terça-feira, 30 de outubro de 2012

Os amargos frutos da Teologia da Libertação: Esvaziamento da Igreja Católica no Brasil


“Católicos passam de 93,1% para 64,6% da população em 50 anos — Entre 1960 e 2010, o Brasil viu a parcela de sua população que se declara Católica cair de 93,1% para 64,6%”. [1]


“Em uma década, Católicos perdem mais espaço para os evangélicos. — Entre 2000 e 2010, fatia de Católicos cai 12% no total da população brasileira; parcela dos evangélicos cresce 43% e de pessoas sem religião sobe 10%”. [2]

Notícias alarmantes, que, entretanto, parece não terem alarmado os Senhores Bispos do Brasil, como veremos.

Essa queda não é algo que aconteceu da noite para o dia, a ponto de pegar os Prelados brasileiros de surpresa; nem algo imprevisível, mas resultado de um processo longo, embora se tenha acelerado nas últimas décadas.

Detenhamo-nos um pouco na análise dos números, para depois investigar as causas desse declínio.


segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O Escapulário de Nossa Senhora do Carmo



"A devoção do Escapulário do Carmo fez descer sobre o mundo copiosa chuva de graças espirituais e temporais". (Pio XII, 6/8/50)

O que é?

O Escapulário ou Bentinho do Carmo é um sinal externo de devoção mariana, que consiste na consagração à Santíssima Virgem Maria, por meio da inscrição na Ordem Carmelita, na esperança de sua proteção maternal. O escapulário do Carmo é um sacramental. No dizer do Vaticano II, "um sinal sagrado, segundo o modelo dos sacramentos, por intermédio do qual significam efeitos, sobretudo espirituais, que se obtêm pela intercessão da Igreja". (S.C. 60)

domingo, 28 de outubro de 2012

Catequese - XXX Domingo do Tempo Comum


Homilia do D. Henrique Soares da Costa – XXX Domingo do Tempo Comum – Ano B


XXX Domingo do Tempo Comum
Mc 10,46-52

Naquele tempo, Jesus saiu de Jericó, junto com seus discípulos e uma grande multidão. O filho de Timeu, Bartimeu, cego e mendigo, estava sentado à beira do caminho. Quando ouviu dizer que Jesus, o Nazareno, estava passando, começou a gritar: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” Muitos o repreendiam para que se calasse. Mas ele gritava mais ainda: “Filho de Davi, tem piedade de mim!” Então Jesus parou e disse: “Chamai-o”. Eles o chamaram e disseram: “Coragem, levanta-te, Jesus te chama!” O cego jogou o manto, deu um pulo e foi até Jesus. Então Jesus lhe perguntou: “O que queres que eu te faça?” O cego respondeu: “Mestre, que eu veja!” Jesus disse: “Vai, a tua fé te curou”. No mesmo instante, ele recuperou a vista e seguia Jesus pelo caminho.

Laus Tibi Christe!


Comecemos nossa meditação da Palavra de Deus com a primeira leitura. Muitas vezes, na sua história, o povo de Deus experimentou a escravidão, o exílio e a opressão. Muitas vezes Israel experimentou-se como um nada e viu-se numa escuridão tremenda. 

Parecia que o povo iria acabar-se! Assim, por exemplo, em 722 AC quando os assírios varreram do mapa o reino do Norte, o Reino de Israel e, em 597 e 587 AC, quando os israelitas do Reino de Judá foram levados para o exílio em Babilônia. 

É quase um escândalo, mas é verdade: a história do povo de Deus é uma história de dor e de angústia! Pois bem, é no meio de tal angústia e escuridão que o Profeta fala hoje e diz palavras de esperança, de ânimo e de alegria: “Exultai de alegria, aclamai a primeira entre as nações! Eis que os trarei do país do Norte e os reunirei desde as extremidades da terra”. 

sábado, 27 de outubro de 2012

São Judas Tadeu, Apóstolo e Mártir - 28 de Outubro


São Judas Tadeu, um dos santos mais populares da Santa Igreja, é invocado como o santo dos desesperados e aflitos, o santo das causas sem solução e das causas perdidas


São Judas Tadeu, nasceu em Caná da Galiléia, Palestina, filho de Alfeu (ou Cleofas) e Maria Cleofas.

Seu pai, Alfeu, era irmão de São José e sua mãe prima-irmã de Maria Santíssima. Portanto, São Judas Tadeu era primo-irmão de Jesus, tanto pela parte do pai como da mãe. 

Alfeu (Cleofas) era um dos discípulos a quem Jesus apareceu no caminho de Emaús, no dia da ressurreição. Maria Cleofas, era uma das piedosas mulheres que tinham seguido a Jesus desde a Galileia e que permaneceram ao pé da cruz, no Calvário, junto com Maria Santíssima.

São Judas Tadeu tinha quatro irmãos: Tiago, José, Simão e Maria Salomé. Um deles, Tiago, também foi chamado por Jesus para ser apóstolo. 

