sexta-feira, 16 de março de 2012

As Sagradas Relíquias



O que é uma relíquia e o que ela representa na Igreja?

A palavra relíquia tem origem no latim reliquiae, resto. É uma memória física, o testemunho vivo de um Santo ou de um Beato. Na Igreja sempre teve um valor muito grande, porque nos transporta a um momento histórico concreto como um resto, uma presença, uma passagem histórica… 

Num sentido mais amplo, são chamadas relíquias também os objetos que tiveram um contato com uma pessoa que se venerava, como as suas vestes, os objetos que usou e, mais especialmente, os instrumentos de seu martírio ou de sua penitência. As relíquias são veneradas pelo povo cristão não em si mesmas, mas em razão das pessoas com as quais estão em relação.

Se a relíquia estava constituída pelo cadáver inteiro, se chamava corpus; se por parte do mesmo, se dizia ex ossibus ou ex capillis. As relíquias procedentes somente do contato com o corpo eram chamadas pelos antigos brandea, memoriae, nomina, pignora e sanctuaria. 

Os edifícios levantados sobre os sepulcros dos mártires se chamavam basilicae ou ecclesiae ad corpus, quer dizer, erigidas precisamente no lugar de seu sepulcro. Os primeiros cristãos gostavam de ser enterrados junto aos sepulcros dos mártires e, por isso, estas basílicas chamavam-se cemiteriais.

Não há diferença de origem entre os ritos do culto dos defuntos e os do culto dos mártires porque um deriva do outro. Nem tampouco entre o culto dos mártires e o dos santos não mártires porque rapidamente estes foram associados àqueles numa comum veneração. Não existe também diferença alguma de origem entre o culto dos santos, mártires ou não, e de suas relíquias, que eram sinal de sua presença e veículo de sua ação, em sentido espiritual, entre os vivos. Todos esses cultos nasceram um do outro como ramos de um mesmo tronco.

Um outro valor que tem a relíquia é a relação física que o Santo teve com a Eucaristia, com o Senhor Deus, uma relação também sagrada. O valor do corpo de um batizado, pela união da graça, é um corpo-templo do Espírito Santo. Mas o corpo de um Santo é ainda mais comunhão de graça com Deus, porque viveu na sua carne esta santidade, e o seu corpo foi habitado pela mesma Graça em maneira solene. A relíquia permite manter-nos quase em contato com este corpo. 
 
Na história, as relíquias tiveram também um papel importante no combate contra o espírito do mal, porque a relíquia não é amada pelo diabo, pois é a realidade física que teve uma relação especial com a graça.


Textos Bíblicos sobre o uso das Relíquias:



O culto do túmulo dos justos é uma herança bíblica. No Antigo Testamento apresenta vários relatos quanto ao respeito pelos restos dos mortos, p. ex.: 


A existência da tumba da família (cf. Gn 23, 1ss); 

Abraão chorou junto ao túmulo de Sara (cf. Gn 32, 2ss); 


A expressão bíblica comum “ser sepultado com seus pais” ou “adormecer com os seus pais” refere-se provavelmente ao sepultamento nas tumbas de família; o túmulo dos patriarcas e de outros personagens permaneceram na memória do povo; é digno de nota o fato de não se conhecer o local da sepultura de Moisés (cf. Dt 34, 6); 


O fato de não dar sepultura a alguém era uma maldição ou castigo (cf. Dt 28, 26; 1Rs 21, 23s; 2Rs 9, 36s; Is 34, 3; Jr 7, 32ss); 


Tocar em um santo, na sua roupa ou nos seus ossos provoca uma ação sobrenatural (cf. 2Rs 13, 2).



No Novo Testamento encontram-se relatos importantes:

Sobre o costume de venerar o túmulo dos mortos (cf. Mt 3, 29); 

O tocar em um santo, na sua roupa ou nos seus ossos (cf. Mt 9, 20ss; Mt 14, 36); 

Até a sombra dos santos é capaz de produzir um efeito milagroso (cf. At 5, 15); 

Os evangelhos relatam muitos dos costumes quanto às sepulturas e os corpos sepultados (cf. Mt 27, 60; Mc 16, 1; Lc 23, 56ss; Jo 11, 38ss; 19, 39ss; 20, 7; At 9, 37).

