terça-feira, 29 de junho de 2010

São Pedro e São Paulo - 29 de Junho



Hoje, a Igreja do mundo inteiro celebra a santidade de vida de São Pedro e São Paulo. Estes santos são considerados "os cabeças dos apóstolos", por terem sido os principais líderes da Igreja Cristã Primitiva, tanto por sua fé e pregação, como pelo ardor e zelo missionários.


Pedro, que tinha como primeiro nome Simão, era natural de Betsaida, irmão do Apóstolo André. Pescador, foi chamado pelo próprio Jesus e, deixando tudo, seguiu ao Mestre, estando presente nos momentos mais importantes da vida do Senhor, que lhe deu o nome de Pedro. Em princípio, fraco na fé, chegou a negar Jesus durante o processo que culminaria em Sua morte por crucifixão. O próprio Senhor o confirmou na fé após Sua ressurreição (da qual o apóstolo foi testemunha), tornando-o intrépido pregador do Evangelho através da descida do Espírito Santo de Deus, no Dia de Pentecostes, o que o tornou líder da primeira comunidade. Pregou no dia de Pentecostes e selou seu apostolado com o próprio sangue, pois foi martirizado em uma das perseguições aos cristãos, sendo crucificado de cabeça para baixo a seu próprio pedido, por não se julgar digno de morrer como Seu Senhor, Jesus Cristo.

Escreveu duas Epístolas e, provavelmente, foi a fonte de informações para que São Marcos escrevesse seu Evangelho.

Paulo, que tinha como nome antes da conversão Saulo ou Saul, era natural de Tarso. Recebeu educação esmerada "aos pés de Gamaliel", um dos grandes mestres da Lei da época. Tornou-se fariseu zeloso, a ponto de perseguir e aprisionar os cristãos, sendo responsável pela morte de muitos deles.

Converteu-se à fé cristã no caminho de Damasco, quando o próprio Senhor Ressuscitado lhe apareceu e o chamou para o apostolado. Recebeu o Batismo do Espírito Santo e preparou-se para o ministério. Tornou-se um grande missionário e doutrinador, fundando muitas comunidades. De perseguidor passou a perseguido, sofreu muito pela fé e foi coroado com o martírio, sofrendo morte por decapitação.

Escreveu treze Epístolas e ficou conhecido como o "Apóstolo dos gentios".

São Pedro e São Paulo, rogai por nós!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

O que é a Missa ?


A fé apostólica confessa que a Missa, o culto surpemo da Igreja a Deus, é a renovação do sacrifício do calvário de modo incruento no altar.

No entanto para uma melhor compreensão do que seja a santa missa é preciso entender o contexto da paixão de Nosso Senhor.

1 - A rejeição de Jesus

No evangelho de São João os judeus (que rejeitam Cristo) representam toda a humanidade que se fecha a oferta salvadora de Deus em Jesus.O que estava em jogo na ação de Jesus era o advento de Deus no mundo- a rejeição de Cristo significou que os homens preferiram permanecer
       presos aos poderes deste mundo. Lucas diz que “Vós o matastes – Deus porém o Ressuscitou”: assim o assassinato de Jesus no madeiro é uma ação dos seres humanos que se fecham a Deus – essa é a causa histórica de sua morte.

2 - O processo condenatório de Jesus:

É duplo:
- Político: motivado pela acusação de que Cristo desejava se tornar rei (em oposição ao César Romano)- acusação mentirosa mas embasada nos anseios populares a respeito do messias.
- Religioso: motivado pela pretensão divina de Jesus que com sua ação e pregação reinterpreta o sentido da lei e dos profetas (o que só Deus poderia fazer ) autoidentificando-se como Filho de Deus ,autor de uma nova aliança superior a antiga. 
3 - O sentido da Morte de Jesus

A pergunta que se impõe é : Deus quis que o Filho sofresse uma morte cruel para redimir os homens ?

Sua morte não foi fruto de um puro acidente histórico ; isso porém não significa que seus executores foram agentes cegos do plano divino.Deus permitiu os atos humanos para realizar seu projeto.Cristo inclui sua morte , infligida pelos homens , no seu infinito amor ao Pai e aos homens , de modo que a cruz que era sinal do extremo afastamento dos homens em relação a Deus (pois mataram o Senhor) se tornou causa de reconciliação

Sua morte é sacrifical pois é autodoação do Filho ao Pai, realizando no tempo , através da violência crudelíssima da crucificação , a resposta ao amor que o Pai dedica ao Filho desde toda a eternidade – portanto na cruz se revela de certo modo a vida intratrintária , ou seja a relação do Pai e do Filho no Espírito: o calvário é um evento trinitário presentificado na história.O pai converteu a oferta do Filho em expiação dos pecados , em razão dela ter sido uma oferta obediencial , restauradora da desobediência dos homens.