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

SÉRIE: CATEQUESE DO PAPA - A Natureza da Fé


Cidade do Vaticano, Praça São Pedro - Quarta-feira, 24 de outubro de 2012 - Boletim da Santa Sé (Tradução: Jéssica Marçal-equipe CN Notícias)   



Caros irmãos e irmãs,


Quarta-feira passada, com o início do Ano da Fé, comecei com uma nova série de catequeses sobra a fé. E hoje gostaria de refletir com vocês sobre uma questão fundamental: o que é a fé? 

Há ainda um sentido para a fé em um mundo em que a ciência e a técnica abriram horizontes até pouco tempo impensáveis? O que significa crer hoje? De fato, no nosso tempo é necessária uma renovada educação para a fé, que inclua um certo conhecimento das suas verdades e dos eventos da salvação, mas que sobretudo nasça de um verdadeiro encontro com Deus em Jesus Cristo, de amá-lo, de confiar Nele, de modo que toda a vida seja envolvida. 

Hoje, junto a tantos sinais do bem, cresce ao nosso redor também um certo deserto espiritual. Às vezes, tem-se a sensação, a partir de certos acontecimentos dos quais temos notícia todos os dias, que o mundo não vai para a construção de uma comunidade mais fraterna e mais pacífica; as mesmas ideias de progresso e de bem estar mostram também as suas sombras. 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Catequese - XXIX Domingo do Tempo Comum


Homilia do D. Henrique Soares da Costa – XXIX Domingo do Tempo Comum – Ano B


XXIX Domingo
Mc 10,35-45
Naquele tempo, Tiago e João, filhos de Zebedeu, foram a Jesus e lhe disseram: “Mestre, queremos que faças por nós o que vamos pedir”. Ele perguntou: “O que quereis que eu vos faça?” Eles responderam: “Deixa-nos sentar um à tua direita e outro à tua esquerda, quando estiveres na tua glória!” Jesus então lhes disse: “Vós não sabeis o que pedis. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber? Podeis ser batizados com o batismo com que vou ser batizado?” Eles responderam: “Podemos”. E ele lhes disse: “Vós bebereis o cálice que eu devo beber, e sereis batizados com o batismo com que eu devo ser batizado. Mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. É para aqueles a quem foi reservado”. Quando os outros dez discípulos ouviram isso, indignaram-se com Tiago e João. Jesus os chamou e disse: “Vós sabeis que os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam. Mas, entre vós, não deve ser assim; quem quiser ser grande, seja vosso servo; e quem quiser ser o primeiro, seja o escravo de todos. Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos”.


Laus Tibi Christe!


Comecemos observando o evangelho. Notemos como os dois irmãos, Tiago e João, se dirigem a Jesus: “Queremos que faças o que vamos pedir”. Isto não é modo de pedir nada ao Senhor, isto não é modo de rezar! Aqui não há humildade, não há abertura para procurar a vontade do Senhor a nosso respeito, mas somente o interesse cego de realizar nossa vontade! 

Quanta loucura e presunção! Muitas vezes, é assim também que rezamos, com esse tom, com essa atitude! Recordemos a palavra do Apóstolo: “Não sabemos o que pedir como convém” (Rm 8,26). Somos tão frágeis, tão incapazes de compreender os desígnios de Deus, que nossos pedidos muitas e muitas vezes não são segundo o coração do Senhor e, portanto, não são para o nosso bem!

Como, então, pedir de acordo com a vontade do Senhor? Escutemos ainda São Paulo: “O Espírito socorre a nossa fraqueza. O próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis” (Rm 8,26). Eis! É somente quando nos deixamos guiar pelo Santo Espírito do Cristo, que compreendemos as coisas de Deus e pediremos segundo Deus! 

sábado, 20 de outubro de 2012

Breves perguntas e respostas sobre a Música na Missa


Obviamente, nos referimos à forma ordinária do rito romano.

1. O que é a Missa?

É a renovação do sacrifício de Cristo oferecido na Cruz, o qual, por sua vez, foi antecipado na Última Ceia. Ceia, Cruz e Missa são uma só realidade substancial. O que ocorreu no Calvário, ocorre na Missa: Cristo se oferecendo por nós. Todavia, a Missa, como a Última Ceia, se distingue da Cruz quanto ao modo de oferecimento: na Cruz, o sacrifício foi cruento, enquanto na Missa é incruento.

2. O que é Missa cantada? E Missa rezada?

Missa cantada é aquela, na tradição litúrgica romana, que tem todas as partes cantadas (com exceção de uma ou outra parte que, no rito anterior, era feita em voz submissa, ou de recente introdução). Nela, o padre e o coro se alternam no canto da Missa em si mesma. Não se trata de executar cantos durante as ações sacras apenas, mas de verdadeiramente cantar as partes que normalmente se recita.

