terça-feira, 29 de novembro de 2011

Doutrina sobre os Dons Extraordinários


Por São João Da Cruz - Doutor da Igreja

Livro III - Capítulo XXX

1. Agora é conveniente tratar do quinto gênero de bens nos quais pode a alma gozar-se: os bens sobrenaturais. Por eles entendemos as graças e dons concedidos pelo Senhor, superiores à habilidade e poder natural, chamados gratis datae, dons gratuitos. Tais são os dons de sabedoria e ciência conferidos a Salomão, e também as graças enumeradas por S. Paulo: "A fé, a graça de curar as doenças, o dom dos milagres, o espírito de profecia, o discernimento dos espíritos, a interpretação das palavras, enfim, o dom de falar diversas línguas" (Cor 12,9-10).

2. Sem dúvida, todos esses bens são espirituais, como os do sexto gênero, do qual nos ocuparemos mais tarde; todavia, existe entre eles diferença notável, motivo para distingui-las uns dos outros. O exercício dos bens sobrenaturais tem por fim imediato a utilidade do próximo e é para esse proveito e fim que Deus os concede, conforme diz S. Paulo: "E a cada um é dada a manifestação do Espírito para proveito dos demais" (ib. 5,7). Isto se aplica a essas graças. 

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A Coroa do Advento


A primeira referência ao "Tempo do Advento" é encontrada na Espanha, quando no ano 380, o Sínodo de Saragossa prescreveu uma preparação de três semanas para a Epifania, data em que, antigamente, também se celebrava o Natal. 

Na França, Perpétuo, bispo de Tours, instituiu seis semanas de preparação para o Natal e, em Roma, o Sacramentário Gelasiano cita o Advento no fim do século V.

Há relatos de que o Advento começou a ser vivido entre os séculos IV e VII em vários lugares do mundo, como preparação para a festa do Natal. No final do século IV na Gália (atual França) e na Espanha, tinha caráter ascético com jejum, abstinência e duração de 6 semanas como na Quaresma (quaresma de São Martinho). 

Este caráter ascético para a preparação do Natal se devia à preparação dos catecúmenos para o batismo na festa da Epifania.

O Advento


Evangelho: Exortação à vigilância

33 Estai de sobreaviso, vigiai, porque não sabeis quando será o momento. 34 Será como um homem que, empreendendo uma viagem, deixou a sua casa, delegou a autoridade aos seus servos, indicando a cada um a sua tarefa, e ordenou ao porteiro que estivesse vigilante. 35 Vigiai, pois, visto que não sabeis quando virá o senhor da casa, se de tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã; 36 para que, vindo de repente, não vos encontre a dormir. 37 O que vos digo a vós, digo-o a todos: Vigiai! (Mc 13, 33-37). 

Na abertura do ano litúrgico, Jesus nos exorta a estarmos sempre vigilantes, pois a hora do Juízo chegará de repente, quando menos esperarmos. Um dos pontos para os quais devemos voltar nossa vigilância, segundo o alerta de vários Papas, é a ação dos meios de comunicação social, que muitas vezes invadem nossas almas e nossos lares propagando mensagens e influências contrárias à fé e à moral

domingo, 27 de novembro de 2011

O Advento: Significado e Origem



Todos os grandes eventos exigem uma preparação. Por isso, a Igreja instituiu, na Liturgia, um período que antecede o Natal: o Advento. Mas, ao longo da história da Igreja, tomou diversas formas.

Receber uma visita é uma arte que uma dona de casa exercita com freqüência. E quando o visitante é ilustre, os preparativos são mais exigentes. Imagine o leitor que numa Missa de domingo seu pároco anunciasse a visita pastoral do bispo diocesano, acrescida de uma particularidade: um dos paroquianos seria escolhido à sorte para receber o prelado em sua casa, para almoçar, após a Missa.

Certamente, durante alguns dias, tudo no lar da família eleita se voltaria para a preparação de tão honrosa visita. A seleção do menu, para o almoço, o que melhorar na decoração do lar, que roupas usar nessa ocasião única. Na véspera, uma arrumação geral na casa seria de praxe, de modo a ficar tudo eximiamente ordenado, na expectativa do grande dia.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Jornada Mundial da Juventude - Madri: Homilia do Papa na Missa com Seminaristas



"Identificar-se sempre mais com Aquele que por nós se fez servo, sacerdote e vítima"

MADRI, sábado, 20 de agosto de 2011 (ZENIT.org) – Apresentamos, a seguir, a homilia que o Papa pronunciou hoje na Missa com os seminaristas, celebrada na Catedral de Santa María la Real de la Almudena, de Madri.

