domingo, 30 de setembro de 2012

Catequese - XXVI Domingo do Tempo Comum



Homilia do D. Henrique Soares da Costa – XXVI Domingo do Tempo Comum – Ano B


XXVI Domingo

Mc 9,38-43.45.47-48

«Disse-lhe João: “Mestre, vimos um tal expulsar demônios em teu nome, alguém que não nos segue, e quisemos impedi-lo porque não era dos nossos.” Jesus disse-lhes: “Não o impeçais, porque não há ninguém que faça um milagre em meu nome e vá logo dizer mal de mim. Quem não é contra nós é por nós. De fato, seja quem for que vos der a beber um copo de água por serdes de Cristo, em verdade vos digo que não perderá a sua recompensa.” “E se alguém escandalizar um destes pequeninos que crêem em mim, melhor seria para ele atarem-lhe ao pescoço uma dessas mós que são giradas pelos jumentos, e lançarem-no ao mar. Se a tua mão é para ti ocasião de queda, corta-a; mais vale entrares mutilado na vida, do que, com as duas mãos, ires para a Geena, para o fogo que não se apaga, Se o teu pé é para ti ocasião de queda, corta-o; mais vale entrares coxo na vida, do que, com os dois pés, seres lançado à Geena, E se um dos teus olhos é para ti ocasião de queda, arranca-o; mais vale entrares com um só no Reino de Deus, do que, com os dois olhos, seres lançado à Geena, onde o verme não morre e o fogo não se apaga.» 

Laus Tibi Christe!




Hoje, a Palavra de Deus apresenta alguns elementos importantes que nos precisam ser continuamente recordados. Tanto a primeira leitura quanto o Evangelho, recordam-nos que Deus não é propriedade de ninguém. Ante o zelo mesquinho de João, Jesus afirma:

“Quem não é contra nós é a nosso favor”. É preciso compreender bem a afirmação do Senhor. Certamente, ele é o Caminho e a Verdade da humanidade; certamente ele fundou a Igreja, comunidade de seus discípulos; dotou essa Igreja do seu Espírito, de pastores e de toda uma estrutura visível. Esta Igreja de Cristo, nós cremos que permanece de modo pleno na Igreja Católica. 

Isto significa que os elementos essenciais da Igreja de Cristo permanecem, por graça e fidelidade do Senhor, naquela Comunidade que ele fundou desde o início, a Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica. Quais são esses elementos essenciais? 

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Catecismo da Igreja Católica - Primeira Parte: A Profissão de Fé XVIII - Jesus Foi Sepultado

Catedral de Santa Cruz e Santa Eulália - Barcelona, Espanha


Segunda Seção - A Profissão da Fé Cristã

(624-630)


Capítulo Segundo - Creio em Jesus Cristo, Filho Único de Deus


Artigo 4 - «Jesus Cristo padeceu sob Pôncio Pilatos
foi Crucificado, Morto e Sepultado»

Parágrafo 3 - Jesus Cristo foi Sepultado

624. « Pela graça de Deus, ele experimentou a morte, para proveito de todos » (Heb 2, 9). No seu plano de salvação, Deus dispôs que o seu Filho, não só «morresse pelos nossos pecados» (1 Cor15, 3), mas também «saboreasse a morte», isto é, conhecesse o estado de morte, o estado de separação entre a sua alma e o seu corpo, durante o tempo compreendido entre o momento em que expirou na cruz e o momento em que ressuscitou. Este estado de Cristo morto é o mistério do sepulcro e da descida à mansão dos mortos. É o mistério do Sábado Santo, em que Cristo, depositado no túmulo (513), manifesta o repouso sabático de Deus (514) depois da realização (515) da salvação dos homens, que pacifica todo o universo (516).

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

São Cosme e Damião, Mártires - 26 de Setembro




Os Santos Cosme e Damião eram irmãos, descendentes de nobre família da Arábia. A mãe, Teodata, deu aos filhos uma educação muito boa, e fez com que os belos talentos se lhes pudessem desenvolver sob a direção de sábios mestres. Fazendo os estudos na Síria, especializaram-se em medicina. 