A Missa rezada se entende justamente como o antônimo da cantada. Tradicionalmente, e isso permanece para aqueles que observam a forma extraordinária do rito romano, a Missa rezada era toda rezada, ainda que acompanhada de cantos. Mas as normas da forma ordinária permitem que na Missa rezada atual haja não apenas acompanhamento de cantos, e sim que trechos da Missa em si mesma sejam cantados. Não todos, pois assim seria Missa cantada.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

SÉRIE: CATEQUESE DO PAPA - O Ano da Fé - Introdução


Cidade do Vaticano, Praça de São Pedro - Quarta-feira, 17 de outubro de 2012 - Boletim da Santa Sé (Tradução: Jéssica Marçal-equipe CN Notícias)

Queridos irmãos e irmãs,

Hoje gostaria de introduzir o novo ciclo de catequeses, que se desenvolve durante todo o Ano da Fé há pouco iniciado e que interrompe – por este período – o ciclo dedicado à escola da oração. 

Com a Carta apostólica Porta Fidei, convoquei este Ano especial, para que a Igreja renove o entusiasmo de crer em Jesus Cristo, único salvador do mundo, reaviva a alegria de caminhar sobre a via que nos indicou, e testemunhe de modo concreto a força transformadora da fé. 

A ocorrência dos cinquenta anos de abertura do Concílio Vaticano II é uma ocasião importante para retornar a Deus, para aprofundar e viver com maior coragem a própria fé, para fortalecer a adesão da Igreja, “mestra da humanidade”, que através do anúncio da Palavra, a celebração dos Sacramentos e as obras de caridade nos guia a encontrar e conhecer Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Santo Inácio de Antioquia - 17 de Outubro



O Coliseu romano guarda até hoje o calor dos feitos heroicos que se passaram em sua arena. Ali, a graça do martírio penetrou profundamente e legou à Cristandade uma de suas mais gloriosas páginas...

O exemplo do primeiro Bispo de Antioquia encerra toda a doçura e a força com que a Santa Igreja lançou suas divinas raízes ...

Quem já teve a oportunidade de viajar para Roma e conhecer seus antiquíssimos monumentos - obras-primas da inteligência e da capacidade de nossos ancestrais - certamente terá experimentado uma forte atração ao deparar com o anfiteatro Flaviano, mais conhecido pelo nome de Coliseu.

Sólido e bem edificado, com suas galerias de arcos tipicamente romanos, ele atravessa os séculos, insensível ao tempo, como imagem de um passado que poucos sabem admirar. Com efeito, hoje em dia o Coliseu é objeto da incessante curiosidade dos turistas que o visitam durante todo o ano. Muitos formam intermináveis filas para nele ingressar, com o desejo de fotografá-lo e depois vangloriar-se de ter estado num dos locais mais famosos do mundo; outros percorrendo com o mero intuito de constatar seu valor artístico e estrutural; poucos são, porém, os que para lá se dirigem na intenção de rezar.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Catecismo da Igreja Católica - Primeira Parte: A Profissão de Fé XXIII - Creio no Espírito Santo

Catedral Sagrado Coração de Jesus e Cristo Rei - Petrolina, Pernambuco.

Segunda Seção - A Profissão da Fé Cristã

(683-747)


Capítulo Terceiro - Creio no Espírito Santo

683. «Ninguém pode dizer "Jesus é o Senhor" a não ser pela ação do Espírito Santo» (1Cor 12, 3). «Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: "Abbá! Pai!'» (Gl 4, 6). Este conhecimento da fé só é possível no Espírito Santo. Para estar em contato com Cristo, é preciso primeiro ter sido tocado pelo Espírito Santo. É Ele que nos precede e suscita em nós a fé. Em virtude do nosso Batismo, primeiro sacramento da fé, a Vida, que tem a sua fonte no Pai e nos é oferecida no Filho, é-nos comunicada, íntima e pessoalmente, pelo Espírito Santo na Igreja:
O Batismo «dá-nos a graça do novo nascimento em Deus Pai, por meio do Filho no Espírito Santo. Porque aqueles que têm o Espírito de Deus são conduzidos ao Verbo, isto é, ao Filho: mas o Filho apresenta-os ao Pai, e o Pai dá-lhes a incorruptibilidade. Portanto, sem o Espírito não é possível ver o Filho de Deus, e sem o Filho ninguém tem acesso ao Pai, porque o conhecimento do Pai é o Filho, e o conhecimento do Filho de Deus faz-se pelo Espírito Santo»(1).
684. O Espírito Santo, pela sua graça, é o primeiro no despertar da nossa fé e na vida nova que consiste em conhecer o Pai e Aquele que Ele enviou, Jesus Cristo (2). No entanto, Ele é o último na revelação das Pessoas da Santíssima Trindade. São Gregório de Nazianzeno, «o Teólogo», explica esta progressão pela pedagogia da «condescendência» divina:
«O Antigo Testamento proclamava manifestamente o Pai e mais obscuramente o Filho. O Novo manifestou o Filho e fez entrever a divindade do Espírito. Agora, porém, o próprio Espírito vive conosco e manifesta-se a nós mais abertamente. Com efeito, quando ainda não se confessava a divindade do Pai, não era prudente proclamar abertamente o Filho: e quando a divindade do Filho ainda não era admitida, não era prudente acrescentar o Espírito Santo como um fardo suplementar, para empregar uma expressão um tanto ousada [...] É por avanços e progressões "de glória em glória " que a luz da Trindade brilhará em mais esplendorosas claridades» (3).