Em outras passagens:

"13 Apanhou o manto que Elias deixara cair, e voltando até o Jordão, parou à beira do rio. 14 Tomou o manto que Elias deixara cair, feriu com ele as águas, dizendo: Onde está o Senhor, o Deus de Elias? Onde está ele? Tendo ferido as águas, estas separaram-se para um e outro lado, e Eliseu passou." II RS 2, 13-14

"21 Ora, aconteceu que um grupo de pessoas, estando a enterrar um homem, viu uma turma desses guerrilheiros e jogou o cadáver no túmulo de Eliseu. O morto, ao tocar os ossos de Eliseu, voltou à vida, e pôs-se de pé." II RS 13,21

"20 Ora, uma mulher atormentada por um fluxo de sangue, havia doze anos, aproximou-se dele por trás e tocou-lhe a orla do manto. 21 Dizia consigo: Se eu somente tocar na sua vestimenta, serei curada. 22 Jesus virou-se, viu-a e disse-lhe: Tem confiança, minha filha, tua fé te salvou. E a mulher ficou curada instantaneamente." MT 9, 20-22


"35 As pessoas do lugar o reconheceram e mandaram anunciar por todos os arredores. Apresentaram-lhe, então, todos os doentes, 36 rogando-lhe que ao menos deixasse tocar na orla de sua veste. E, todos aqueles que nele tocaram, foram curados." MT 14,35-36


"11 Deus fazia milagres extraordinários por intermédio de Paulo, de modo que lenços e outros panos que tinham tocado o seu corpo eram levados aos enfermos; 12 e afastavam-se deles as doenças e retiravam-se os espíritos malignos." AT 19,11-12

Origem na História da Igreja

Desde suas origens, a Igreja venerou as relíquias, primeiramente as dos mártires e logo também as dos santos confessores. Este culto começou com o martírio de Santo Inácio de Antioquia. E a Igreja de Esmirna considerou os restos de seu bispo e mártir São Policarpo mais preciosos que o ouro e começou a venerá-los celebrando solenemente todos os anos o aniversário de seu martírio, relatado, por exemplo, nas obras de Eusébio de Cesareia.

Depois de ter sido queimado na fogueira, os discípulos do mártir recuperaram os ossos calcinados do seu mestre e acolheram-nos como objetos sagrados.

Mais tarde diversos milagres foram atribuídos a esta relíquia e a busca por objetos semelhantes tornou-se cada vez mais popular, conduzindo por exemplo, à descoberta da cruz da crucificação de Jesus Cristo em cerca de 318.


No início do cristianismo, as relíquias eram importantes, principalmente partes de corpos de mártires, pois considerava que seriam estes os primeiros a levantar-se no momento da ressurreição.

Era pois importante para o fiel ser enterrado junto destas relíquias, ou pelo menos perto dos seus relicários, de forma a poder acordar para a vida eterna ao lado dos soldados da fé.

O culto das relíquias foi aumentando cada vez mais e no século VII o arcebispo da Cantuária São Teodoro declarou que as relíquias deviam ser objetos de veneração e iluminadas dia e noite pela luz de uma vela.

Dois séculos mais tarde a prática era obedecida pelo menos pelo rei Alfredo de Inglaterra.
 
Relíquias na Idade Média 

Durante a Idade Média e o período de construção de catedrais o culto das relíquias atingiu o seu auge.

Nesta altura, a edificação e manutenção de uma catedral era custeada sobretudo através de donativos da congregação.

A importância eclesiástica de uma diocese, bem como a sua capacidade de atrair novos fieis e peregrinos, era muitas vezes dependente da quantidade e qualidade de relíquias que eram exibidas para veneração.

Assim, quando a primeira seção da catedral de Colônia abriu as portas em 1164, foi com todo o orgulho que o Arcebispo Reinaldo de Dassel expôs os corpos dos Três reis magos. Da mesma forma, e dando só alguns exemplos:

Santiago de Compostela reclama o corpo de São Tiago.

Trier o manto de Jesus pelo qual os legionários romanos jogaram aos dados.