***
Senhor Cardeal Arcebispo de Madrid,
Queridos Irmãos no Episcopado,
Queridos sacerdotes e religiosos,
Queridos reitores e formadores,
Queridos seminaristas,
Meus amigos!

Sinto uma profunda alegria ao celebrar a Santa Missa para todos vós, que aspirais a ser sacerdotes de Cristo para o serviço da Igreja e dos homens, e agradeço as amáveis palavras de saudação com que me acolhestes. 

Hoje esta Catedral de Santa Maria a Real da Almudena lembra um imenso cenáculo onde o Senhor desejou ardentemente celebrar a Sua Pascoa com todos vós que um dia desejais presidir em seu nome os mistérios da salvação. Vendo-vos, comprovo de novo como Cristo continua chamando jovens discípulos para fazer deles seus apóstolos, permanecendo assim viva a missão da Igreja e a oferta do evangelho ao mundo. 


terça-feira, 22 de novembro de 2011

Santa Cecília, Virgem e Mártir - 22 de Novembro


Santa Cecília, nobre, esposa, virgem e mártir. Uma donzela frágil que a fortaleza de sua Fé fez abalar os poderosos do Império Romano e cujo sangue, foi verdadeiramente," semente de novos cristãos".

Padroeira dos Músicos

Santa Cecília desde cedo converteu-se ao cristianismo, assistia diariamente a Santa Missa, era dotada de um enorme dom para música.

Almáquio foi um prefeito poderoso da Roma antiga. Mas, ele está inseguro, tem dúvidas...

- Como executar essa jovem cristã? Ela não pode morrer pela espada... Seria perigoso. Será que...

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Apresentação de Nossa Senhora - 21 de Novembro


Tudo que sabemos da apresentação de Nossa Senhora no templo, sabemo-lo por lendas e informações extra-bíblicas (principalmente pelo proto-Evangelho de Tiago), o que não quer dizer que o assunto da festa careça de probabilidade histórica. Segundo uma piedosa lenda, Maria Santíssima, tendo apenas três anos de idade, foi pelos pais, em cumprimento de uma promessa, levada ao templo, para ali, com outras meninas, receber educação adequada à sua idade e posição. 

A Igreja oriental distinguiu este fato com as honras de uma festa litúrgica. A Igreja ocidental conhece a comemoração da Apresentação de Nossa Senhora desde o século VIII. Estabelecida primeiramente pelo Papa Gregório XI, em 1372, só para a corte papal, em Avignon, em 1585, Sixto V ordenou que fosse celebrada em toda a Igreja.

A Apresentação de Nossa Senhora encerra dois sacrifícios: A dos pais e da menina Maria. Diz a lenda que Joaquim e Ana ofereceram a Deus a filhinha no templo, quando esta tinha três anos. Sem dúvida, foi para estas santas pessoas um sacrifício muito grande separar-se da filhinha que se achava numa idade em que há pais que queiram confiar os filhos a mãos estranhas. 

domingo, 20 de novembro de 2011

Solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo




O Reinado de Cristo na esfera espiritual


Sobretudo, Jesus Cristo estabeleceu Seu Reino nas coisas do espírito. É nos Céus que ele se realiza, e quando do Juízo Final estará consumado. Na terra este Reino espiritual é construído e dilatado na Igreja e através da Igreja.

Com efeito, ser cristão é reconhecer-se súdito de Cristo, tributar-lhe a honra devida ao Rei dos reis e Senhor dos senhores.

Trono de Cristo é, portanto, também a nossa alma. Não basta dizer-se seguidor de Jesus. É preciso que Ele reine sobre nós (cf. 1 Co 15,25), e isso consubstancia-se em mudarmos nossa mente pela de Cristo, nossos pensamentos e sentimentos pelos d’Ele, tudo submetendo a Seu império.