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Santa Teresa de Ávila, Doutora da Igreja - 15 de Outubro


Santa Teresa de Jesus é uma verdadeira mestra de vida Cristã para os fiéis de todos os tempos. Ela nos ensina a ser incansáveis testemunhas de Deus, da sua presença e da sua ação. (Bento XVI)

Tudo que se tem a dizer sobre Teresa Sanchez Cepeda D'Ávila y Ahumada é extraordinário. Ela viveu e ensinou a oração pessoal como sendo a busca de uma intimidade maior com Deus. Escreveu como um poeta, cantando as glórias do Senhor do Céu e da Terra, depois de ter convivido misticamente com Ele. 

Reformou e aperfeiçoou o estilo de vida religiosa. Foi doutora em matéria de religião e de religiosidade. Ultrapassando os limites de si mesma, ela foi mais além: foi Santa. E uma grande Santa. Por isso mesmo é que ela é chamada de Teresa, a Grande.

O legado de Teresa


Teresa D'Ávila, Teresa de Jesus ou Teresa, a Grande, nasceu na região de Castela (Espanha), em Ávila, uma cidade medieval cercada por muralhas de pedras grandes e claras que se tornam douradas quando o sol está se pondo. 

Ela era a terceira filha do casal Alonso Sanchez Cepeda com Beatriz D'Ávila y Ahumada e tinha vários irmãos, porque Dom Alonso teve três filhos em um primeiro casamento e outros nove de seu casamento com Dona Beatriz. 

Era da pequena nobreza. Nasceu em 28 de março de 1515.


A reforma do Carmelo e sua experiência metódica da oração pessoal na busca de uma intimidade com Deus formam seu maior legado deixado para os fiéis da Santa Igreja.

domingo, 14 de outubro de 2012

Como deve ser o “Ano da Fé”?



Começa o grande Ano da Fé

É data que marcou o início do Concílio Vaticano II, em 1962. O Papa convocou o Sínodo dos Bispos no mês de outubro de 2012 que tem como tema: “A nova evangelização para a transmissão da fé cristã”, e que abrirá o “Ano da Fé”, que irá até a Festa de Cristo Rei, em novembro de 2013. É a Igreja cumprindo a missão que Jesus lhe deu: “Ide evangelizar!”. 

A missão da Igreja é esta; Paulo VI disse que esta é a identidade e a missão da Igreja. Para a Igreja deixar de evangelizar seria como para o sol deixar de brilhar.

O Vaticano tem dado orientações de como deve ser este Ano especial. “O Ano da Fé quer contribuir para uma conversão renovada ao Senhor Jesus e à redescoberta da fé…”. A “Congregação da Fé” destaca que hoje é necessário um empenho maior a favor duma Nova Evangelização (“novo ardor, novos métodos e nova expressão”), para crer, reencontrar e comunicar a fé.

sábado, 13 de outubro de 2012

Catequese: XXVIII Domingo do Tempo Comum



Homilia do D. Henrique Soares da Costa – XXVIII Domingo do Tempo Comum – Ano B

XXVIII Domingo 
Mc 10,17-30 


Quando Jesus estava saindo de viagem, um homem veio correndo, ajoelhou-se na frente dele e perguntou: - Bom Mestre, o que devo fazer para conseguir a vida eterna? 
Jesus respondeu: 
- Por que você me chama de bom? Só Deus é bom, e mais ninguém. Você conhece os mandamentos: "Não mate, não cometa adultério, não roube, não dê falso testemunho contra ninguém, não tire nada dos outros, respeite o seu pai e a sua mãe." 
- Mestre, desde criança eu tenho obedecido a todos esses mandamentos! - respondeu o homem. 
Jesus olhou para ele com amor e disse: 
- Falta mais uma coisa para você fazer: vá, venda tudo o que tem e dê o dinheiro aos pobres e assim você terá riquezas no céu. Depois venha e me siga. 
Quando o homem ouviu isso, fechou a cara; e, porque era muito rico, foi embora triste. Jesus então olhou para os seus discípulos, que estavam em volta dele, e disse: 
- Como é difícil os ricos entrarem no Reino de Deus! 
Quando ouviram isso, os discípulos ficaram espantados, mas Jesus continuou: 
- Meus filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! É mais difícil um rico entrar no Reino de Deus do que um camelo passar pelo fundo de uma agulha. 
Quando ouviram isso, os discípulos ficaram espantadíssimos e perguntavam uns aos outros: 
- Então, quem é que pode se salvar? 
Jesus olhou para eles e disse: 
- Para os seres humanos isso não é possível; mas, para Deus, é. Pois, para Deus, tudo é possível. 
Aí Pedro disse: 
- Veja! Nós deixamos tudo e seguimos o senhor. 
Jesus respondeu: 
- Eu afirmo a vocês que isto é verdade: aquele que, por causa de mim e do evangelho, deixar casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou terras receberá muito mais, ainda nesta vida. Receberá cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos, terras e também perseguições. E no futuro receberá a vida eterna. Muitos que agora são os primeiros serão os últimos, e muitos que agora são os últimos serão os primeiros.