Pelo preparo científico e não menos pela pureza de costumes, mereceram a estima e admiração de todos, até dos próprios pagãos. 

Aproveitando-se desta última circunstância, de preferência procuraram exercer a profissão de médico entre as famílias pagãs, para deste modo terem ocasião de ganhá-las para o Catolicismo. Deus abençoou-os de tal maneira, que não parecia haver doença que resistisse à sua medicação. Era visível esta proteção sobrenatural. 

A admiração e o pasmo dos pagãos, crescia ainda mais vendo que os médicos cristãos não aceitavam a mínima gratificação. Eram outras riquezas que os atraíam.


terça-feira, 25 de setembro de 2012

Catecismo da Igreja Católica - Primeira Parte: A Profissão de Fé XVII - Jesus Morreu Crucificado

Basílica de Nossa Senhora de Luján - Buenos Aires, Argentina

Segunda Seção - A Profissão da Fé Cristã



(595-623)



Capítulo Segundo - Creio em Jesus Cristo, Filho Único de Deus


Artigo 4 - «Jesus Cristo padeceu sob Pôncio Pilatos
foi Crucificado, Morto e Sepultado»



Parágrafo 2 - Jesus Morreu Crucificado

I. O processo de Jesus

Divisões entre as autoridades Judaicas a respeito de Jesus

595. Entre as autoridades religiosas de Jerusalém, não somente se encontravam o fariseu Nicodemos (421) e o notável José de Arimateia, discípulos ocultos de Jesus (422), mas também, durante muito tempo, houve dissensões a respeito d'Ele (423) ao ponto de, na própria véspera da paixão. João poder dizer deles que «um bom número acreditou n' Ele», embora de modo assaz imperfeito (Jo 12, 42); o que não é nada de admirar, tendo-se presente que, no dia seguinte ao de Pentecostes, «um grande número de sacerdotes se submetia à fé» (At 6, 7) e «alguns homens do partido dos fariseus tinham abraçado a fé» (At 15, 5), de tal modo que São Tiago podia dizer a São Paulo que «muitos milhares entre os judeus abraçaram a fé e todos têm zelo pela Lei» (At 21, 20).

596. As autoridades religiosas de Jerusalém não foram unânimes na atitude a adotar a respeito de Jesus (424). Os fariseus ameaçaram de excomunhão aqueles que O seguissem (425). Aos que temiam que «todos acreditassem n'Ele e os romanos viessem destruir o templo e a nação» (Jo 11, 48), o sumo sacerdote Caifás propôs, profetizando: «E do vosso interesse que morra um só homem pelo povo e não pereça a nação inteira» (Jo 11, 50). O Sinédrio, tendo declarado Jesus «réu de morte» (426) como blasfemo, mas tendo perdido o direito de condenar à morte fosse quem fosse (427), entregou Jesus aos romanos, acusando-O de revolta política (428) — o que O colocava em pé de igualdade com que Barrabás, acusado de «sedição» (Lc 23, 19). São também de caráter político as ameaças que os sumos-sacerdotes fazem a Pilatos, pressionando-o a condenar Jesus à morte (429).

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Adão e Eva existiram de verdade?


Entendendo os primeiros capítulos da Bíblia

Esta é uma pergunta que muitos Católicos fazem. O Gênesis, em seus três primeiros capítulos, usa de linguagem figurada para revelar verdades religiosas, não científicas ou históricas. 

Os relatos bíblicos da origem do mundo (Gn 1-3) não pretendem ser narrações científicas, mas querem ensinar, em estilo primitivo, que tudo o que existe é criatura de um só Deus (não há astros nem animais nem bosques divinos!). 

Tal mensagem se compatibiliza bem com a tese da evolução; Deus pode ter criado a matéria inicial dando-lhe as leis de sua evolução até o nível do primata superior. Quando este se achava suficientemente organizado, Deus terá infundido a alma (princípio vital intelectivo, que não é material, mas espiritual) a esse organismo. 