No acertado ensino de Sua Santidade, o Papa Pio XI, é “necessário que Cristo reine na inteligência do homem, que, com perfeito acatamento, há de assentir firme e constantemente às verdades reveladas e à doutrina de Cristo.” (Sua Santidade, o Papa Pio XI. Encíclica Quas Primas, de 11 de dezembro de 1925, nº 34)

sábado, 19 de novembro de 2011

São Pedro, o Primeiro Papa


Tanto Jesus como os evangelistas consideram claramente Pedro como o primeiro entre os apóstolos. O seu nome é mencionado em 191 ocasiões no Novo Testamento enquanto que os todos os outros apóstolos juntos são mencionados por nome 130 vezes. O apóstolo nomeado mais freqüentemente, depois de Pedro, é João. Seu nome aparece 48 vezes no Novo Testamento. A autoridade de Pedro é inquestionável, até mesmo para o apóstolo Paulo. Além disso, Pedro é nomeado em primeiro lugar em quase todas as listas dos apóstolos, assim como Judas é nomeado sempre em último lugar. Se existirem razões obviamente justificadas para nomear a Judas em último lugar, por que não haveriam razões para nomear Pedro em primeiro?

Mateus 16, 15-19 — E Jesus lhe disse: “Feliz de ti, Simão, filho de Jonas, [...] Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja e o poder da morte não prevalecerá contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus. Tudo o que atares na terra, ficará atado no céu e tudo o que desates na terra, ficará desatado no céu.”

Alguns apologistas protestantes insistem no fato de que as duas palavras gregas usadas para dizer “pedra”, petros e petra pertencem a distintos gêneros (masculino e feminino). Afirmam que a diferença de gênero define o significado da frase, indicando duas pedras, uma delas inferior em tamanho (petra). Mas a diferença de gênero radica em que o nome de um homem não pode ter uma terminação feminina, como é o caso para a palavra grega para “pedra”, petra. 

terça-feira, 15 de novembro de 2011

“O silêncio não vai ajudar a Igreja”, diz padre Paulo Ricardo




Entrevista ao "Jornal de Londrina"

Paulo Ricardo de Azevedo Júnior é um padre que não se furta a criticar outros sacerdotes 


Paulo Ricardo de Azevedo Júnior é um padre no sentido pleno da palavra. E não apenas por usar batina. Eis um padre que segue o catecismo, o missal e a Doutrina Católica. Um padre que defende a Igreja e o papa. Um padre estudioso e com grande domínio da palavra. Um padre que conhece profundamente as questões canônicas. Um padre que fala de vida espiritual. Um padre que não ignora este mundo, mas sem jamais esquecer o outro. 


Um padre que não se furta a criticar outros sacerdotes, sobretudo o chamado “clero progressista”, ligado à teologia da libertação. Um padre à maneira antiga – tão antiga quanto os 2 mil anos da Igreja Católica.

Com todas essas qualidades, o padre Paulo Ricardo está fazendo um grande sucesso com seu trabalho de evangelização na internet. Através do site padrepauloricardo.org, ele diz o que pensa para um público cada vez mais amplo – e constituído em grande parte por jovens.

domingo, 13 de novembro de 2011

Catequese - XXXIII Domingo do Tempo Comum


XXXIII Domingo do Tempo Comum - Mt 25,14-30 -

Evangelho comentado pelo Pe Carlo Battistoni
Postado por Jorge Kontovski em 10 novembro 2011 às 19:55

XXXIII Domingo
(Mt 25,14-30)

« Acontecerá como o caso de um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro, dois e a outro, um, a cada um segundo a sua própria capacidade; e, então, partiu. O que recebera cinco talentos saiu imediatamente a negociar com eles e ganhou outros cinco. Do mesmo modo, o que recebera dois ganhou outros dois. Mas o que recebera um, saindo, abriu uma cova e escondeu o dinheiro do seu senhor. Depois de muito tempo, voltou o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles. Então, aproximando-se o que recebera cinco talentos, entregou outros cinco, dizendo: Senhor, me confiaste cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que ganhei. Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. E, aproximando-se também o que recebera dois talentos, disse: Senhor, dois talentos me confiaste; aqui tens outros dois que ganhei. Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra na alegria do teu senhor. Chegando, por fim, o que recebera um talento, disse: Senhor, sabendo que és homem severo, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste, receoso, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu. Respondeu-lhe, porém, o senhor: Servo mau e negligente, sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei? Cumpria, portanto, que entregasses o meu dinheiro aos banqueiros, e eu, ao voltar, receberia com juros o que é meu. Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem dez. Porque a todo o que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. E, quanto ao servo inútil, lançai-o para fora, nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes ».

PALAVRA DA SALVAÇÃO - Glória a Vós Senhor!