Laus Tibi Christe!


Caríssimos, antes de mais nada, fixemos nosso olhar em Jesus nosso Senhor: ele é a Sabedoria de Deus, como diz São Paulo (cf. 1Cor 1,24.30). Ele é aquele de que fala a primeira leitura de hoje. Sim, caríssimos no Senhor: encontrar Jesus vale mais que os cetros e tronos; em comparação com essa bendita Sabedoria, saída do Pai no ventre da Virgem, as riquezas são sem valor porque ela é a grande riqueza de nossa existência.

Por isso, vale a pena amar nosso Jesus, Sabedoria de Deus, mais que a saúde e a beleza; vale a pena possuí-lo mais que a luz, pois o esplendor que ele irradia não se apaga. – Sim, Senhor bendito, os que te amam brilham como o sol, como o sol ao amanhecer! 

Tu és a luz do mundo, o esplendor do Pai, a luz de nossos olhos, a Sabedoria que dá sentido à nossa vida! Contigo todos os bens desta vida nos são dados; sem ti nada é verdadeiramente bom, nada durável, nada encherá verdadeiramente o nosso coração! Bendito seja tu, Senhor Jesus, Sabedoria eterna, saída da boca do Pai para dar luz e sentido ao universo!

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Catecismo da Igreja Católica - Primeira Parte: A Profissão de Fé XXII - De onde há de vir a julgar os vivos e os mortos

Catedral de Santa Maria a Real de Almudena - Madri, Espanha

Segunda Seção - A Profissão da Fé Cristã

(668-682)

Capítulo Segundo - Creio em Jesus Cristo, Filho Único de Deus

Artigo 7 - «De onde há de vir a julgar os vivos e os mortos» 


I. «Voltará na sua glória»

Cristo Reina, desde já, pela Igreja

668. «Cristo morreu e voltou à vida para ser Senhor dos mortos e dos vivos» (Rm 14, 9). A ascensão de Cristo aos céus significa a sua participação, na sua humanidade, no poder e autoridade do próprio Deus. Jesus Cristo é Senhor: Ele possui todo o poder nos céus e na Terra. Está «acima de todo o principado, poder, virtude e soberania», porque o Pai «tudo submeteu a seus pés» (Ef 1,20-22). Cristo é o Senhor do cosmos (605) e da história, N'Ele, a história do homem, e até a criação inteira, encontram a sua «recapitulação» (606), o seu acabamento transcendente.

669. Como Senhor, Cristo é também a cabeça da Igreja, que é o seu corpo (607). Elevado ao céu e glorificado, tendo assim cumprido plenamente a sua missão, continua na terra por meio da Igreja. A redenção é a fonte da autoridade que Cristo, em virtude do Espírito Santo, exerce sobre a Igreja (608). «O Reino de Cristo já está misteriosamente presente na Igreja» (609), «gérmen e princípio deste mesmo Reino na Terra» (610).

670. Depois da ascensão, o desígnio de Deus entrou na sua consumação. Estamos já na «última hora» (1 Jo 2, 18) (611). «Já chegou pois, a nós, a plenitude dos tempos, a renovação do mundo já está irrevogavelmente adquirida e, de certo modo, encontra-se já realmente antecipada neste tempo: com efeito, ainda aqui na Terra, a Igreja está aureolada de uma verdadeira, embora imperfeita, santidade» (612). O Reino de Cristo manifesta já a sua presença pelos sinais miraculosos (613) que acompanham o seu anúncio pela Igreja (614).

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Ano da Fé - Homilia do Papa Bento XVI na Santa Missa de Abertura



Santa Missa de abertura do Ano da Fé - Praça São Pedro - Vaticano - Quinta-feira, 11 de outubro de 2012



Venerados Irmãos,
Queridos irmãos e irmãs!


Hoje, com grande alegria, 50 anos depois da abertura do Concílio Vaticano II, damos início ao Ano da fé. Tenho o prazer de saudar a todos vós, especialmente Sua Santidade Bartolomeu I, Patriarca de Constantinopla, e Sua Graça Rowan Williams, Arcebispo de Cantuária. Saúdo também, de modo especial, os Patriarcas e Arcebispos Maiores das Igrejas Orientais Católicas, e os Presidentes das Conferências Episcopais. 