Assim terá tido origem a criatura humana. Esta hipótese (que realmente não passa de hipótese) já foi aceita pelo S. Padre Pio XII em sua Encíclica Humani Generis (1950).

domingo, 23 de setembro de 2012

Catequese - XXV Domingo do Tempo Comim


Homilia do D. Henrique Soares da Costa – XXV Domingo do Tempo Comum – Ano B
XXV Domingo
(Mc 9,30-37)

«Jesus e seus discípulos atravessavam a Galileia. Ele não queria que ninguém soubesse disso, pois estava ensinando a seus discípulos. E dizia-lhes: “O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão. Mas, três dias após sua morte, ele ressuscitará”. Os discípulos, porém, não compreendiam estas palavras e tinham medo de perguntar. Eles chegaram a Cafarnaum. Estando em casa, Jesus perguntou-lhes: “O que discutíeis pelo caminho?”. Eles, porém, ficaram calados, pois pelo caminho tinham discutido quem era o maior. Jesus sentou-se, chamou os doze e lhes disse: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!”. Em seguida, pegou uma criança, colocou-a no meio deles e, abraçando-a, disse: “Quem acolher em meu nome uma destas crianças, é a mim que estará acolhendo. E quem me acolher, está acolhendo, não a mim, mas àquele que me enviou”. »

Laus Tibi Christe!


No domingo passado – deveis recordar – Jesus anunciou aos seus discípulos que ele era um Messias não de glória, mas de humildade e serviço até à morte de cruz. Ao final, triunfaria pela ressurreição. Pedro havia se escandalizado com tais palavras. Hoje, Jesus continua sua pregação. Ele ensinava a sós a seus discípulos: “’O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens e eles o matarão. Mas, três dias após, ele ressuscitará’. Os discípulos, porém, não compreendiam estas palavras e tinham medo de perguntar”.

Vede, caríssimos, é a mesma atitude da semana passada. O ensinamento do Senhor tem como seu centro o Reino de Deus que viria pela sua cruz e ressurreição. Entrar no Reino é tomar com Jesus a cruz e com ele chegar à glória! 

Estejamos atentos: este não é apenas mais um dos muitos ensinamentos de Cristo; este é o ensinamento por excelência, a mensagem central que o Senhor veio nos revelar e mostrar com sua palavra, suas atitudes e sua própria vida. Repito: eis o que Jesus ensina: que o caminho do Reino passa pela cruz, passa pela morte e chega à plenitude da vida na ressurreição. 

sábado, 22 de setembro de 2012

Catecismo da Igreja Católica - Primeira Parte: A Profissão de Fé XVI - Jesus e Israel

Basílica de Santa Teresa - Lisieux, França

Segunda Seção - A Profissão da Fé Cristã


(571-594)


Capítulo Segundo - Creio em Jesus Cristo, Filho Único de Deus


Artigo 4 - «Jesus Cristo padeceu sob Pôncio Pilatos
foi Crucificado, Morto e Sepultado»

571. O mistério pascal da cruz e ressurreição de Cristo está no centro da Boa-Nova que os Apóstolos, e depois deles a Igreja, devem anunciar ao mundo. O desígnio salvífico de Deus cumpriu-se de «una vez por todas» (Heb 9, 26) pela morte redentora do seu Filho Jesus Cristo.

572. A Igreja permanece fiel à «interpretação de todas as Escrituras» dada pelo próprio Jesus, tanto antes como depois da sua Páscoa (336) «Não tinha o Messias de sofrer tudo isto, para entrar na sua glória?» (Lc 24, 26). Os sofrimentos de Jesus tomaram a sua forma histórica concreta, pelo fato de Ele ter sido «rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas» (Mc 8, 31), que «O entregaram aos pagãos para ser escarnecido, flagelado e crucificado» (Mt 20, 19).

