Retirado do blog http://www.caiafarsa.wordpress.com
Venho por meio deste tópico esclarecer a todos sobre um dos temas mais polêmicos envolvendo a Igreja Católica, a Inquisição. Os dados foram obtidos de fontes diversas (citadas nas referências) e também através de diversos posts e outros blogs mais. Trata-se de um exaustivo estudo. Resolvi compilá-los para fins didáticos a todos interessados pelo tema. Boa leitura!
-----------------------------------------------------------------------
Por muito tempo instaurou-se na sociedade a idéia fantasiosa de que a Igreja cometeu atos abomináveis em nome da justiça divina, torturas, fogueiras, etc, etc.
Em 1998, João Paulo II autoriza a abertura dos arquivos secretos da Congregatio pro Doctrina Fide (antigo Santo Ofício) onde se encontra a maior base documental sobre a Inquisição (fonte primária). O estudo desses documentos culminou com um Simpósio Internacional de Historiadores chamado “A Inquisição”, presidido por ninguém menos que Rino Camillieri.
Em discurso do Papa aos cientistas participantes no simpósio sobre “a Inquisição” João Paulo II afirma:
“O argumento sobre o qual vos detivestes requer, como é fácil intuir, atento discernimento e notável conhecimento da história.”
Nesse sentido devemos portanto desconstruir a idéia errada de considerar todos os tribunais medievais simplesmente como “Inquisição”. Devemos distinguir que havia na verdade Tribunal Civil, Tribunal Eclesiástico e Tribunal Protestante. Somente o Tribunal Eclesiástico respondia pela Igreja Católica.
De princípio vou me ater ao tribunal Eclesiástico e Civil para depois expor o que se passou pelos Tribunais Protestantes.
Parte I – Posicionamento da Igreja Católica frente às práticas comuns ao Direito Civil:
No livro “A Inquisição em seu mundo” de João Bernardino Gonzaga lemos o seguinte:
Conforme atestam inúmeros documentos, a antiga Igreja sempre foi radicalmente hostil à utilização de violências nas investigações criminais. Muito citada é a carta que o papa Nicolau I escreveu, no ano 866, a Bóris, príncipe da Bulgária:
“Eu sei que, após haver capturado um ladrão, vós o exasperais com torturas, até que ele confesse, mas nenhuma lei divina ou humana poderia permití-lo. A confissão deve ser espontânea, não arrancada”; e advertiu: “Se o paciente se confessa culpado sem o ser, sobre quem recairá o pecado?”
Eis, portanto, a repulsa da Igreja – acusada injustamente – frente à tortura. Continuando, se fosse usado algum artifício e tortura, temos que ela não deveria pôr em perigo a vida e a integridade fisica do paciente; vedada era a efusão de sangue; um médico devia estar presente; somente podia ser aplicada uma vez, jamais reiterada; a confissão por meio dela obtida apenas valeria se depois livremente confirmada. Condições muito mais suaves, portanto, do que as vigorantes na Justiça secular.
Ainda nesse sentido, uma distinção clara entre os tribunais civis e eclesiástico é vista em relação ao ordálio...
O ordálio era uma prática comum empregada pelo tribunal civil. Na época vigorava o chamado “sistema acusatório”, reduzindo-se o julgamento a um confronto, em termos de rigorosa igualdade, entre dois particulares, nobres ou homens livres. Não se formara a noção do interesse público em punir os crimes. Conseguintemente, o direito de acusação somente pertencia à pessoa lesada, ou, se esta houvesse morrido, à sua linhagem. Sem a presença de uma vítima, queixando-se, não era possível instaurar o pleito.
O procedimento era público, oral e formalista. No dia fixado, as partes compareciam pessoalmente perante a assembleia formada pelos seus pares, sob a presidência do senhor feudal ou de um seu representante. O autor apresentava sua queixa de viva voz, através de rígidas fórmulas tradicionais, sem cometer nenhuma falha que permitisse ao adversário proclamar nula a demanda. Em seguida, competia ao acusado responder de imediato, uma vez que o silêncio equivalia a uma confissão. A defesa tinha de consistir em negações exatamente ajustadas aos termos da acusação, refutando-a palavra por palavra, de verbo ad verbum.
Os litigantes deviam também prestar o juramento de que diziam a verdade, sempre que possível acompanhados de pessoas de bem, que endossassem suas posições. Eram os conjuratores. A prova testemunhal, caso existisse, era igualmente formalista: as testemunhas depunham oralmente, diante das partes e da assembleia, limitando-se a pronunciar certas fórmulas indicativas de que a razão estava com este ou aquele contendor. Mais do que o conteúdo das suas declarações, o que importava era apenas o número de testemunhas concordes. As regras indicavam quantos depoimentos bastavam para que se desse como provado certo fato.
Na hipótese de os juramentos não serem aceitos e de inexistirem testemunhas suficientes, restavam dois outros expedientes, oriundos do antigo Direito germânico: o duelo e os “Juízos de Deus” ou ordálios. Ambos se baseavam na mesma crença, de um Deus sempre presente no mundo, a interferir nos negócios humanos. Provocava-se, pois, a intervenção divina, para que apontasse o culpado e não permitisse a condenação de um inocente.
No duelo, batiam-se acusador e acusado, reconhecendo-se razão àquele que vencesse. Não deixava de haver aí alguma perspicácia: esperava-se que o mentiroso, sabedor da própria culpa, que Deus também conhecia, lutasse com menor ardor, mais facilmente sendo derrotado.
Finalmente, se por qualquer motivo não conviesse o duelo, recorria-se aos ordálios. Se o acusado insistisse na sua inocência, era ele (e às vezes também suas testemunhas) submetido a alguma prova que ensejasse a Deus a revelação da verdade. Os métodos variaram muito, mas em regra consistiram na “prova do fogo” ou na “prova da água”. Por exemplo, o réu devia transportar com as mãos nuas, por determinada distância, uma barra de ferro incandescente. Enfaixavam depois as feridas e deixavam transcorrer certo número de dias. Findo o prazo, se as queimaduras houvessem desaparecido, considerava-se inocente o acusado; se se apresentassem infeccionadas, isso demonstrava a sua culpa. Equivalentemente ocorria na “prova da água”, em que o réu devia, por exemplo, submergir, durante o tempo fixado, seu braço numa caldeira cheia de água fervente. A expectativa dos julgadores era de que o culpado, acreditando no ordálio e por temor a suas conseqüências, preferisse desde logo confessar a própria responsabilidade, dispensando o doloroso teste.