A leitura desta parábola continua na linha da liturgia destas últimas semanas que nos ajuda a refletir sobre o significado da nossa vida apontando para nós a chave de leitura de tudo o que nos acontece. Como a leitura do trecho anterior do Evangelho, que falava das 10 jovens, também o Evangelho de hoje é carregado de significado simbólico, Jesus utiliza o mesmo número, dez, para indicar os bens que Deus entrega aos seus servos. 

sábado, 12 de novembro de 2011

SÉRIE - MITOS LITÚRGICOS COMENTADOS - Mito 24: Imagens nas Igrejas?

Mito 24: "Não se deve ter imagens dos santos nas igrejas"


Deve-se ter, sim.




Diz a Instrução Geral do Missal Romano (n.318):

"De acordo com a antiqüíssima tradição da Igreja, expõem-se à veneração dos fiéis, nos edifícios sagrados, imagens do Senhor, da bem-aventurada Virgem Maria e dos Santos, as quais devem estar dispostas de tal modo no lugar sagrado, que os fiéis sejam levados aos mistérios da fé que aí se celebram."

O que é ponderado, porém, na mesma referência:

"Tenha-se, por isso, o cuidado de não aumentar exageradamente o seu número e que a sua disposição se faça na ordem devida, de tal modo que não distraiam os fiéis da celebração. Normalmente, não haja na mesma igreja mais do que uma imagem do mesmo Santo. Em geral, no ornamento e disposição da igreja, no que se refere às imagens, procure atender-se à piedade de toda a comunidade e à beleza e dignidade das imagens."


quinta-feira, 10 de novembro de 2011

São Leão Magno - 10 de Novembro

O Papa São Leão Magno detém Átila e sua tropa Bárbara às Portas de Roma - Obra de Raffaello Sanzio



Na figura desse Papa "vemos pela primeira vez o Papado medieval em toda sua concepção grandiosa e sua intransigência necessária, e nele resplandece o duplo elemento que garante a vida divina da Igreja: autoridade e unidade".

Quando a Fortaleza da alma cristã doma a rudeza pagã

Átila, Rei dos Hunos, era um chefe bárbaro temido. Cruel e implacável com seus adversários. Ele mesmo se auto intitulava o "Flagelo de Deus". Destruiu, praticamente tudo, na Gália. Saqueou Tongres, Treves e Metz. A cidade de Troyes não foi destruída graças a intervenção de São Lupo, e o mesmo aconteceu com Orleans que foi salva por Santo Aniano.

Embora tendo sofrido uma série de derrotas nas planícies de Chalons, graças aos esforços militares conjuntos de Aécio, Meroveu, rei dos francos, e Teodorico, rei dos visigodos, Átila não desistiu de seus intentos, não desanimou.

Sua sanha destruidora voltou-se para o norte da Itália, destruía tudo que podia a ferro e fogo. Quem conseguia, fugia de suas incursões destruidoras. Muitos se refugiaram nas pequenas ilhas existentes nas lagunas do Mar Adriático, onde deram origem à cidade de Veneza.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Dedicação da Basílica de São João de Latrão - 9 de Novembro


Hoje celebramos a Dedicação da Basílica do Latrão, Catedral do Papa, Bispo de Roma. 

No século IV o Imperador Constantino deu este grande edifício ao Papa São Silvestre I, que o consagrou, dedicando-o a Deus como Catedral de Roma. A nova Catedral foi dedicada ao Divino Salvador e, mais tarde, também aos Santos João Batista e João Evangelista. Como se localiza numa antiga chácara da nobre família romana dos Laterani, foi chamada popularmente de São João do Latrão. 

Nela foram realizados os quatro primeiros Concílios Ecumênicos realizados no Ocidente: em 1123 para resolver a questão das Investiduras, ou seja, provimento em algum cargo eclesiástico por parte do poder civil: em 1139, sobre questões disciplinares; em 1179 para tratar da forma de eleição do Papa; em 1215, sobre várias heresias e a reforma eclesial. Inúmeras verdades lembra esta comemoração. 

Em primeiro lugar a importância de Roma onde se acha o Chefe visível da Igreja de Jesus. Santo Inácio de Antioquia, discípulo dos apóstolos, chama a Igreja de Roma de “cabeça da caridade”, revelando a posição primacial, da sede romana e, portanto, também a de seu Bispo. 

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

SÉRIE - CATEQUESE DO PAPA - Aprendendo a orar com os Salmos



CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 22 de junho de 2011 (ZENIT.org) - Apresentamos, a seguir, a catequese dirigida pelo Papa aos grupos de peregrinos do mundo inteiro, reunidos para a audiência geral.