Para fazer memória do Concílio, que alguns dos aqui presentes – a quem saúdo com afeto especial - tivemos a graça de viver em primeira pessoa, esta celebração foi enriquecida com alguns sinais específicos: a procissão inicial, que quis recordar a memorável procissão dos Padres conciliares, quando entraram solenemente nesta Basílica; a entronização do Evangeliário, cópia daquele que foi utilizado durante o Concílio; e a entrega das sete mensagens finais do Concílio e do Catecismo da Igreja Católica, que realizarei no término desta celebração, antes da Bênção Final. 


Estes sinais não nos fazem apenas recordar, mas também nos oferecem a possibilidade de ir além da comemoração. Eles nos convidam a entrar mais profundamente no movimento espiritual que caracterizou o Vaticano II, para que se possa assumi-lo e levá-lo adiante no seu verdadeiro sentido. 

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

SÉRIE: CATEQUESE DO PAPA - Concílio Vaticano II e Ano da Fé


Praça São Pedro - Vaticano, 10 de outubro de 2012 - Boletim da Santa Sé - Tradução: Jéssica Marçal. Equipe CN Notícias

Caros irmãos e irmãs,

Estamos na vigília do dia em que celebraremos os 50 anos da abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II e início do Ano da Fé. Com esta Catequese gostaria de começar a refletir – com alguns breves pensamentos – sobre o grande evento da Igreja que foi o Concílio, evento do qual sou testemunha direta. 

Isso, por assim dizer, nos aparece como um grande afresco, pintado em sua grande multiplicidade e variedade de elementos, sob a orientação do Espírito Santo. E como diante de um grande quadro, daquele momento de graça continuamos também hoje a colher a sua extraordinária riqueza, a redescobrir passagens especiais, fragmentos, entalhes. 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Catecismo da Igreja Católica - Primeira Parte: A Profissão de Fé XXI - Jesus subiu aos Céus e está sentado à direta de Deus, Pai Todo-poderoso

Basílica de São José - Montreal, Canadá

Segunda Seção - A Profissão da Fé Cristã

(659-667)

Capítulo Segundo - Creio em Jesus Cristo, Filho Único de Deus

Artigo 6 - «Jesus subiu aos Céus e está sentado à Direta de Deus, Pai Todo-poderoso» 

659. «Então, o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi elevado ao céu e sentou-se à direita de Deus» (Mc 16, 19). O corpo de Cristo foi glorificado desde o momento da sua ressurreição, como o provam as propriedades novas e sobrenaturais de que, a partir de então, ele goza permanentemente (588). Mas, durante os quarenta dias em que vai comer e beber familiarmente com os discípulos (589) e instruí-los sobre o Reino (590), a sua glória fica ainda velada sob as aparências duma humanidade normal (591). A última aparição de Jesus termina com a entrada irreversível da sua humanidade na glória divina, simbolizada pela nuvem (592) e pelo céu (593). onde a partir de então, está sentado à direita de Deus (594). Só de modo absolutamente excepcional e único é que Se mostrará a Paulo, «como a um aborto» (1 Cor 15, 8), numa última aparição que o constitui Apóstolo (595).

660. O caráter velado da glória do Ressuscitado, durante este tempo, transparece na sua misteriosa palavra a Maria Madalena: « [...] ainda não subi para o Pai. Vai ter com os meus irmãos e diz-lhes que vou subir para o meu Pai e vosso Pai, para o meu Deus e vosso Deus» (Jo 20, 17). Isto indica uma diferença entre a manifestação da glória de Cristo Ressuscitado e a de Cristo exaltado à direita do Pai. O acontecimento da ascensão, ao mesmo tempo histórico e transcendente, marca a transição duma para a outra.

domingo, 7 de outubro de 2012

Catequese - XXVII Domingo do Tempo Comum


Homilia do D. Henrique Soares da Costa – XXVII Domingo do Tempo Comum – Ano B


XXVII DOMINGO
Mc 10,2-12

«Chegando uns fariseus, perguntaram-lhe em forma de cilada: “É permitido ao marido devolver a mulher?”. Mas ele por sua vez lhes perguntou: “Que é que Moisés determinou para vós?”. Eles disseram: “Moisés permitiu lavrar uma certidão de divórcio para repudiar”. Jesus replicou: “Eles vos deu este mandamento por causa da dureza de vosso coração. Mas no início da criação Deus os fez homem e mulher. Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher e os dois se tornarão uma só carne. Assim já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu o homem não separe”. Em casa, os discípulos lhe perguntaram de novo sobre este ponto. Jesus respondeu-lhes: “Todo aquele que devolver a própria mulher e se casar com outra comete adultério em relação à primeira. E se a mulher se divorciar do marido e se casar com outro, ela comete adultério”. »

Laus Tibi Christe!


Neste domingo, a Palavra de Deus trata do matrimônio e de sua indissolubilidade. Eis aqui um tema que se tornou tabu nos tempos atuais e, por isso mesmo, precisa ser tratado com toda clareza pelos cristãos… Afinal, se o Evangelho não for sal e luz, para que serve?

