as próprias meninas (principalmente se forem mal orientadas) crescerem com o desejo de serem “sacerdotisas”.

O saudoso gigante Dom Estevão Bettencourt assim resume a questão (Revista “Pergunte e Responderemos”, Nº 457, Ano 2000, Pág. 285):

“A Santa Sé não se opõe a que meninas e senhoras sirvam ao altar na qualidade de acólitas (coroinhas). Todavia lembra que sempre será muito oportuno seguir a nobre tradição do serviço ao altar por parte dos meninos.”

Algumas paróquias adotam soluções interessantes para lidar com essas questões pastorais:

- Montam um grupo para realizar as leituras da Santa Missa, formado exclusivamente por mulheres (além, é claro, dos leitores instituídos, que canonicamente são sempre homens; ver Cânon 230,); embora o serviço de leitor, de alguma forma, se aproxima do ministério de Sacerdote e Diácono, é uma aproximação menor do que o serviço do altar propriamente dito.

- Em tais paróquias, as Ministras Extraodinárias da Sagrada Comunhão (mulheres) atuam levando o Corpo de Deus para os doentes, fora da Santa Missa; nestas paróquias, quando há a justa necessidade de haver Ministro Extraordinário da Comunhão durante a Santa Missa (vr Redemptionis Sacramentum, n. 151): , quem atua são os homens.

Segue, abaixo, o referido documento, na íntegra.

CONGREGAÇÃO DO CULTO DIVINO E DISCIPLINA DOS SACRAMENTOS

FUNÇÕES LITÚRGICAS

Comunicação da Congregação do Culto Divino a respeito das funções litúrgicas confiadas aos leigos, de acordo com a resposta do Pontifício Conselho para a interpretação dos Textos Legislativos.

Roma, 15 de março de 1994. Protoc. 2482/93

A Sua Excelência Reverendíssima Dom Luciano P. Mendes de Almeida S.J.Presidente da CNBB Excia. Reverendíssima,

Julgo ser meu dever comunicar aos Presidentes das Conferências Episcopais que será brevemente publicada em "Acta Apostolicae Sedis" uma interpretação autêntica do cân. 230 § 2 do Código de Direito Canônico.

Como é sabido, pelo referido cân. 230 § 2, estabelecia-se que:

"Laici ex temporanea deputatione in actionibus liturgicis munus lectoris implere possunt; item omnes laici muneribus commentatoris, cantoris alusve ad norman iuris fungi possunt".[1]

Ultimamente foi perguntado ao Pontifício Conselho para a Interpretação dos Textos Legislativos se as funções litúrgicas, que, segundo o estipulado no citado cânon, podem ser confiadas aos leigos, poderiam ser desempenhadas indistintamente por homens e mulheres e se, entre tais funções, poder-se-ia incluir também a de servir ao altar, em pé de igualdade com as outras funções indicadas pelo mesmo cânon.

Na reunião de 30 de Junho de 1992, os Padres do Pontifício Conselho para a Interpretação dos Textos Legislativos examinaram a seguinte dúvida, que lhes fora posta:

"Utrum inter munera liturgica quibus laici, sive viri sive mulieres, iuxta C. I. C. can 230 § 2, fungi possunt, adnumerari etiam possit servitium ad altare".[2]

A resposta foi a seguinte: "Affirmative et iuxta instructiones a Sede Apostolica dandas".[3]

Posteriormente o Sumo Pontífice João Paulo II, na Audiência concedida em 11 de julho de 1992 ao Exmo. e Revmo. Mons. Vincenzo Fagiolo, Arcebispo emérito de Chieti-Vasto e Presidente do mencionado Conselho para a Interpretação dos Textos Legislativos, confirmou tal decisão e ordenou que fosse promulgada. O que brevemente acontecerá.

Sacerdote: In Persona Christi
Sacerdotisa: In Persona quem???
Ao comunicar a essa Conferência Episcopal quanto fica dito, sinto o dever de precisar alguns aspectos do cân. 230 § 2 e da sua interpretação autêntica:

1) O Cân. 230 § 2 tem caráter permissível e não impositivo: "Laici (...) possunt". Portanto, a autorização dada a este propósito por alguns Bispos não pode minimamente ser invocada como obrigatória para os outros Bispos.

De fato, compete a cada Bispo em sua diocese, ouvido o parecer da Conferência Episcopal, emitir um juízo prudente sobre como proceder para um regular incremento da vida litúrgica na própria diocese.

2) A Santa Sé respeita a decisão que alguns Bispos, por determinadas razões locais, adotaram, com base ao previsto no cân. 230 § 2, mas contemporaneamente a mesma Santa Sé recorda que sempre será muito oportuno seguir a nobre tradição do serviço ao altar pelos meninos. Isto, como se sabe, permitiu inclusive um consolador desenvolvimento das vocações sacerdotais.

Portanto, sempre existirá a obrigação de continuar a sustentar tais grupos de coroinhas.

3) Se, em qualquer diocese, com base no cân. 230 § 2, o Bispo permitir que, por razões particulares, o serviço do altar seja prestado também por mulheres, isso deverá ser bem explicado aos fiéis, à luz da norma citada, e recordando que ela encontra já uma larga aplicação no fato de as mulheres desempenharem muitas vezes o serviço de leitor na liturgia e poderem ser chamadas também a distribuir a Sagrada Comunhão, como Ministros Extraordinários da Comunhão, e realizarem outras funções, como previsto no § 3 do mesmo cân. 230.

4) Deve, ainda, ficar claro que os referidos serviços litúrgicos dos leigos são cumpridos "ex temporanea deputatione" a critério do Bispo, sem que haja qualquer direito a desempenhá-los por parte dos leigos, homens ou mulheres que sejam.

Ao comunicar quando referido, esta Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos quis cumprir o mandato recebido do Sumo Pontífice de dar instruções para ilustrar o cân. 230 § 2 do C. I. C. e a interpretação autêntica desse cânon, que proximamente será publicada.

Assim, os Bispos poderão desempenhar melhor a sua missão de serem, na própria diocese, moderadores e promotores da vida litúrgica, no âmbito das normas vigentes na Igreja Universal.

Em profunda comunhão com todos os membros dessa Conferência, tenho o prazer de me professar.

Card. Javierre




Postado por: Francisco Dockhorn

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