Se o imputado fosse nobre de muito alto nível, um príncipe, um conde, era-lhe permitido indicar algum subordinado seu para participar dessas provas.
Graças, todavia, à firme oposição da Igreja, a utilização dos ordálios foi declinando, para praticamente desaparecer no século XIV.
Parte II – Por que a Igreja perseguia os hereges?
Como advertira São Tomás de Aquino, os hereges são como os delinqüentes que passam moeda falsa. O herege procura ser sempre astuto, não revela o seu desvio, e este se torna geralmente difícil de descobrir, porque está escondido no íntimo da pessoa. Imperioso era, pois, a Justiça obter a confissão.
Difícil se torna para nós hoje decidir retroativamente, dentro da formação mental daquela época, como caberia ao dever de caridade resolver este dilema: deixar o herege impune, para que continuasse a disseminar o mal, e, com essa omissão, arriscar-se a perder incontáveis cristãos; ou extorquir-lhe pela força o reconhecimento do seu crime, a fim de tentar corrigí-lo, e, se isso não fosse possível, eliminá-lo para o bem do povo.
Somente a Igreja, jamais o juiz leigo, possui competência para dizer se determinada doutrina é ou não herética. De conseguinte, o julgamento do caso lhe havia forçosamente de caber. Afirmada então por ela a existência do crime, o culpado passava ao tribunal comum, para receber os castigos previstos na legislação estatal.
A Igreja também reivindicou sempre a sua autoridade exclusiva para conhecer de acusações envolvendo clérigos, tanto nos crimes religiosos como nos comuns. Referem os historiadores que muitos bandidos, por isso, se faziam tonsurar, a fim de escaparem da Justiça laica, muito mais severa, e passarem à alçada da religiosa, de maior brandura.
Sempre que pôde, a Justiça canônica pretendeu também que fossem deixados a seu cargo vários crimes praticados por leigos, principalmente aqueles que atingiam a Igreja ou a fé e alguns de natureza mista, que a interessavam maiormente; ou seja, certos atos que, ademais de ilícitos, constituíam grave pecado: delitos carnais em geral, usura, etc.
Muito encontradiça foi também esta solução: o tribunal eclesiástico fazia o processo e proferia a condenação, impondo ao réu uma sanção espiritual ; e o transferia a seguir à Justiça do Estado, para que esta aplicasse, em acréscimo, as próprias penas. Tal sucedia, por exemplo, nas hipóteses em que o crime merecia a pena de morte, inexistente no arsenal repressivo da Igreja. Sendo o réu um clérigo, podia-se recorrer a fácil artifício: primeiro, a Justiça eclesiástica lhe impunha a degradação, fazendo-o retornar à condição de leigo, com o que se via livre para o encaminhar depois às autoridades civis.
Em Portugal, as Ordenações Filipinas foram explícitas nesse sentido, dizendo no Livro V, Título I: “O conhecimento do crime de heresia pertence principalmente aos Juízes Eclesiásticos. E porque eles não podem fazer as execuções nos condenados no dito crime, por serem de sangue, quando condenarem alguns hereges, devem os remeter a nós com as sentenças que contra eles derem, para os nossos desembargadores as verem; aos quais mandamos, que as cumpram, punindo os hereges condenados, como por Direito devem”.
Parte III – Os cátaros – hereges:
Os cátaros impugnavam o casamento, e para eles o fruto proibido, no paraíso terrestre, fora justamente o seu uso. A propagação do gênero humano constitui obra diabólica, ou seja, do deus mau, a mulher grávida possui o demônio no corpo. Pregava-se, em conseqüência, a abstenção da convivência entre os sexos, para as pessoas chegarem ao estado de perfeita pureza; mas, sendo evidentemente difícil a perseverança na perfeição, preveniam-se as defecções por meio de freqüentes assassínios, a chamada “endura”.
Há quem calcule que essa prática haja vitimado mais cátaros do que toda a repressão inquisitorial contra eles exercida.
As novas crenças passaram assim a minar a Igreja e o Estado, mormente a do catarismo, que muito se expandia, investindo contra os Poderes civil e religioso. A Igreja, durante bastante tempo e fiel à sua tradição, procurou manter-se à margem das violências, restringindo-se aos meios suasórios, de catequese, e recomendava compaixão para com os culpados, enquanto as autoridades leigas se mostravam crescentemente inquietas.
Na Inglaterra, não houve meias-medidas: quando um grupo de cátaros lá desembarcou em 1160, foram todos logo presos, marcados a ferro incandescente e expulsos da ilha. Sumariamente afastou-se, pois, o problema, de tal sorte que, nesse país, inexistiram tribunais de Inquisição durante toda a Idade Média.
Parte IV – Erros comuns. A importância do revisionismo histórico:
Essa parte visa instigar-lhes o espírito crítico, pois grande parte dos absurdos que se acredita hoje em dia nasce da propaganda feita pelos maus professores de história. Imparciais e cultivadores do ódio em relação à Santa Sé.
Crise da idade média:
Vamos começar pela “Pasteurella pestis” – Uma bactéria que matava em pouco tempo e que se espalhou rapidamente.
Principais sintomas – Febre, mal-estar e bulbos (bolhas) de sangue e pus espalhavam-se pelo corpo do doente, principalmente nas axilas e virilhas. Como os conhecimentos médicos eram pouco desenvolvidos, a morte era certa.