Comecemos com o plano de Deus, descrito no Gênesis de modo figurado, como as parábolas que Jesus contava. São textos que não devem ser tomados ao pé da letra! Se lermos com atenção, perceberemos algo muito belo: Deus, à medida que vai criando, vê que tudo é bom… Ao criar o ser humano, vê que “era muito bom” (Gn 1,31). 

Mas, há algo na criação que o Senhor Deus viu que não era bom: “Não é bom que o homem esteja só”. Se o ser humano é imagem do Deus-Trindade, ele não foi criado para a solidão, mas deve viver em relação com outros: “Vou dar-lhe uma auxiliar que lhe seja semelhante”. Notemos os detalhes tão belos da criação da mulher: (1) “O Senhor Deus fez cair um sono profundo sobre Adão”. Por quê? 

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Catecismo da Igreja Católica - Primeira Parte: A Profissão de Fé XX - Ao Terceiro Dia, Ressuscitou dos Mortos

Basílica do Rosário - Lourdes, França

Segunda Seção - A Profissão da Fé Cristã


(638-658)



Capítulo Segundo - Creio em Jesus Cristo, Filho Único de Deus


Artigo 5 - «Jesus Cristo desceu à Mansão dos Mortos,
ao terceiro dia Ressuscitou dos Mortos» 


Parágrafo 2 - Ao Terceiro Dia, Ressuscitou dos Mortos



638. «Nós vos anunciamos a Boa-Nova de que a promessa feita aos nossos pais, a cumpriu Deus para nós, seus filhos, ao ressuscitar Jesus» (At 13, 32-33). A ressurreição de Jesus é a verdade culminante da nossa fé em Cristo, acreditada e vivida como verdade central pela primeira comunidade cristã, transmitida como fundamental pela Tradição, estabelecida pelos documentos do Novo Testamento, pregada como parte essencial do mistério pascal, ao mesmo tempo que a cruz:
«Cristo ressuscitou dos mortos.
Pela Sua morte venceu a morte,
e aos mortos deu a vida» (542).
I. Acontecimento histórico e transcendente

639. O mistério da ressurreição de Cristo é um acontecimento real, com manifestações historicamente verificadas, como atesta o Novo Testamento. Já São Paulo, por volta do ano 56, pôde escrever aos Coríntios: «Transmiti-vos, em primeiro lugar, o mesmo que havia recebido: Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras: a seguir, apareceu a Pedro, depois aos Doze» (1 Cor 15, 3-4). O Apóstolo fala aqui da tradição viva da ressurreição, de que tinha tomado conhecimento após a sua conversão, às portas de Damasco (543).

terça-feira, 2 de outubro de 2012

O Sacramento da Confirmação


O termo “Confirmação” não tem por origem ser uma confirmação do batismo, segundo o qual as crianças batizadas, quando atingiam a adolescência, seriam levadas à presença do Bispo, para ratificarem a fé aceita por ocasião do Batismo. 

Os Atos dos Apóstolos provam que o seu rito exterior consiste na imposição das mãos, diferente do batismo que utiliza a água. Os apóstolos Pedro e João, enviados a Samaria, "punham as mãos sobre os que tinham sido batizados", e recebiam estes o Espírito Santo (At 8, 12-17). 

Do mesmo modo, S. Paulo, vindo a Éfeso, batizou, em nome de Jesus Cristo, discípulos de João e a “eles impôs as mãos, para que o Espírito Santo baixasse sobre eles” (At 19, 1-6). Para que S. Paulo imporia as mãos sobre quem já era batizado se a Crisma não fosse um sacramento que confirmasse o Batismo, completando os dons do Espírito Santo? 

Catecismo da Igreja Católica - Primeira Parte: A Profissão de Fé XIX - Cristo desceu à Mansão dos Mortos

Catedral de Santo Ambrósio - Milão, Itália

Segunda Seção - A Profissão da Fé Cristã

(631-637)

Capítulo Segundo - Creio em Jesus Cristo, Filho Único de Deus

Artigo 5 - «Jesus Cristo desceu à Mansão dos Mortos,
 ao terceiro dia Ressuscitou dos Mortos» 


631. «Jesus desceu às regiões inferiores da Terra. Aquele que desceu é precisamente o mesmo que subiu» (Ef 4, 9-10). O Símbolo dos Apóstolos confessa, num mesmo artigo da fé, a descida de Cristo a mansão dos mortos e a sua ressurreição dos mortos ao terceiro dia, porque, na sua Páscoa, é da profundidade da morte que Ele faz jorrar a vida:
«Christus, Filius tuus,

qui, regressos ab inferis,
humano generi serenus illuxit,
et vivit et regnat in saecula saeculorum. Amen».

«Jesus Cristo, vosso Filho,
que, ressuscitando de entre os mortos,
iluminou o gênero humano com a sua luz e a sua paz
e vive glorioso pelos séculos dos séculos. Ámen» (527).