573. A fé pode, portanto, esforçar-se por investigar as circunstâncias da morte de Jesus, fielmente transmitidas pelos evangelhos (337) e esclarecidas por outras fontes históricas, para melhor compreender o sentido da redenção.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Habitantes em outros Planetas?


Pergunta: “As reportagens sobre discos voadores dão por vezes a entender que há habitantes em outros planetas. Não se seguiria daí a necessidade de reformarmos nossas concepções religiosas? O espiritismo vê em tudo isso um argumento em favor de suas teses!”

A maneira como se tem tratado o assunto dos discos voadores é por vezes um tanto pueril. Abordemo-lo com a devida sobriedade.

1. Antes do mais, importa frisar que a hipótese de existirem habitantes em outros planetas não sofre objeção por parte da Fé Católica. A Sagrada Escritura e a Tradição nada ensinam a seu respeito, pois o conhecimento do assunto não interessa imediatamente à salvação eterna dos homens e o Senhor houve por bem revelar-nos apenas verdades atinentes à nossa santificação. 

A questão, portanto, fica fora do âmbito da Palavra de Deus a nós transmitida; deverá ser estudada à luz das ciências e das observações empíricas; o católico reconhecerá a resposta que o cientista lhe comunicar, desde que não seja formulada de modo contraditório à verdade revelada.

SÉRIE: CATEQUESE DO PAPA - Viagem Apostólica ao Líbano


Sala Paulo VI - Vaticano. Quarta-feira, 19 de setembro de 2012. Boletim da Santa Sé (Tradução: Jéssica Marçal-equipe CN Notícias)

Caros irmãos e irmãs,

Hoje gostaria de voltar brevemente, com o pensamento e com o coração, à maravilhosa viagem apostólica que fiz ao Líbano. Uma viagem que eu realmente queria, apesar das circunstâncias difíceis, considerando que um pai deve ser sempre próximo aos seus filhos quando encontram graves problemas. 

Fui movido pelo desejo sincero de anunciar a paz que o Senhor ressuscitado confiou aos seus discípulos com as palavras: “Vos dou a minha paz - سَلامي أُعطيكُم " (João 14,27). Esta minha Viagem tinha como propósito principal a assinatura e entrega da Exortação Apostólica pós-sinodal Ecclesia in Medio Oriente aos representantes da Comunidade Católica do Oriente Médio, assim como a outras Igrejas e Comunidades eclesiais e também aos Chefes muçulmanos. 

São Mateus, Apóstolo - 21 de Setembro


Quando o Filho de Deus se fez homem e veio a este mundo, tomou o nome de Jesus ou Salvador, porque viera para salvar-nos e não para perder-nos.


O primeiro aos quais fez anunciar pelos anjos a boa nova da sua vinda, foram alguns humildes pastores de Belém. Quando escolheu seus doze apóstolos, ou doze enviados, para espalharem a boa nova a todos os povos da terra, escolheu-os entre os humildes e os pequenos. Primeiramente foram dois irmãos, Pedro e André, que viviam da pesca, assim como dois outros, Tiago e João.

Mais extraordinário ainda é não ter Jesus escolhido seus apóstolos precisamente entre os santos, nem no interior do templo, mas nas praças públicas, entre a classe operária e mesmo entre os empregados da alfândega. 

Saía da cidade de Cafarnaum e dirigia-se para o mar da Galiléia, onde costumava pregar à multidão, quando ao passar, avistou um publicano, Levi, filho de Alfeu, também chamado Mateus, sentado à mesa de cobrança de impostos, e disse-lhe: Segue-me. 


quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Catecismo da Igreja Católica - Primeira Parte: A Profissão de Fé XV - Os Mistérios da Vida de Cristo

Basílica de São Bartolomeu - Roma

Segunda Seção - A Profissão da Fé Cristã


(512-570)

Capítulo Segundo - Creio em Jesus Cristo, Filho Único de Deus

Artigo 3 - «Jesus Cristo foi Concebido 
pelo Poder do Espírito Santo 
e nasceu da Virgem Maria»