A doença que ela provocava logo levou a uma pandemia e recebeu o nome de Peste Negra. A conseqüência de sua entrada na Europa foi simplesmente devastadora: a morte de cerca de 34 milhões de pessoas, ou seja, um terço da população do continente. Como poderia então a Inquisição ter matado 75-100 milhões de pessoas? Alguns historiadores afirmam que estes números são estimados e acreditam veementemente neles. - inclusive na época de escola fui instruído assim.
Vejamos… Matemática simples:
1/3 = 34 milhões, logo 3/3 (ou seja, o total) = 102 milhões.
Teoricamente Peste e Inquisição teriam matado juntas 34+(75+100)/2 (para se calcular a média) = 121,5 milhões de pessoas! Sem contar a fome e os demais problemas decorrentes da crise medieval!!!
Ou seja, uma mentira sem tamanho já que, repito, a população européia era estimada em 102 milhões nesses séculos.
Continuam os erros matemáticos…
1186 – A “Santa Inquisição” é estabelecida no Concílio de Verona” – muitos afirmam isso. ERRADO!
Inquisição foi estabelecida pelo Papa Gregório IX no ano de 1231 e durou no máximo até o século XVI quando foi substituída pelo Santo Ofício.
Só aí já são 45 anos de erro.
Não vou nem comentar aqueles que falam sobre a Inquisição ter durado 1200 anos afinal de contas, eles estariam fazendo a conta das mortes que a Inquisição fará até o ano de 2386!!!! (1186+1200=2386).
Agora supondo que a Inquisição tenha matado de fato 75 a 100 milhões de pessoas:
Tendo em vista ter durado corretamente do ano de sua fundação (1231) até o século XVI, aproximados 400 anos (jogando pra cima para não se dizer estar sendo reduzido o tempo de sua duração) temos exatos 146 mil dias (365×400).
São, portanto 146 mil dias para se matar um total de 100 milhões de pessoas. Façamos essa conta:
100000000/146000 = 684,93151 - Exato, a Inquisição matava em média 684,93151 pessoas por dia!!!!
Usando-se agora a média de mortes (100000000+75000000/2 = 87500000):
87500000/146000 = 599,31507!!! Ainda assim um número Absurdo!!!! Não?
Parte V – O Tribunal eclesiástico e os tribunais protestantes e civis:
Muita calúnia se espalhou pelos protestantes a troco de uma falsa evangelização, objetos de torturas imaginários, que hoje sabe-se, nunca foram usados, como a “iron maiden”, eram citados dramaticamente pelos embusteiros da fé, como ferramentas da Igreja. Hoje sabemos que eram apenas calúnias de quem queria esconder algo terrível.
É muito fácil, mas injusto, condenar com os critérios de hoje os acontecimentos de então, diante da ignorância da época, da supertição, da carga psicológica e do influxo bíblico.
Enquanto o tribunal católico e os juízes civis, absolveram muitos dos acusados de bruxaria, tome-se como exemplo: Galileu e Casanova, o protestantismo em muitos países, não deixou viver um suspeito sequer, ensandecidos e ávidos por verem as labaredas devorarem a carne trêmula de seus condenados sem julgamento, bradavam versículos bíblicos ensandecidos, como de preferência o Êxodo (22,17), “Não deixarás viver a feiticeira”.
Já no início, as posições de Lutero, contra os anabatistas, causaram a morte de milhares de pessoas… Calvino, pai dos presbiterianos, mandou queimar o espanhol Miguel Servet Grizar (médico descobridor da circulação do sangue); Um só perseguidor protestante, de bruxas na Alemanha, Nichólas Romy, considerado grande especialista e que escreveu um longo tratado sobre bruxaria, teve sobre sua consciência a morte de 900 pessoas.
Diferente dos tribunais católicos e civis – já expostos mais acima – entre os protestantes parecia haver uma disputa por ceifar mais vidas. Benedict Carpzov perdia a compostura contra a bruxaria, que considerava merecedora de torturas três vezes intensificadas com respeito a outros crimes, e cinco vezes punível com pena de morte, luterano fanático, num record, assinou sentença de morte contra 20.000 bruxas. Carpzov, entre outros textos bíblicos (Lv 19,31; 20,6.27; Dt 12,1-5; I Sm 27…), citava também o Êxodo (22,17); “Não deixarás viver a feiticeira”.
A soberba era tamanha, o protestante Teodoro Bessa, em 1554, pediu o uso da força pública contra os católicos pelo simples ódio da Igreja. A perseguição contra os católicos, na Inglaterra e na Irlanda, foi dominada pela mais escancarada intolerância religiosa. Ainda há pouco tempo as falsas perseguições que terminaram por causar o domingo sangrento foram reveladas.
João Calvino governou com mão-de-ferro, transformou Genebra numa oligarquia religiosa, proibiu os moradores de praticar hábitos como dançar, jogar, ir ao teatro etc. Durante os quatro primeiros anos de governo houve nada menos, nada mais do que cinqüenta e oito execuções. Segundo Preserved Smith, houve mais casos de vício em Genebra depois da reforma do que antes.
A frase abaixo de Bommberg indica as linhas gerais dos procedimentos civis e protestantes:
“Um juiz francês (poder civil) alardeava de ter queimado oitocentas mulheres em 16 anos de magistratura. Queimaram-se 600 pessoas, durante a administração de um bispo protestante em Bamberga. A caça as bruxas liderada pelas igrejas protestantes tomaram a Grã-Bretanha e a Alemanha. Na Genebra protestante foram queimadas 500 pessoas no ano 1615. Em Tréveris (quase exclusivamente poder civil) se informou da queima de umas 7.000 pessoas durante um período de vários anos”.
Na Grenoble católica, o poder civil — não o tribunal católico — condenou à morte 167 pessoas acusadas de bruxaria, entre os anos 1427 e 1447. Mas na Saxônia protestante só num dia do ano de mil quinhentos e oitenta e nove se queimaram 133 bruxos. No pequeno cantão suíço de Vaud, os protestantes, em 10 anos — de 1591 a 1600 —, mataram 311 bruxos, e na Baviera uns 2.000 do ano 1500 ao 1756.