***

"Queridos irmãos e irmãs:

Nas catequeses anteriores, vimos algumas figuras do Antigo Testamento, particularmente significativas, em nossa reflexão sobre a oração. Falei sobre Abraão, que intercede pelas cidades estrangeiras; sobre Jacó, que, na luta noturna, recebe a bênção; sobre Moisés, que invoca o perdão sobre o povo; e sobre Elias, que reza pela conversão de Israel. Com a catequese de hoje, eu gostaria de iniciar uma nova etapa do caminho: ao invés de comentar episódios particulares de personagens em oração, entraremos no “livro da oração” por excelência, o Livro dos Salmos. 

Nas próximas catequeses, leremos e meditaremos alguns dos salmos mais belos e mais apreciados pela tradição orante da Igreja. Hoje, eu gostaria de introduzir esta etapa falando do Livro dos Salmos em seu conjunto.

O Saltério se apresenta como um “formulário” de orações, uma seleção de 150 salmos que a tradição bíblica oferece ao povo dos crentes para que se converta em sua (nossa) oração, nosso modo de dirigir-nos a Deus e de relacionar-nos com Ele. Neste livro, encontra expressão toda a experiência humana, com suas múltiplas facetas, e todo o leque dos sentimentos que acompanham a existência do homem. Nos Salmos, entrelaçam-se e se exprimem alegria e sofrimento, desejo de Deus e percepção da própria indignidade, felicidade e sentido de abandono, confiança em Deus e dolorosa solidão, plenitude de vida e medo de morrer. 

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Dia de Todos os Santos e Fiéis Defuntos


UM LUGAR DE PURIFICAÇÃO



Que local misterioso é esse entre a terra e o Céu, cujos "habitantes" pedem veementemente nossa ajuda e também podem nos beneficiar?

"Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás em caminho com ele, para não suceder que te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao seu ministro e sejas posto em prisão.

Em verdade te digo: dali não sairás antes de teres pago o último centavo" (Mt 5, 25-26).

Jesus estava falando aos Apóstolos a respeito das punições que esperam os pecadores após a morte. Antes se referira ao fogo da geena - o Inferno -, uma prisão perpétua, eterna. Mas aqui Ele fala de um cárcere do qual se poderá sair, desde que seja pago o débito, até o último centavo.

Essa prisão temporária, um estado de purificação para os que morrem cristãmente sem terem atingido a perfeição, é o Purgatório. Lugar misterioso, mas onde reina a esperança e os gemidos de dor são entremeados por cânticos de amor a Deus.

Caro leitor, eis um assunto do qual se fala pouco, mas cujo conhecimento é vital para nós e para nossos entes queridos que já partiram desta vida.

Convido-o a repassar comigo diversos aspectos desse importante tema.

A festa de Finados

No dia 2 de novembro, a sagrada Liturgia se lembra de modo especial dos fiéis defuntos. Depois de ter celebrado - no dia anterior, festa de Todos os Santos - os triunfos de seus filhos que já alcançaram a glória do Céu, a Igreja dirige seu maternal desvelo para aqueles que sofrem no Purgatório e clamam com o salmista: "Tirai-me desta prisão, para que possa agradecer ao vosso nome. Os justos virão rodear-me, quando me tiverdes feito este benefício" (Sl 141, 8).

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Os Católicos adoram os santos?


ALESSANDRO LIMA

"Pela tarde chegaram os dois anjos a Sodoma. Lot, que estava assentado à porta da cidade, ao vê-los, levantou-se e foi-lhes ao encontro e prostrou-se com o rosto por terra" (Gn 19,1).

Todo católico já deve ter sido interpelado por um protestante a respeito do uso das imagens na Igreja Católica. Suas perguntas nesta matéria sempre vêm com a acusação de que nós católicos somos idólatras porque fazemos uso das imagens. O mais interessante e também triste é que normalmente essas pessoas se dizem ex-católicas. E não me surpreendo em sempre verificar que foram “católicos” muito mal formados ou totalmente ignorantes da doutrina que dizem ter professado.


Será que esses ex-“católicos” já leram no Catecismo da Igreja Católica o ensino da Igreja sobre o uso das imagens? Lá encontramos:

2131. Com base no mistério do Verbo encarnado, o sétimo Concílio ecuménico, de Niceia (ano de 787) justificou, contra os iconoclastas, o culto dos ícones: dos de Cristo, e também dos da Mãe de Deus, dos anjos e de todos os santos. Encarnando, o Filho de Deus inaugurou uma nova «economia» das imagens.