A catedral de Chartres apresenta a túnica da Virgem Maria

Não será difícil de perceber que em breve o culto das relíquias tomou em breve uma proporção principalmente após a tomada de Constantinopla durante a quarta cruzada em 1204.

Ossos, pequenos bocados de pano, garrafinhas com água do rio em que Jesus foi batizado, até saquinhos com o pó do qual Adão foi criado, eram peças comuns nos mercados do século XIII.

Veracidade de algumas Relíquias

Mais tarde Erasmo de Roterdã haveria de afirmar com ironia que os verdadeiros bocados da cruz chegavam para construir um navio.(Recentemente, a Igreja Católica encomendou um estudo que descobriu que existem 4,000,000 centímetros cúbicos em relíquias da cruz, bastante àquem dos 178,000,000 necessários para o volume de uma cruz razoável. Não há portanto que temer.)

O Papado tomou uma posição no fim do século XIII no Concílio de Lion, onde chamou a si a responsabilidade de diagnosticar a veracidade de todas as novas relíquias.

Aparentemente, não foi suficiente, uma vez que em 1287, o bispo Quivil de Exeter se viu obrigado a proibir a todos a veneração de todas as relíquias aparecidas nos últimos anos.

Sobre o Sudário de Turim, por exemplo, alegou-se ser uma impostura obra de um talentoso falsificador do século XIV (idade do pano obtida pelo método do Carbono 14).

Contudo, cientistas envolvidos na pesquisa levantaram a hipótese de que a composição do sudário pudesse ter sido alterada por uma série de incêndios aos quais a relíquia sobreviveu, além do próprio depósito de impurezas, tais como poeira e crescimento de bactéricas.


Tais questões invalidam a datação por Carbono-14 e a referida falsificação.


Classificação de relíquias


 
Existem duas classes de relíquias…
 
A primeira classe é constituída pelo corpo; a segunda pelas roupas e objetos que estiveram em contacto com o corpo do Santo, vivo ou morto. Os objetos que estiveram em contato com a tumba, ao contrário, têm um valor simbólico, afetivo, e são chamadas “lembranças”. O gesto de fazer tocar sobre a tumba o objeto que usamos todos os dias, por exemplo, o rosário, tem somente um valor devocional.

Muitas vezes, as pessoas atraídas pela curiosidade ou devoção popular, visitam um Santuário somente para ver a cabeça de Santa Catarina ou a língua de Santo Antônio. A devoção às relíquias não atrapalha a presença viva de Cristo na Tabernáculo, pois sempre devemos manter a Hierarquia. O primeiro lugar ocupa a Eucaristia; depois temos a Palavra de Deus e finalmente as relíquias, incluindo as imagens sagradas, recordando que, as imagens são finalizadas para a oração.

É importantíssimo reconduzir à justa devoção pela relíquia, porém é fácil cair na superstição. A relíquia não é um amuleto. Então: vou à Igreja, primeiro ajoelho-me diante da Eucaristia, depois vou venerar o Santo, porque sinto a sua proteção. O Santo intercede por nós e nós podemos pedir ao Santo, por sua vez, que interceda junto do Senhor, fim último da nossa oração. 


Quando beijo a relíquia de um Santo é como se beijasse a misericórdia de Deus que se realizou naquele Santo. Quando oro diante do corpo de um Santo, agradeço a Deus que conduziu esta pessoa no caminho rumo à Santidade.

Devemos sempre lembrarmo-nos que, por meio dos Santos, adoramos a Deus.

Concílio de Trento, sobre as Relíquias - Sessão XXV

984. Manda o Santo Concílio a todos os bispos, aos encarregados do ensino e aos que mantêm cura, que instruam diligentemente os fiéis, sobretudo no que diz respeito à intercessão e invocação dos Santos, à veneração das suas Relíquias e ao uso legítimo das Imagens, segundo o costume da Igreja Católica recebido dos primórdios do Cristianismo, conforme o consenso comum dos Santos Padres e os decretos dos sacros Concílios. 