Foram terríveis os genocídios causados pelos protestantes na Alemanha. A então Alemanha estava dividida em mais de trezentas circunscrições, cada uma delas com seu próprio Supremo Tribunal civil e seu Direito particular. A perseguição às bruxas e a severidade dos castigos dependiam geralmente dos respectivos senhores de cada região, que governavam com muita independência e poder quase absoluto.
Dentro de cada região, havia oscilações pendulares inclusive extremas, segundo os critérios subjetivos do mesmo senhor e segundo os conceitos das diversas sucessões no poder através dos anos e dos séculos. Daí a dificuldade em se calcular o número de pessoas condenadas à fogueira e à forca na Alemanha. Mas das crônicas e processos regionais que chegaram até nós cabe deduzir que as vítimas se contaram por milhares. Gardner calcula nove milhões. Morrow simplesmente diz que foram milhões. É deveras dificultoso termos acesso aos documentos ocultos pelos próprios protestantes.
W. A. Schoeder, contemporâneo aos fatos, anotou que nas localidades de Bamberg e Zeil, entre 1625 e 1630, (cinco anos) se realizaram nada menos que 900 processos de bruxaria. Deles (numa exceção), 236 terminaram com condenação à morte na fogueira. Só num ano, 1617, em Wurzburgo, foram queimadas 300 bruxas; em total nesta região as atas apresentam l.200 condenações à morte.
Em 20 anos, de 1615 à 1635, em Estrasburgo, houve 5.000 queimas de bruxas.
Em cidades pequenas como a imperial Offenburg, que só tinha entre dois e três mil habitantes, se desenvolveram acérrimas perseguições às bruxas durante três decênios, e em só dois anos, segundo as atas, foram queimadas 79 pessoas.
Na Suíça, quando protestante, os casos de condenação de bruxas descritos nas crônicas conservadas chegam a 5.417. Nos Alpes Austríacos, as mortes chegaram ao menos a 5.000.
Na Inglaterra destacava-se o protestante Mathew Hopkins que se autodenominava “descobridor geral de bruxas”. Parece que era um sádico encoberto. Quando encontrava uma mulher que excitava seus instintos sexuais anormais, obrigava-a a despir-se na sua presença e começava a fincar, com uma agulha, as diversas partes do corpo dela (assim se procuravam áreas insensíveis, o que seria sinal de possessão demoníaca). Mas… ele mesmo diante de outros fanáticos protestantes foi acusado de possuir estranhos poderes. Submetido às provas de bruxaria que empregara, foi condenado e morto.
Na Inglaterra não era necessário aplicar torturas — às vezes se deram! — porque a condenação freqüentemente era sentenciada sem necessidade de confissão por parte do acusado.
Em 1562 a rainha Elizabeth, e a versão definitiva do Witch Act ou lei contra os bruxos de Jacques I em 1604, condenavam à morte a pessoa que tivesse feito qualquer malefício pretendendo acabar com a vida ou danar o corpo de alguém. Mesmo que não se percebesse efeito nenhum do malefício! Esta lei se manteve em vigor na Constituição até 1736.
No ano 1670, na Suécia, houve um processo deplorável: Como conseqüência das declarações, arrancadas pelas interrogações feitas pelos teólogos protestantes, foram queimadas 70 mulheres, açoitadas mais 56, queimadas 15 crianças que já tinham chegado aos 16 anos e outras 40 foram açoitadas. E pensar que são esses hoje, que acusam a Igreja de ter “matado inocentes”.
Na Alemanha protestante, o poder civil condenou Anna Maria Schwugelin. Foi decapitada como bruxa em 1759.
No dia dezoito de junho de mil setecentos e oitenta e dois, o governo protestante ainda decapitou uma bruxa na Suíça.
Após assomar-nos à realidade espantosa da bruxomania entre os civis e protestantes, é de todo ridículo que se inflamem os ânimos de protestantes surpresos, de certos “historiadores” e de falsos “professores” mal intencionados, contra a transparência da Igreja Católica, a única a reconhecer a ignorância e os erros de alguns filhos seus no passado.
E em Roma, onde evidentemente o influxo da Igreja Católica era maior, só se deram duas mortes pelo delito de bruxaria. Essa condenação à morte foi pedida pelo papa João XXII (1316-1334). E não por motivos religiosos. Antes do nascimento da revolta protestante. Mandou queimar o bispo da sua cidade, Cahors, e enforcar seu médico porque supunha que estes dois homens tentaram tirar-lhe a vida por meio da magia. Naquele ambiente da época, o próprio papa viveu toda a sua vida escravizado pelo pânico supersticioso dos feitiços. Após o nascimento da revolta protestante, enquanto em outras cidades morriam queimadas ou enforcadas milhares e até milhões de “bruxas” pelos protestantes, nenhuma execução por este motivo se realizou em Roma.
Uma instrução da Câmara Apostólica, de 1657 — então os processos de bruxaria somente se realizavam nos tribunais civis —, apresenta a advertência da Inquisição: “A Santa Inquisição confessa que os processos são longos para serem instruídos regularmente; ela censura os juízes pelas vexações, encarceramentos injustos, torturas. Muitos têm-se mostrado demasiado cruéis encarcerando pela mínima suspeita e têm aplicado a tortura apesar do malefício não ter sido provado”.
Parte VI – A Inquisição Protestante por localidade:
Foi demonstrado de princípio a postura da Igreja com o tribunal eclesiástico. Seu posicionamento brando e piedoso. Em seguida foi exposta a gritante diferença existente entre o primeiro e o tribunal civil e protestante.
Agora seguem alguns casos que merecem destaque. Demostrar-se-á a Inquisição Protestante por localidade:
1 - Alemanha:
Em Augsburgo, em 1528, cerca de 170 anabatistas foram aprisionados por ordem do Poder Público. Muitos foram queimados vivos; outros foram marcados com ferro em brasa nas bochechas ou tiveram a língua cortada. Em 1537, o Conselho Municipal publicou um decreto que proibia o culto católico e estabelecia o prazo de oito dias para que os católicos abandonassem a cidade.