É na cruz do calvário que se fundará o culto cristão- Ele , O Filho prestou ao Pai o culto perfeito , ele é o cordeiro sem mácula , por sua obediência até a morte ignominiosa.Por isso o culto da Igreja a Deus (a santa missa) é a renovação do sacrifício do Filho; pois esse é o único culto aceitável , o único culto que glorifica a Deus perfeitamente : qualquer outro culto é incapaz de satifazer a Deus

Este sacrifício tem dois aspectos :

- Terrestre :Se consuma no calvário

- Celeste : Corresponde a apresentação eterna de Deus Filho crucificado ao Pai como intercessor dos homens no santuário celeste como Sumo Sacerdote.A missa presentifica o aspecto celeste do sacrifício de Cristo já que nela não há derramamento de sangue como no calvário(sendo um sacrifício incruento) .

Jesus entrou no céu a fim de comparecer diante da face de Deus a nosso favor ; no céu Cristo exerce em caráter permanente seu sacerdócio – ele é o centro e o ator principal da ele é o centro e o ator principal da liturgia que honra o Pai nos céus.(Ap 4).

A missa é a manifestação no tempo dos homens daquela apresentação que Jesus faz permanentemente de si ao Pai no santuário celestial intercedendo por nossa salvação apresentando seus méritos.

Por isso se diz que na Crus Cristo obteve nossa salvação mas não a aplicou , na missa ele nada obtém (por que já morreu na cruz ) mas tudo aplica , pois nela o Padre agindo em nome de Cristo cabeça apresenta ao Pai o cordeiro imolado no calvário de modo incruento.

Portanto a missa é a presentificação da liturgia celestial que consiste no culto que o Filho imolado presta ao Pai no céu oferecendo-se eternamente com seu corpo sangue alma e divindade pela redenção do gênero humano.

A missa é o céu na terra. 


Por que você não sabia disso?

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Da festa do nascimento de São João Batista - (Catecismo Maior de São Pio X)

 
189. Que festa celebra a Igreja no dia 24 de junho?
No dia 24 de junho, a Igreja celebra a festa do nascimento de São João Batista.
 
190. Quem foi São João Batista?
São João Batista foi o Precursor de Jesus Cristo.
 
191. Por que foi São João Batista chamado Precursor de Jesus Cristo?
São João Batista foi chamado Precursor de Jesus Cristo porque foi mandado por Deus a anunciar Jesus Cristo aos hebreus, e a prepará-los para O receberem.
 




192. Por que honra a Igreja com uma festa especial o nascimento de São João Batista?
A Igreja honra com uma festa especial o nascimento de São João porque esse nascimento foi santo e trouxe ao mundo uma santa alegria.
 
193. Não nasceu São João Batista em pecado, como os outros homens?
São João Batista não nasceu em pecado, como os outros homens, porque foi santificado no seio de sua mãe Santa Isabel, pela presença de Jesus Cristo e da Santíssima Virgem Maria.
 
194. Por que se alegrou o mundo com o nascimento de São João Batista?
Alegrou-se o mundo com o nascimento de São João Batista, porque este lhe indicava estar próxima a vinda do Messias.
 
195. Como Deus fez conhecido São João Batista, logo desde o seu nascimento, como precursor de Jesus Cristo?
Deus fez conhecido São João Batista, logo desde o seu nascimento, como precursor de Jesus Cristo, com vários milagres, e principalmente com este: seu pai Zacarias, que perdera a fala, recuperou-a subitamente, prorrompendo no piedoso cântico Benedictus Dóminus Deus Israel, com o qual deu graças a Deus pelo cumprimento da promessa feita a Abraão, de mandar o Salvador, e se congratulou por seu próprio filho ser o precursor do Messias.
 
196. Qual foi o teor de vida de São João Batista?
São João Batista, desde a juventude, retirou-se para o deserto, onde passou a maior parte de sua vida, e uniu constantemente à inocência dos costumes uma austeríssima penitência.
 