Parágrafo 1 - Cristo desceu à Mansão dos Mortos


632. As frequentes afirmações do Novo Testamento, segundo as quais Jesus «ressuscitou de entre os mortos» (1 Cor 15, 20) (528), pressupõem que, anteriormente à ressurreição, Ele tenha estado na mansão dos mortos (529) este o sentido primeiro dado pela pregação apostólica à descida de Jesus à mansão dos mortos: Jesus conheceu a morte, como todos os homens, e foi ter com eles à morada dos mortos. Porém, desceu lá como salvador proclamando a Boa-Nova aos espíritos que ali estavam prisioneiros (530).

633. A morada dos mortos, a que Cristo morto desceu, é chamada pela Escritura os infernos, Sheol ou Hades (531), porque aqueles que aí se encontravam estavam privados da visão de Deus (532). Tal era o caso de todos os mortos, maus ou justos, enquanto esperavam o Redentor (533), o que não quer dizer que a sua sorte fosse idêntica, como Jesus mostra na parábola do pobre Lázaro, recebido no «seio de Abraão» (534). «Foram precisamente essas almas santas, que esperavam o seu libertador no seio de Abraão, que Jesus Cristo libertou quando desceu à mansão dos mortos» (535). Jesus não desceu à mansão dos mortos para de lá libertar os condenados (536), nem para abolir o inferno da condenação (537), mas para libertar os justos que O tinham precedido (538).

634. «A Boa-Nova foi igualmente anunciada aos mortos...» (1Pe 4, 6). A descida à mansão dos mortos é o cumprimento, até à plenitude, do anúncio evangélico da salvação. É a última fase da missão messiânica de Jesus, fase condensada no tempo, mas imensamente vasta no seu significado real de extensão da obra redentora a todos os homens de todos os tempos e de todos os lugares, porque todos aqueles que se salvaram se tornaram participantes da redenção.

635. Cristo, portanto, desceu aos abismos da morte (539), para que «os mortos ouvissem a voz do Filho do Homem e os que a ouvissem, vivessem» (Jo 5, 25). Jesus, «o Príncipe da Vida» (540), «pela sua morte, reduziu à impotência aquele que tem o poder da morte, isto é, o Diabo, e libertou quantos, por meio da morte, se encontravam sujeitos à servidão durante a vida inteira» (Heb 2, 14-15). Desde agora, Cristo ressuscitado «detém as chaves da morte e do Hades» (Ap 1, 18) e «ao nome de Jesus todos se ajoelhem, no céu, na terra e nos abismos» (Fl 2, 10).
«Um grande silêncio reina hoje sobre a terra; um grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o rei dorme. A terra estremeceu e ficou silenciosa, porque Deus adormeceu segundo a carne e despertou os que dormiam há séculos [...]. Vai à procura de Adão, nosso primeiro pai, a ovelha perdida. Quer visitar os que jazem nas trevas e nas sombras da morte. Vai libertar Adão do cativeiro da morte. Ele que é ao mesmo tempo seu Deus e seu filho [...] "Eu sou o teu Deus, que por ti me fiz teu filho [...] Desperta tu que dormes, porque Eu não te criei para que permaneças cativo no reino dos mortos: levanta-te de entre os mortos; Eu sou a vida dos mortos"» (541).

Resumindo:

636. Na expressão «Jesus desceu à mansão dos mortos», o Símbolo confessa que Jesus morreu realmente, e que, por ter morrido por nós, venceu a morte e o Diabo «que tem o poder da morte» (Heb 2, 14).


637. Cristo morto, na sua alma unida à pessoa divina, desceu à morada dos mortos. E abriu aos justos, que O tinham precedido, as portas do céu.

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Notas:
527. Vigília Pascal, Precónio Pascal («Exsultet»): Missale Romanum, editio typica (Typis Polyglottis Vaticanis 1970), p. 273 e 275 [Missal Romano, Gráfica de Coimbra 1992, p. 292 e 295].


528. Cf. Act 3, 15; Rm 8, 11.


529. Cf. Heb 13, 20.


530. Cf. 1 Pe 3, 18-19.


531. Cf. Fl 2, 10; Act 2, 24: Ap 1, 18; Ef 4, 9.


532. Cf. Sl 6, 6; 88, 11-13.


533. Cf. Sl 89, 49; 1 Sm 28, 19: Ez 32, 17-32.


534. Cf. Lc 16, 22-26,


535. CatRom 1. 6. 3. p. 71.


536. Cf. Concílio de Roma (ano 745), De descensu Christi ad inferos: DS 587.


537. Cf. Bento XII, Libellus, Cum dudum (1341). 18: DS 1011; Clemente VI, Ep. Super quibusdam (ano 1351), c. 15, 13: DS 1077.


538. Cf. IV Concílio de Toledo (ano 633). Capitulum, 1: DS 485; Mt 27, 52-53.


539. Cf Mt 12, 40; Rm 10, 7; Ef 4, 9.


540. Cf. Act 3, 15.


541. Antiga homilia para Sábado Santo: PG 43. 440.452.461 [Sábado Santo, 2ª Leitura do Ofício de Leituras: Liturgia das Horas, s. 2 (Gráfica de Coimbra 1983) p. 454-4551.




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