Ensinem-lhes que os Santos reinam juntamente com Cristo e oferecem a Deus suas orações pelos homens, que é bom e útil invocá-los com súplicas e recorrermos às suas orações, ao seu socorro e auxilio, para obtermos benefícios que a Deus devem ser pedidos por intermédio de Seu Filho Jesus Cristo Nosso Senhor, único Redentor e Salvador nosso. 


Pensam, pois, impiamente os que dizem que os Santos, que gozam da eterna felicidade no céu, não devem ser invocados; outro tanto se diga dos que afirmam que invocá-los para que orem por cada um de nós é oposto à palavra de Deus e contrário à honra do único mediador de Deus e dos homens, Jesus Cristo (cfr. l Tim 2, 5), ou que é estultície suplicar com palavras ou mentalmente aos que reinam no céu.




985. Ensine-se aos fiéis que os veneráveis corpos dos santos Mártires e dos outros que vivem em Cristo devem ser venerados, por terem sido membrosvivos de Cristo e templos do Espirito Santo (cfr. l Cor 3, 16; 6, 19; 2 Cor 6, 16), que serão por ele ressuscitados e glorificados para a vida eterna, pois Deus tem concedido muitos benefícios aos homens por sua intercessão. 


Portanto devem ser condenados, como outrora já fez a Igreja, e agora torna a faze-lo os que afirmam que não se deve prestar honra e veneração às Relíquias dos Santos, que é inútil honrar estes e outros monumentos, que em vão se cultua a memória dos Santos, pedindo-lhes auxílios.

986. Quanto às Imagens de Cristo, da Santíssima Virgem e de outros Santos, se devem ter e conservar especialmente nos templos e se lhes deve tributar a devida honra e veneração, não porque se creia que há nelas alguma divindade ou virtude pelas quais devam ser honradas, nem porque se lhes deva pedir alguma coisa ou depositar nelas alguma confiança, como outrora os gentios, que punham suas esperanças nos ídolos (cfr. Sl 134, 15 ss), mas porque a veneração tributada às Imagens se refere aos protótipos que elas representam, de sorte que nas Imagens que osculamos, e diante das quais nos descobrimos e ajoelhamos, adoremos a Cristo e veneremos os Santos, representados nas Imagens. Isto foi sancionado nos decretos dos Concílios, especialmente no segundo de Nicéia contra os iconoclastas.

987. Os bispos ensinem, pois, diligentemente, com narrações dos mistérios de nossa redenção, com quadros, pinturas e outras figuras, pois assim se instrui e confirma o povo, ajudando-o a venerar e recordar assiduamente os artigos de fé. 


Então sim, grande fruto se poderá auferir do culto das sagradas Imagens, não só porque por meio delas se manifestam ao povo os benefícios e as mercês que Deus lhes concede, mas também porque se expõem aos olhos dos fiéis os milagres que Deus opera pelos seus Santos, bem como seus salutares exemplos. 


Rendam, assim, por eles graças a Deus, regulem a sua vida e costumes à imitação deles e se afervorem em adorar e amar a Deus, fomentando a piedade. Se alguém ensinar ou pensar de modo contrário a estes decretos — seja excomungado.

988. Se nestas santas e salutares observâncias se introduzirem abusos, deseja ardentemente este santo Concílio que sejam totalmente abolidos, a fim de que não tenha isso para os simples as aparências de um falso dogma e não seja ocasião de erros. 


E se alguma vez acontecer que se representem e ilustrem episódios e narrações da Sagrada Escritura, como aliás é conveniente ao povo pouco instruído, ensine-se então que nem por isso é possível representar a divindade, como se a víssemos com os olhos corporais, ou a pudéssemos exprimir em cores e figuras…

Concílio de Trento (1543-1563) – XIX Concílio Ecumênico (contra os inovadores do século XVI)


No campo eclesiástico, o Concílio de Trento, na 35ª Sessão, ao tratar explicitamente das relíquias, afirma que: devem ser venerados pelos fiéis os sagrados corpos dos santos e mártires e de outros que vivem com Cristo, pois foram membros vivos de Cristo e templos do Espírito Santo, que por ele hão de ser ressuscitados e glorificados para a vida eterna, e pelos quais faz Deus muitos benefícios aos homens; de sorte que os que afirmam que as relíquias dos santos não se lhes deve veneração e honra, ou que elas e outros sagrados monumentos são honrados inutilmente pelos fiéis e que em vão se reitera a memória deles com objeto de impetrar a sua ajuda, devem absolutamente ser condenados, como já antes se os condenou e agora também os condena a Igreja.