Parágrafo 3 - Os Mistérios da Vida de Cristo


512. Relativamente à vida de Cristo, o Símbolo da Fé apenas fala dos mistérios da Encarnação (conceição e nascimento) e da Páscoa (paixão, crucifixão, morte, sepultura, descida à mansão dos mortos, ressurreição, ascensão). Nada diz explicitamente dos mistérios da vida oculta e pública de Jesus. Mas os artigos que dizem respeito à Encarnação e à Páscoa de Jesus esclarecem toda a vida terrena de Cristo. «Tudo o que Jesus fez e ensinou desde o princípio até ao dia em que foi elevado ao céu» (At 1, 1-2) deve ser visto à luz dos mistérios do Natal e da Páscoa.

513. A catequese, segundo as circunstâncias, explanará toda a riqueza dos mistérios de Jesus. Aqui, basta indicar alguns elementos comuns a todos os mistérios da vida de Cristo (I), para depois esboçar os principais mistérios da vida oculta (II) e pública (III) de Jesus.

I. Toda a vida de Cristo é mistério

514. Muitas coisas que interessam à curiosidade humana, a respeito de Jesus, não figuram nos evangelhos. Quase nada se diz da sua vida em Nazaré e mesmo grande parte da sua vida pública não é relatada (186). O que foi escrito nos evangelhos, foi-o «para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e para que, acreditando, tenhais a vida em seu nome» (Jo 20, 31).

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Por que a Igreja não vende tudo o que tem para ajudar aos pobres?



Esta é uma pergunta bastante pertinente e apesar de antiga, nunca deixou de ser atual, aliás, ultimamente, com o apetite cada vez mais voraz que a mídia secular demonstra ter para escarnear a Igreja Católica, ela torna-se ainda mais relevante. 

Sendo assim, vamos direto aos fatos, porque apesar de haver um grande número de “bem-intencionados” Judas Iscariotes, sejamos francos, dentre eles são poucos os que são dados à leitura e à pesquisa. Assim, não é prudente que me estenda muito.

Mas Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de trair disse. Por que não se vendeu este bálsamo por trezentos denários e não se deu aos pobres? (João 12,4-5)

domingo, 16 de setembro de 2012

Catequese - XXIV Domingo do Tempo Comum


Homilia do Dom Henrique Soares da Costa – XXIV Domingo do Tempo Comum – Ano B

XXIV Domingo
(Mc 8,27-35)
«Jesus partiu com seus discípulos para os povoados de Cesareia de Filipe. No caminho perguntou aos discípulos: “Quem dizem os homens que eu sou?” Eles responderam: “Alguns dizem que tu és João Batista; outros que és Elias; outros, ainda, que és um dos profetas”. Então ele perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “Tu és o Cristo”. Jesus proibiu-lhes severamente de falar a alguém a respeito. Em seguida, começou a ensiná-los, dizendo que o Filho do Homem devia sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei; devia ser morto, e ressuscitar depois de três dias. Ele dizia isso abertamente. Então Pedro tomou Jesus à parte e começou a repreendê-lo. Jesus voltou-se, olhou para os discípulos e repreendeu a Pedro, dizendo: “Fique atrás de mim, Satanás! Tu não pensas como Deus, e sim como os homens”. Então chamou a multidão com seus discípulos e disse: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, vai salvá-la”.» 

Laus Tibi Christe!


O Evangelho que acabamos de ouvir apresenta-nos, caríssimos, alguns dos aspectos mais essenciais da nossa fé cristã, aspectos que jamais poderemos esquecer se quisermos ser realmente fiéis a Nosso Senhor. Vejamo-los um a um:

Primeiro. A pergunta de Jesus: “Quem dizem os homens que eu sou?” Notem que as respostas são muitas: umas erradas, outras imprecisas, nenhuma satisfatória. Estejamos atentos a este fato: somente a razão humana, entregue às suas próprias forças, jamais alcançará verdadeiramente o mistério de Cristo. 