Ao término desse prazo, soldados passaram a perseguir os que não aceitaram a nova fé. Igrejas e mosteiros foram profanados, imagens foram derrubadas, altares e o patrimônio artístico e cultural foram saqueados, queimados e destruídos.
Também em Frankfurt, a lei determinou a total suspensão do culto católico e a estendeu a todos os estados alemães.
O teólogo protestante Meyfart descreveu uma tortura que ele mesmo presenciou:
‘Um espanhol e um italiano foram os que sofreram esta bestialidade e brutalidade. Nos países católicos não se condena um assassino, um incestuoso ou um adúltero a mais de uma hora de tortura (sic). Porém, na Alemanha a tortura é mantida por um dia e uma noite inteira; às vezes, até por dois dias; outras vezes, até por quatro dias e, após isto, é novamente iniciada. Esta é uma história exata e horrível, que não pude presenciar sem também me estremecer”.
2 - Inglaterra:
Seis monges Cartuxos e o bispo de Rochester foram sumariamente enforcados.
Na época da imperadora Isabel, cerca de 800 católicos eram assassinados por ano e Jesuítas também foram assassinados ou torturados.
Um ato do Parlamento inglês, em 1562, decretou que “cada sacerdote romano deve ser pendurado, decapitado e esquartejado; a seguir, deve ser queimado e sua cabeça exposta em um poste em local público”.
3 - Irlanda:
Quando Henrique VIII iniciou a perseguição protestante contra os católicos, existiam mais de mil monges dominicanos no país, dos quais apenas dois sobreviveram.
4 - Suíça:
O descobridor da circulação do sangue foi queimado em Genebra, por ordem de Calvino.
No distrito de Thorgau, um missionário zwingliano liderou um bando protestante que saqueou, massacrou e destruiu o mosteiro local, inclusive a biblioteca e o acervo artístico e cultural.
Em Zurique, foi ordenada a retirada de todas as imagens religiosas, relíquias e enfeites das igrejas; até mesmo os órgãos foram proibidos. A catedral ficou vazia, como continua até hoje. Os católicos foram proibidos de ocupar cargos públicos; o comparecimento aos sermões católicos implicava em penas e castigos físicos e, sob a ordem de “severas penas”, era proibido ao povo possuir imagens e quadros religiosos em suas casas.
Ainda em Zurique, a Missa foi prescrita em 1525. A isto, seguiu-se a queima dos mosteiros e a destruição em massa de templos. Os bispos de Constança, Basiléia, Lausana e Genebra foram obrigados a abandonar suas cidades e o território.
Um observador contemporâneo, Willian Farel, escreveu: “Ao sermão de João Calvino na antiga igreja de São Pedro seguiu-se desordens em que se destruíram imagens, quadros e tesouros antigos das igrejas”.
5 - Escócia:
John Knox, pai do presbiteranismo, mandou queimar na fogueira cerca de 1.000 mulheres, acusadas de bruxaria.
A Inquisição suspendeu sistematicamente o Catolicismo nas áreas protestantes.
6 - Roma:
O Saque de Roma foi um dos episódios mais sangrentos da Reforma Protestante. No dia 6 de maio de 1527, legiões luteranas do exército imperial de Carlos V invadiram a cidade.
Um texto veneziano, daquela época, afirma que: “o inferno não é nada quando comparado com a visão da Roma atual”.
Os soldados luteranos nomearam Lutero “papa de Roma”. Todos os doentes do Hospital do Espírito Santo foram massacrados em seus leitos. Os palácios foram destruídos por tiros de canhões, com os seus habitantes dentro. Os crânios dos Apóstolos São João e Santo André serviram para os jogos esportivos das tropas. Centenas de cadáveres de religiosas, leigas e crianças violentadas – muitas com lanças incrustadas em seu sexo – foram atirados no rio Tibre. As igrejas, inclusive a Basílica de São Pedro, foram convertidas em estábulos e foram celebradas missas “profanas”.
Gregório afirma a respeito: “Alguns soldados embriagados colocaram ornamentos sacerdotais em um asno e obrigaram um sacerdote a conferir-lhe a comunhão. O sacerdote engoliu a forma e seus algozes o mataram mediante terríveis tormentos”.
Conta o Padre Mexia: “Depois disso, sem diferenciar o sagrado e o profano, toda a cidade foi roubada e saqueada, inexistindo qualquer casa ou templo que não foi roubado ou algum homem que não foi preso e solto apenas após o resgate”.
Parte VII – Os Reformadores Protestantes. Ódio perpetuo:
1 - Lutero:
Em 1520, escreveu em seu “Epítome”: “(…) francamente declaro que o verdadeiro anticristo encontra-se entronizado no templo de Deus e governa em Roma (a empurpurada Babilônia), sendo a Cúria a sinagoga de Satanás (…) Se a fúria dos romanistas não cessar, não restará outro remédio senão os imperadores, reis e príncipes reunidos com forças e armas atacarem a essa praga mundial, resolvendo o assunto não mais com palavras, mas com a espada (…) Se castigamos os ladrões com a forca, os assaltantes com a espada, os hereges com a fogueira, por que não atacamos com armas, com maior razão, a esses mestres da perdição, a esses cardeais, a esses papas, a todo esse ápice da Sodoma romana, que tem perpetuamente corrompido a Igreja de Deus, lavando assim as nossas mãos em seu sangue?”
Em um folheto intitulado “Contra a Falsamente Chamada Ordem Espiritual do Papa e dos Bispos”, de julho de 1522, ele declarou:
“Seria melhor que se assassinassem todos os bispos e se arrasassem todas as fundações e claustros para que não se destruísse uma só alma, para não falar já de todas as almas perdidas para salvar os seus indignos fraudadores e idólatras.
Que utilidade tem os que assim vivem na luxúria, alimentando-se com o suor e o sangue dos demais?”