197. De que maneira morreu São João Batista?
São João Batista foi degolado por ordem de Herodes Antipas, por causa da santa liberdade com que repreendera a vida escandalosa deste príncipe.
 
198. Que devemos imitar em São João Batista?
Em São João Batista, devemos imitar:
1º, o amor ao recolhimento, à humildade, à mortificação;
2º, o zelo em fazer conhecer e amar Jesus Cristo;
3º, a fidelidade para com Deus em preferir ao respeito humano a sua divina glória, e a salvação do próximo.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Em defesa de Bento XVI

Autor: Dom Antonio Rossi Keller, Bispo de Frederico Westphalen
Publicação original: Abril de 2010


Há algum tempo, nós católicos estamos percebendo uma verdadeira campanha, bastante orquestrada por sinal, para desacreditar a Igreja e, de forma especial, aquele Pastor que Deus lhe deu, o Santo Padre, o Papa Bento XVI.

As razões para esta campanha difamatória são bastante compreensíveis. Já antes de ser eleito Papa, Joseph Ratzinguer era conhecido como o “Panzer” alemão da Igreja Católica, ocupando o difícil e incômodo cargo de Prefeito da Congregação para a Defesa da Fé, Dicastério da Cúria romana responsável em “promover e em tutelar a doutrina da fé e dos costumes em todo o orbe católico” (Constituição Apostólica “Pastor Bonus”, do Santo Padre o Papa João Paulo II, n. 48). Assim, durante muitos anos à frente desta importante Congregação, o atual Papa, no cumprimento de seu dever, granjeou a fama de “homem duro”, insensível e implacável. Sua eleição para o Papado provocou pruridos de contestação dentro e fora da Igreja.

Já como Papa, Bento XVI provou que a fama de insensibilidade ou de possível dureza frente a problemas e situações não lhe é aplicada com justiça. É um homem afável, simples, compreensivo e muito santo.

O atual Papa é, antes de tudo, homem de Deus e homem da Igreja. Sabe separar o pecado do pecador. Sabe dizer as verdades com a suavidade da caridade. Sabe, em sua alta missão pastoral, ensinar, corrigir, admoestar e mesmo castigar quando isto se faz necessário.

Mas Bento XVI, aos olhos do mundo extremamente paganizado, tem um defeito mortal: é o homem da coerência, que não “vende” as verdades da fé, da moral, da disciplina cristãs a preço de bananas. Ou seja, não transige na questão dos princípios. É um homem de única peça, que não teme o que os outros pensam ou dizem de sua ação pastoral à frente da Igreja. Conseqüentemente, é alguém que incomoda, alguém que enfrenta os diversos “lobbys” que hoje pretendem impor suas visões relativistas e subjetivistas. Bento XVI, com sua autoridade moral de teólogo e de humanista ganhou o ódio daqueles que defendem, por exemplo, a liberalização do aborto, das uniões homossexuais, da eutanásia, etc. Estes movimentos tem suas forças mobilizadoras, que influem poderosamente na opinião pública. Para estes grupos, sempre bem organizados, a Igreja deveria mudar seu ensinamento, “adocicar” sua Doutrina, especialmente em relação à moral. Assim a questão escandalosa e vergonhosa dos casos constatados de pedofilia entre uns poucos eclesiásticos foi como servir “um prato cheio” a estes grupos de pressão. Não é a Igreja o paradigma da moralidade? E como pode permitir no seu interior tais escândalos? Melhor ainda seria encontrar um único caso em que, de alguma maneira, direta ou indiretamente, o Santo Padre pudesse estar envolvido... Sabe-se de um jornal da Alemanha que oferece milhões de euros para quem apresentar algum caso contundente, que envolva a pessoa de Bento XVI.

Nós católicos, com a nossa Igreja e com o nosso Pastor Supremo, vamos sulcando estes mares atribulados. A tempestade parece não ter fim. Possivelmente, ainda outros escândalos serão trazidos à luz.

Cabe-nos, a meu ver, algumas atitudes de fundo.

Primeiramente, o reconhecimento do mal que alguns pastores da Igreja ou membros de Institutos religiosos produziram, com estas atitudes irresponsáveis e doentias. O pan sexualismo que atingiu nosso mundo, depois dos anos sessenta, é sem dúvida, um dos responsáveis por todo este problema que hoje afeta e aflige a Igreja. Desleixou-se muito na seleção de candidatos e na formação afetiva oferecida em muitos seminários e casas de formação. Nossas crianças e nossos jovens tem o direito de encontrar na Igreja um ambiente sadio, onde se ensine a verdade sobre a sexualidade, na obediência amorosa às leis de Deus.