A verdade sobre o Senhor, sua realidade mais profunda, sua obra salvífica, o mistério de sua pessoa e de sua missão, sua absoluta necessidade para que o mundo encontre salvação, vida e paz somente podem ser compreendidos à luz da fé, isto é, daquela humilde atitude de abertura para o Senhor que nos vem ao encontro e nos fala. 

O homem fechado em si mesmo, preso no estreito orgulho da sua razão, jamais poderá de verdade penetrar no mistério de Cristo e experimentar a doçura de sua salvação. Quanto já se disse de Jesus; quanto se diz hoje ainda: já tentaram descrevê-lo como um simples sábio, como um homem bom e justo, como uma espécie de pacifista, como um pregador de uma moral humanista, como um revolucionário, o primeiro comunista, como um hippie, etc. 

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

SÉRIE - CATEQUESE DO PAPA - O Livro do Apocalipse II


Quarta-feira, 12 de setembro de 2012, Catequese de Bento XVI - Oração no Apocalipse II - Boletim da Santa Sé (Tradução: Jéssica Marçal – equipe CN Notícias) - Sala Paulo VI - Vaticano

Caros irmãos e irmãs,

Quarta-feira passada falei da oração na primeira parte do Apocalipse, hoje passamos para a segunda parte do livro, e enquanto na primeira parte, a oração é orientada para o interior da vida eclesial, a atenção da segunda parte é voltada ao mundo inteiro; a Igreja, de fato, caminha na história, é sua parte segundo o projeto de Deus. 

A assembleia que, escutando a mensagem de João apresentada pelo narrador, redescobriu a própria missão de colaborar com o desenvolvimento do Reino de Deus como “sacerdotes de Deus e de Cristo” (Ap 20,6; cfr 1,5; 5,10), e se abre ao mundo dos homens. 

E aqui emergem dois modos de viver em uma relação dialética entre eles: o primeiro podemos definir como o “sistema de Cristo”, ao qual a assembleia tem o prazer de pertencer, e o segundo é o “sistema terrestre anti-Reino e anti-aliança posto em prática pela influência do Maligno”, o qual, enganando o homem, quer implantar um mundo oposto àquele desejado por Cristo e por Deus (cfr Pontifícia Comissão Bíblica, Bíblia e Moral, raízes do agir cristão, 70). 

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A Igreja, os Negros e a Escravidão

Casamento de Escravos - Tela de Jean Baptiste Debret 


Afinal, o que a Igreja fez no período colonial do Brasil? Trata-se de um artigo fantástico, que desmente todas as falácias protestantes e neo-ateístas, difundidas ao longo da história.

Lendo um artigo do Cacp (site protestante) sobre o racismo, deparei-me com uma das mentiras que são disseminadas sobre a Igreja como se fosse uma verdade incontestável. Diz um trecho do artigo “A Cor do Racismo” do Cacp:

A Mentira:

“No Brasil colonial, dominado espiritualmente pela ordem religiosa dos Jesuítas, os negros não tiveram a mesma sorte que os índios, enquanto estes eram protegidos pelos religiosos (porque contam alguns, que na época, cria-se que os negros não tinham alma, portanto não poderiam praticar religião), aqueles não recebiam nenhum apoio formal da Igreja Católica quanto a isto.” [1]

Aqui temos duas afirmações históricas falsas, que podem até passarem despercebidas, mas é preciso desmascará-las:

1)”…cria-se que os negros não tinham almas…”

2) “…aqueles não recebiam nenhum apoio formal da Igreja Católica”

A Verdade Documental:

As acusações são providenciais para deixarmos claros quais foram as atitudes da Igreja com relação à escravidão.

A primeira acusação é tão tola, que o próprio artigo do CACP apresenta a refutação. Diz o texto protestante:

“porque contam alguns, que na época, cria-se que os negros não tinham alma, portanto não poderiam praticar religião..”