Em outro folheto, “Contra a Horda dos Camponeses que Roubam e Assassinam”, ele dizia aos príncipes:
“Empunhai rapidamente a espada, pois um príncipe ou senhor deve lembrar neste caso que é ministro de Deus e servidor da Sua ira (Romanos 13) e que recebeu a espada para empregá-la contra tais homens (…) Se pode castigar e não o faz – mesmo que o castigo consista em tirar a vida e derramar sangue – é culpável de todos os assassinatos e todo o mal que esses homens cometerem”.
Em julho de 1525, Lutero escrevia em sua “Carta Aberta sobre o Livro contra os Camponeses”:
“Se acreditam que esta resposta é demasiadamente dura e que seu único fim e fazer-vos calar pela violência, respondo que isto é verdade. Um rebelde não merece ser contestado pela razão porque não a aceita. Aquele que não quer escutar a Palavra de Deus, que lhe fala com bondade, deve ouvir o algoz quando este chega com o seu machado (…) Não quero ouvir nem saber nada sobre misericórdia”.
Sobre os judeus, assim dizia em suas famosas “Cartas sobre a Mesa”:
“Quem puder que atire-lhes enxofre e alcatrão; se alguém puder lançá-los no fogo do inferno, tanto que melhor (…) E isto deve ser feito em honra de Nosso Senhor e do Cristianismo. Sejam suas casas despedaçadas e destruídas (…) Sejam-lhes confiscados seus livros de orações e talmudes, bem como toda a sua Bíblia. Proíba-se seus rabinos de ensinar, sob pena de morte, de agora em diante. E se tudo isso for pouco, que sejam expulsos do país como cães raivosos”.
Em seus “Comentários ao Salmo 80", Lutero aconselhava aos governantes que aplicassem a pena de morte a todos os hereges.
Melanchton, o teólogo luterano da Reforma, aceitou ser o presidente da inquisição protestante, com sede na Saxônia. Ele apresentou um documento, em 1530, no qual defendia o direito de repressão à espada contra os anabatistas. Lutero acrescentou de próprio punho uma nota em que dizia: “Isto é de meu agrado”. Convencido de que os anabatistas arderiam no fogo do Melanchton os perseguia com a justificativa de que “por que precisamos ter mais piedade com essas pessoas do que Deus?”
2 - Calvino:
Em seus “Institutos”, declarou: “Pessoas que persistem nas superstições do anticristo romano devem ser reprimidas pela espada”.
Em 1547, James Gruet publicou uma nota criticando Calvino e foi preso, torturado no potro duas vezes por dia durante um mês e, finalmente, sentenciado à morte por blasfêmia. Seus pés foram pregados a uma estaca e sua cabeça foi cortada.
Em 1555, os irmãos Comparet foram acusados de libertinagem, executados e esquartejados. Seus restos mortais foram exibidos em diferentes partes de Genebra.
3 - Zwínglio:
Em 1525, começou a perseguir os anabatistas de Zurique. As penas iam desde o afogamento no lago ou em rios até a fogueira.
Diante de tanto ódio vemos a sabedoria na pessoa do Papa Alexandre III que escreveu: “Mais vale absolver culpados do que, por excessiva severidade, atacar a vida de inocentes… A mansidão mais convém aos homens da Igreja do que a dureza”.
Como se não bastasse, a violência não foi exercida apenas contra os católicos. Os reformadores foram violentos entre si.
Lutero disse: “Ecolampaio, Calvino e outros hereges semelhantes possuem demônios sobre demônios, têm corações corrompidos e bocas mentirosas”. Por ocasião da morte de Zwínglio afirmou: “Que bom que Zwínglio morreu em campo de batalha! A que classe de triunfo e a que bem Deus conduziu os seus negócios!”, e também: “Zwínglio está morto e condenado por ser ladrão, rebelde e levar outros a seguir os seus erros”.
Zwínglio também atacava Lutero: “O demônio apoderou-se de Lutero de tal modo que até nos faz crer que o possui por completo. Quando é visto entre os seus seguidores, parece realmente que uma legião o possui”.
ROSSEAU em sua obra “Filosofia Positiva”, escreveu:
“A intolerância do Protestantismo certamente não foi menor do que a do Catolicismo e, com certeza, mais reprovável”.
Parte VIII – Esclarecendo alguns episódios distorcidos ao longo da historia:
1º – Em 1208 exterminaram os cristãos Albaneses:
1º – Em 1208 exterminaram os cristãos Albaneses:
Nenhuma bula papal pregou a violência, nem a morte de hereges. A história registra: “Foram numerosos os cânones dos concílios que, excomungando os hereges e proibindo os cristãos de lhes darem asilo, não admitiam que se utilizassem contra eles a pena de morte. Deviam bastar as penas espirituais ou, quando muito, as penas temporais moderadas.” (Daniel-Rops, História da Igreja de Cristo, vol. III, A Igreja das Catedrais e das “Cruzadas”, Quadrante, pp. 605-606).
O Papa Alexandre III escreveu: “Mais vale absolver culpados do que, por excessiva severidade, atacar a vida de inocentes… A mansidão mais convém aos homens da Igreja do que a dureza”.
H. C. Lea – historiador protestante e possuidor do maior acervo a respeito da Inquisição – cita 47 bulas nas quais a Santa Sé continuamente insiste na jurisprudência que deve se observar nos tribunais eclesiásticos. Alertam para não cair na violência e injustiças frequentes dos juízes leigos. (Hansen, Zauberwahn…, op. cit., pp. 24s).
É sabido que, alguns cristãos, enviados para convertê-los, longe do controle do Papa desentenderam-se em lamentável confronto com estes maus católicos apóstatas, os Albigenses, que pregavam que satã era outro deus, rejeitavam os sacramentos, declaravam ser pecado casar, eram sexualmente permissivos, evitavam a gravidez e encorajavam o aborto. É uma heresia chamar estes de “cristãos Albigenses” pois estes eram dualistas, tinham também Satã, como deus. (Enciclopédia Encarta 99). É também uma falsidade, querer atribuir isso a Igreja. Seria o mesmo que condená-la por causa de Judas Escariotes.