O culto das relíquias está intimamente vinculado ao culto dos santos. Portanto, assim como o culto dos santos exerce um grande influxo na vida espiritual, mediante o exemplo de sua vida, assim também o culto das relíquias pode influir muito no incremento da vida interior. Com efeito, as relíquias são algo concreto e visível, posto que se trata de partes físicas do corpo do santo. 


A veneração, o contato, o beijo da relíquia, segundo as leis psicológicas, comovem, excitam a admiração e induzem à imitação do herói cristão. Ademais, há que admitir a intervenção sobrenatural do santo cujas relíquias se veneram e cuja intervenção se pede ante Deus. As relíquias dos santos são para nós como um documento tangível de sua vida espiritual enquanto nos mostram de que modo alcançaram uma perfeição tal que lhes valeu a canonização (ou beatificação) e o culto público. 


Não há dúvida que tudo isso constitui um grande incentivo para a perfeição da vida espiritual. Com efeito, o culto das relíquias exerceu um grande influxo na vida interior dos próprios santos. 


No Código de Direito Canônico de 1917 aparecem vários cânones relativos às relíquias: 

1276, quanto à importância do culto; 

1255, ao tipo de culto; 

1281, quanto às relíquias insignes; 

1282, quanto à conservação de relíquias em oratórios privados; 

1283 e 1284, quanto ao culto público e a autenticidade;

1285, quanto às relíquias antigas; 

1287, quanto à maneira de expor; 

1288, quanto às relíquias da Santa Cruz; 

1289 quanto ao cuidado e à venda de relíquias. 

Portanto, eram dadas normas expressas acerca da autenticidade das relíquias. As disposições canônicas vigentes, dando por suposta sua autenticidade, apenas regulam o relativo a sua possível venda ou alienação.

A autenticidade de uma relíquia supõe um certo reconhecimento de sua genuinidade. O autêntico reconhecimento é o que se faz em forma jurídica pela competente autoridade eclesiástica que é o ordinário do lugar, onde se encontra o sepulcro, expressamente delegado pela Congregação para a Causa dos Santos. No momento do reconhecimento se tomam algumas partes do corpo que, autenticadas pelo postulador, se distribuem aos fiéis.



O novo código, de 1983, reserva um cânon à questão das relíquias. É o c. 1190 nos parágrafos 1 e 2, onde proíbe terminantemente vender relíquias sagradas e que, para a alienação ou transladação de relíquias insignes ou as que gozem de grande veneração do povo é necessária a aprovação da Sé Apostólica.

Quanto ao que sejam relíquias insignes, vale a descrição do código de 1917, no cânon 1281 § 2: o corpo, a cabeça, um braço, um antebraço, o coração, a língua, uma mão, uma perna ou aquela parte do corpo na qual o mártir padeceu contanto que esteja íntegra e não seja pequena.

O culto das relíquias se chama relativo, enquanto se honra a relíquia pela relação que teve com a pessoa do beato ou santo. Esse culto é perfeitamente legítimo porque não é supersticioso nem subtrai nada ao verdadeiro culto divino. Dito culto se encontra também no campo civil, dirigido a recordações e restos de homens ilustres e heróis, e, mais recentemente, também a astros do cinema e da música. É um culto antiquíssimo e estendido por todo o mundo; é legítimo em seu princípio e constitui parte importante das leis comuns da humanidade.

A Igreja não só recomenda a veneração das relíquias, mas se preocupa também em desterrar os abusos e irreverências. Exige que as relíquias sejam autenticadas, mediante documento escrito e oficial, expedido pela autoridade competente, para que possam ser expostas ao culto público dos fiéis. A exposição pública, a fabricação ou a venda de uma relíquia falsa era punida com a excomunhão ipso facto, reservada ao Ordinário.

Fontes:


http://www.santossanctorum.blogspot.com
http://www.arautoveritatis.com 
http://www.paraclitus.com.br

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