Em segundo lugar, é preciso olhar para o futuro, e preparar bem nossos futuros padres e religiosos, fazendo-os compreender que a vocação ao ministério ou à vida religiosa é um chamado de Deus à santidade e à coerência de vida. Não há lugar nos quadros hierárquicos da Igreja e na vida religiosa para quem não é capaz de amar de forma sadia, segundo o amor do Coração de Jesus.

Em terceiro lugar, é preciso rezar muito pela Igreja e pelo Santo Padre, o Papa, bem como pelos bispos, padres e religiosos em geral. Mas, de forma muito especial, neste momento difícil da História da Igreja, é preciso estar sempre particularmente unidos ao Papa, que sofre pressões inimagináveis. Não podemos abandoná-lo nesta hora, e assim como em relação a Pedro que “estava encerrado na prisão, mas a Igreja orava sem cessar por ele, a Deus” (Atos, 12,5), nós também não podemos abandonar o Papa, e devemos rezar muito por ele.

Como já expressei em outra oportunidade, a Igreja vive um momento de purificação. E purificação é Graça de Deus, redunda sempre em renovação. Folhas secas e frutos apodrecidos cairão por terra. Sobrarão folhas e frutos verdejantes.

Dom Antonio Carlos Rossi Keller

sábado, 5 de junho de 2010

Conversão de anglicano - Não são quaisquer fiéis!

Com o recente anúncio da conversão dos anglicanos tradicionalistas da TAC e do restabelecimento do diálogo com os anglo-católicos oficialistas da Forward in Faith, algumas idéias nos vêm à mente.
Não são simplesmente novos católicos. Não são quaisquer fiéis. São excelentes fiéis, muito bem formados, acostumados a ler a Bíblia, conhecedores da Tradição Apostólica a tal ponto que se convenceram de que, por ela, só se pode ser católico apostólico romano. 

São bispos e padres acostumados a pregar doutrina sólida, não qualquer vento relativista. Com experiência missionária, com aquela gana, que ainda se mantém nas comunidades protestantes, de levar o mundo para Cristo. 

Fiéis, padres e bispos que amam tanto a Cristo e a Igreja que tiveram a coragem de romper com sua comunidade protestante. E que amam, além disso, uma liturgia bem celebrada, com características medievais, dado que o antigo rito inglês de Sarum está bem enraizado em seus ofícios. 

Não nos esqueçamos também que a TAC já era uma dissidência do anglicanismo oficial de Cantuária, por considerá-lo liberal. Ou seja, não vamos receber ex-anglicanos, agora católicos, relativistas, progressistas, modernistas. Pelo contrário: teremos em torno de 400 mil novos católicos plenamente ortodoxos, defensores da liturgia, que preservam batinas, casulas, sobrepelizes, incensos, latim, vernáculo bem traduzido, versus Deum, que fazem missões, que não querem manter os povos na ignorância, mas levá-los à adoração de Jesus Cristo, que são devotíssimos da Virgem Maria de Walsingham, que enfrentaram o secularismo de sua própria denominação anglicana a ponto de criarem outra, a Traditional Anglican Communion, e, por fim, se converterem ao catolicismo romano. 

Fiéis, padres e bispos, e suas esposas e filhos, que vivem o cristianismo dentro e fora das paredes dos templos, e que são absolutamente contra o modernismo, o aborto, o “casamento” gay, a ordenação de homossexuais e de mulheres. 

Recebemos não apenas 400 mil almas, mas 400 mil grandes soldados dispostos a lutar por Cristo, 400 mil verdadeiros apóstolos da tradição, da fidelidade ao Magistério, da liturgia correta, da ortodoxia, inimigos do relativismo, do secularismo, do laicismo. Bem próprio do pontificado de Bento XVI.

Com tantos católicos de meia-tijela, que querem fazer uma religião a seu próprio gosto, ou, como se disse do presidente Lula, “católicos à sua maneira”, não podemos senão nos regozijar com essa benfazeja notícia. 

Uma lufada de ar fresco!


Autor: Dr. Rafael Vitola Brodbeck
Publicação original: Outubro de 2009
Extraído de http://blog.veritatis.com.br/index.php/2009/10/21/conversao-de-anglicanos-nao-sao-quaisquer-fieis/