2º – O FRADE TORQUEMADA, anos 1420-98, comandou por 8 anos a morte de 10.200 protestantes e intelectuais queimados vivos, foi horrível! – o bispo Hooper foi queimado com fogo insuficientemente e gritada: “Mais lenha, aumente o fogo!” Ao seu lado numa caixa estava o papel de perdão, bastava retratar-se, mas não o fez!
O monge TORQUEMADA morreu em 1498, o protestantismo é de 1517. Em 1483, este monge foi dispensado a trabalhar para os reis Isabel e Fernando, que o usaram politicamente, sem vínculo com a Igreja. E para a surpresa do fantasioso “pastor”, que deu gritinhos de “foi horrível!”, e inventava a morte de “10.200”, desmoralizamo-lo: o grande historiador Agostino Borromeu, constatou que dos 125.000 processos de sua história, a Inquisição espanhola condenou à morte 59 pessoas, longe do aval do Papa. Ou seja, condenou-se apenas 1,8% e destes, 1,7% eram bonecos queimados em lugar dos ausentes.
Os tribunais eclesiásticos foram muito mais indulgentes, que os civis e protestantes que mataram 25.000 só na Alemanha, sendo o matador recordista o luterano Benedict Carpzov que matou 20.000 mulheres, Fontes: (Agência Zenit, Sunday, June 20, 2004 1:17 PM), (Benedict Carpzov, Practica Nova Rer. Criminalium Imperialis Saxonica in 3 Partes Div., Wittenberg, 1635.), Como vemos, o embusteiro andou contabilizando bonecos queimados como “protestantes”. Agora ele sabe o porquê nunca pediram indenização por terem parentes mortos pela Igreja. Tem mais, seu citado “bispo Hopper” foi morto pela rainha Maria I, filha do protestante rei Henrique VIII. Não pela Igreja Católica.
Os tribunais eclesiásticos foram muito mais indulgentes, que os civis e protestantes que mataram 25.000 só na Alemanha, sendo o matador recordista o luterano Benedict Carpzov que matou 20.000 mulheres, Fontes: (Agência Zenit, Sunday, June 20, 2004 1:17 PM), (Benedict Carpzov, Practica Nova Rer. Criminalium Imperialis Saxonica in 3 Partes Div., Wittenberg, 1635.), Como vemos, o embusteiro andou contabilizando bonecos queimados como “protestantes”. Agora ele sabe o porquê nunca pediram indenização por terem parentes mortos pela Igreja. Tem mais, seu citado “bispo Hopper” foi morto pela rainha Maria I, filha do protestante rei Henrique VIII. Não pela Igreja Católica.
3º – Carlos V, anos 1500-58, eliminou, por ordem do papa, 50 mil cristãos alemães:
Carlos V, era imperador germânico, reconheceu a divisão religiosa do Império, legalizando, pela primeira vez, o luteranismo na Alemanha. Embora não tenha permitido uma satisfação completa, garantiu 50 anos de paz religiosa na Alemanha. Nunca recebeu “ordem” de algum Papa. Na batalha de Mühlberg, em 1547, repeliu e venceu um insurgente e armadíssimo exército protestante, chamado de Liga Esmalcalda. Que fique claro, esta batalha foi política e não religiosa.
4º – O Papa Pio V anos 1566-72, exterminou 100.000 Anabatistas:
Aos 25/6/1535, o povo da cidade alemã de Münster, exterminou os invasores e POLÍGAMOS anabatistas, outros 30 mil e seu líder Thomas Munzer, foram exterminados pela vontade de Lutero, conforme registro oficial da história. (VEIT, Valentim, História Universal, Livraria Martins Ed, SP, 1961, Tomo II, pp. 248-249). (Revista Pergunte & Responderemos. 03/97).
5º – O Papa Gregório XIII anos 1572-85, organizou com os jesuítas o extermínio dos protestantes franceses e na noite de 24 de agosto de 1572 mataram 70 mil deles! – Esse papa comemorou mandando que as Igrejas cantassem o TE DEUN, trocassem presentes e cunhou moedas comemorativas ao massacre:
Este fato envolvendo disputas políticas entre a Rainha Catharina de Medici e o protestante almirante Coligny, aconteceu na França, quando o Papa estava em Roma e os Jesuítas ausentes àquele casamento da filha da rainha com um protestante. Uma falsa notícia, sem outros meios de comunicação na época, chegou a Roma dando conta que os huguenotes haviam atentado contra o rei e a rainha, que teriam vencido os huguenotes bravamente escapando ilesos.
Sendo todos em Roma amigos do rei e da rainha franceses, festejaram sua resistência, ocasião em que o Papa Gregório XIII, sem maldade e diplomaticamente, solicitou em ação de graças que se cumprissem todas as cerimônias de praxe. Diz um documento da época: “Mesmo em Paris, muita gente se enganou; e o próprio Parlamento condenou retrospectivamente o almirante Coligny (líder protestante) a ser queimado em effigie por causa do criminoso atentado.” (DEVIVIER, Pe. W., SJ. Curso de Apologetica Christã, 3ª ed., São Paulo: Melhoramentos, 1925, pp. 426-429). A conclusão que se tira é de uma mera questão política entre a rainha Catharina e o político protestante Coligny.
6º – Em 1590 o catolicismo eliminou uns 200 mil cristãos Huguenotes:
Em 1593, o novo líder dos protestantes huguenotes, Henrique IV, que escapou do citado massacre da rainha, converteu-se voluntariamente e definitivamente ao Catolicismo, este proclamou o Edito de Nantes, que trouxe a paz. Se fosse a Igreja que tivesse exterminado os protestantes huguenotes, como iria seu líder se converter ao Catolicismo???
Em 1572, Catarina de Médicis, mãe do Rei Carlos IX, temendo que o almirante Gaspard de Coligny influenciasse seu filho a fazer guerra à Espanha ordena um atentado contra a vida do almirante, que sobrevive.
Poucos dias antes, numa tentativa de apaziguar os ânimos entre as partes, a irmã do rei, Margarida de Valois, havia se casado com o líder protestante Henrique de Navarra (na verdade ele “se converteu” apenas para que pudesse se casar).