Mas, no mesmo artigo podemos ler o seguinte:

"Sabendo que muitos da raça negra tiveram participação importante no desenrolar da história bíblica, tais como: Simão o Cirineu, a Rainha de Sabá, o Eunuco etíope, Simão o Níger, Lúcio, líder da igreja em Antioquia. Na história da Igreja Cristã destaque para os mestres negros Tertuliano, Orígenes, Atanásio, Agostinho e outros."

Como a Igreja e os Católicos iriam crer que os negros não tinham alma, sendo que os citados acima eram negros, incluindo os dois maiores Doutores Católicos, Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, e também um dos maiores santos da história, o sustentáculo anti-ariano Santo Atanásio?

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Está errado acreditar em horóscopo ou na astrologia ?


O que a Igreja diz sobre a consulta e a crença de horóscopos? E, em geral, que juízo merece a astrologia?

É evidente a extensão que este fenômeno tem em nossos dias. Não há quase jornal ou revista que não inclua, entre suas colunas, aquela dedicada ao horóscopo; em alguns países há canais de televisão dedicados exclusivamente a temas astrológicos e esotéricos, e o mesmo diga-se da rádio e das páginas de Internet. 

A literatura sobre o tema é muito ressaltada. Ainda mais, hoje em dia os horoscopeiros se apresentam como "professores", "licenciados em ciências ocultas", "especialistas em ciências parapsicológicas". A experiência nos mostra que em grande parte dos nossos contemporâneos, quando não consultam seus respectivos horóscopos convencidos de sua exatidão, ao menos o fazem concedendo-lhes o privilégio da dúvida: " Não é que eu não acredite no horóscopo, mas pelas dúvidas...". 

Alguns, guiados por um certo fatalismo supersticioso, pensam que permanecer totalmente incrédulos diante das predições horoscopais pode, inclusive, trazer-lhes má sorte. E de fato um tom de consolo permanece quando lêem ali coisas como: está por iniciar para você uma nova etapa; logo achará as respostas desejadas; uma saúde nota dez; os rosados influxos do amor não conseguiram moderar seu fogo de combate; como todo felino tem sete vidas e lutará valorosamente; aproveite o momento, sobretudo o financeiro; a relação com os sócios é muito boa; etc.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A Inquisição


Venho por meio deste tópico esclarecer a todos sobre um dos temas mais polêmicos envolvendo a Igreja Católica, a Inquisição. Os dados foram obtidos de fontes diversas (citadas nas referências) e também através de diversos posts e outros blogs mais. Trata-se de um exaustivo estudo. Resolvi compilá-los para fins didáticos a todos interessados pelo tema. Boa leitura!

Por muito tempo instaurou-se na sociedade a ideia fantasiosa de que a Igreja cometeu atos abomináveis em nome da justiça divina, torturas, fogueiras, etc, etc.

Em 1998, João Paulo II autoriza a abertura dos arquivos secretos da Congregatio pro Doctrina Fide (antigo Santo Ofício) onde se encontra a maior base documental sobre a Inquisição (fonte primária). O estudo desses documentos culminou com um Simpósio Internacional de Historiadores chamado “A Inquisição”, presidido por ninguém menos que Rino Camillieri.

Em discurso do Papa aos cientistas participantes no simpósio sobre “a Inquisição” João Paulo II afirma:

“O argumento sobre o qual vos detivestes requer, como é fácil intuir, atento discernimento e notável conhecimento da história.”

Nesse sentido devemos portanto desconstruir a ideia errada de considerar todos os tribunais medievais simplesmente como “Inquisição”. 

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

SÉRIE - CATEQUESE DO PAPA - O Livro do Apocalipse


Catequese de Bento XVI - Oração no livro do Apocalipse - Boletim Sala de Imprensa da Santa Sé (Tradução de Thaysi Santos - equipe CN Notícias) - Sala Paulo VI - Vaticano, 05 de setembro de 2012

Queridos irmãos e irmãs, hoje, após as férias, retomamos a audiência no Vaticano, continuando a "Escola de oração" que estou vivendo juntamente com vocês nesta Catequese de quarta-feira.

Hoje quero falar sobre a oração no livro do Apocalipse que, como sabem, é o último do Novo Testamento. É um livro difícil, mas que contém uma grande riqueza, coloca-nos em contato com a oração viva e palpitante da assembléia cristã, reunida “no dia do Senhor" (Ap. 1,10): este é o pano de fundo no qual se desenvolve o texto.

Um leitor apresenta à assembléia uma mensagem confiada pelo Senhor ao evangelista João. O leitor e a assembléia constituem, por assim dizer, os dois protagonistas do desenvolvimento do livro. 

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O uso da Batina, na visão de um "Progressista"


50 anos depois, padres jovens retomam a batina que padres velhos jogaram fora para dar impressão de jovens

Há 50 anos a “libertação” da batina era tida como um gesto “jovem” 

Há 50 anos o cardeal arcebispo de Paris, Mons. Maurice Feltin, aprovou que os padres deixassem de usar a batina em condições normais.

Sua decisão, tomada em 29 de junho de 1962, não se apresentou como doutrinária ou moral, mas pastoral, visando adaptar os costumes eclesiásticos às mutações da sociedade. De fato, significou uma mudança histórica e foi acompanhada no mesmo ano pela maioria das dioceses francesas.

O “clergyman” foi acolhido até com euforia por sacerdotes novos e “beatas” de sacristia, relembrou o colunista da revista “La Vie”, Jean Mercier em artigo sob o sugestivo título de “A veste de luz”.

domingo, 2 de setembro de 2012

Catequese - XXII Domingo do Tempo Comum


Homilia do D. Henrique Soares da Costa – XXII Domingo do Tempo Comum – Ano B


XXII DOMINGO
Mc 7,1-8.14-15.21-23

«Os fariseus e alguns mestres da Lei vieram de Jerusalém e se reuniram em torno de Jesus. Eles viam que alguns dos seus discípulos comiam o pão com as mãos impuras, isto é, sem as terem lavado. Com efeito, os fariseus e todos os judeus só comem depois de lavar bem as mãos, seguindo a tradição recebida dos antigos. Ao voltar da praça, eles não comem sem tomar banho. E seguem muitos outros costumes que receberam por tradição: a maneira certa de lavar copos, jarras e vasilhas de cobre. Os fariseus e os mestres da Lei perguntaram então a Jesus: “Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, mas comem o pão sem lavar as mãos?”. Jesus respondeu: “Bem profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. De nada adianta o culto que me prestam, pois as doutrinas que ensinam são preceitos humanos’. Vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens”. Em seguida, Jesus chamou a multidão para perto de si e disse: “Escutai, todos, e compreendei: o que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu interior. Pois é de dentro do coração humano que saem as más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo. Todas estas coisas más saem de dentro, e são elas que tornam impuro o homem”.

Laus Tibi Christe!




A palavra de Deus deste XXII Domingo chama atenção para o modo como o cristão deve viver sua prática religiosa: com sinceridade diante de Deus, humildade e amor para com os outros e não de forma legalista, fria e auto-suficiente. Com efeito, Jesus critica duramente os escribas e fariseus, que vieram de Jerusalém para observá-lo e questioná-lo. Qual é o problema deles? Certamente eram homens piedosos e queriam seguir a Lei de Deus. O problema era o espírito com o qual faziam: extremamente legalista. Vejamos:

1) A lei de Deus (para os judeus, expressa na Torah) é santa: “Agora, Israel, ouve as leis e os decretos que eu vos ensino a cumprir… Nada acrescentareis, nada tirareis à palavra que vos digo, mas guardai os mandamentos do Senhor vosso Deus…” (1a. leitura). Ora, o zelo dos fariseus e dos escribas eram tais e com uma mentalidade de tanto apego à letra pela letra, que se tornaram extremamente legalistas. Eles diziam: “Façamos uma cerca em torno da Lei”, ou seja, criaram pouco a pouco um número enorme de preceitos para evitar qualquer desobediência, ao menos remota, à lei. 

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