A tensão entre os huguenotes (liderados por Coligny) e a família real aumenta depois do atentado e descamba em conflitos de rua que se tornam um verdadeiro massacre. Gaspar de Coligny é assassinado a mando de Henrique de Guise, prefeito de Paris, numa vingança familiar (havia fortes suspeitas de que Coligny fosse o mandante do assassinato do pai de Henrique de Guise, nove anos antes).
Quando Carlos IX morre, Henrique III, seu irmão, assume o trono; Henrique de Guise inicia uma guerra contra o rei por sua política favorável aos huguenotes; Henrique de Navarra, cunhado do rei também entra na guerra, como líder do exército huguenote. Henrique III celebra a paz com o cunhado e os dois se unem contra o prefeito de Paris. A mando do Rei, Henrique de Guise é assassinado. O Rei morre no dia seguinte pelas mãos de um partidário de Guise.
Na falta de filhos ou irmãos o nome levantado para assumir o trono é o de Henrique de Navarra, cunhado do falecido rei, que se torna Henrique IV. A população de Paris não aceita um Rei protestante e Henrique não consegue entrar na cidade com suas tropas. Nessa ocasião ele proclama a célebre frase: “Paris vaut bien une messe” (“Paris vale bem uma missa”) e se “converte” novamente, dessa vez em caráter definitivo ao catolicismo para assim ganhar a simpatia da população e dos líderes políticos da cidade de Paris e poder tornar-se rei de fato.
Repetindo… “Paris vaut bien une messe” cunho totalmente político.
7º – O Monarca alemão Fernando II anos 1578-1637 instigado pelos jesuítas começou uma guerra de extermínio aos protestantes; essa guerra religiosa terminou em guerra política e tirou a vida de 15 milhões de pessoas:
Omitindo que os luteranos promoveram o maior massacre da história da humanidade, segundo Maurice Andrieux, no dia 6 de maio de 1527, quando saquearam Roma. Nunca os Jesuítas se juntaram a este imperador.
Parte IX – Referências:
A Inquisição em seu Mundo – João Brenardino Gonzaga – professor da USP
Heresias Medievais – Nachman Falbel
Manual do Inquisidor – Bernard Guy
Histoire de l´ Inquisition au Moyen Âge – Jean Guiraud
L´Épóppée Cathare – Michel Roquebert
Les Cathares – Arno Borst
Histoire des Cathares – Jean Duvernoy
El Tribunal de la Inquisición – Fernando Ayllon
Personajes de la Inquisición – William T. Walsh
L’Inquisition – Henri Maisonneuve
La Vera Storia dell Inquisizione – Rino Camilleri
Procure também a respeito de Agostino Borromeo. Segundo ele: "na Espanha, apenas 1,8% dos investigados pela Inquisição espanhola foram mortos. "
Henry Charles Lea – vasta obra nesse sentido. Alguns afirmam sobre sua obra (a respeito da Inquisição Espanhola):
” The subject is an interesting one, and we know of no other English book which throws so much light (SO MUCH LIGHT!) upon it. … It should be understood that this book is the outcome of independent, first-hand investigation of the materials stored in the immense Spanish Archives.” M. W. H. in The Sunday Sun, New York.
Até a BBC:
Agora, também a insuspeita emissora BBC de Londres vem refutar o mito da Inquisição como paradigma de terror. A notícia nos vem através do diário madrilenho “El Pais” (8-11-94), em artigo de Lola Galán, intitulado “A falsa história da Inquisição espanhola”.
Diz ela:
“As sinistras salas de tortura dotadas de rodas dentadas, engrenagens quebra-ossos, grilhões e demais mecanismos aterradores só existiram na imaginação de seus detratores. O Santo Oficio (nome do Tribunal da Inquisição) viu-se frente a uma gigantesca máquina propagandística.”
“Domingo, num programa noturno de maior audiência – Time Watch – a BBC mostrou o verdadeiro rosto do tribunal criado pelos Reis Católicos contra a heresia. Peritos do porte de Henry Kemen, Stephen Haliczer ou os professores José Álvares Junco e Jaime Contreras reconstituíram a verdadeira fisionomia de uma instituição intencionalmente desvirtuada.
“Em cerca de 7 mil casos, aplica-se apenas em 2% algo parecido com a tortura. Em 350 anos de história, enquanto a lenda fala de milhões de assassinatos, a cifra real de vítimas situa-se entre 5 a 7 mil pessoas.
“É paradoxal que tenha sido a prestigiosa BBC, a televisão estatal britânica, a encarregada de reconstituir a imagem de uma instituição espanhola”.
NOTE – “UMA INSTITUIÇÃO INTENCIONALMENTE DESVIRTUADA”.
Rino Camillieri, autor do livro La Vera Storia dell Inquisizione, ed. PIemme, Casale Monferrato, 2.001, afirma que em 50.000 processos inquisitoriais uma ínfima parte levaram à condenação à morte, e dessas só uma pequena minoria produziu efetivamente execuções. ( Cfr. op. cit , p. 17) Diz ainda esse autor que na principal cidade medieval – centro da heresia cátara – , em um século, houve apenas 1% de sentenças à morte (Cfr. Op cit. p. 36). Um outro autor dá o número total de condenações à morte em Toulouse, durante 100 anos: 42 sentenças.
Agostino Borromeo
Em estudos recentes do Historiador Agostino Borromeo verificou que, relativo ao Tribunal Eclesiástico, este número não chegou a 100 mortos em toda a Europa, sendo estes crimes contra a vontade dos papas.
Diz o renomado historiador em entrevista à agência européia ZENIT.org, em 16 de junho de 2004: “Pelo que se refere às famosas “caçadas de bruxas”, o historiador constatou que os tribunais eclesiásticos foram muito mais indulgentes que os civis. Dos 125.000 processos de sua história, a Inquisição espanhola condenou à morte 59 “bruxas”. Na Itália, acrescentou, foram 36 e em Portugal 4."
Autor : João
Fonte: http://www.caiafarsa.wordpress.com
Fonte: http://www.caiafarsa.wordpress.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário